10- SINTOMAS DA PAIXÃO

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Phellipe

Hoje faz uma semana que eu não falo com o Rafael. Sei que isso pode parecer infantil, e é, mas eu não achei nada melhor pra fazer. Desde que eu percebi que o que eu vinha sentindo era ciúmes dele, eu não sabia o que fazer. Eu não queria tratar ele mal e também não queria ficar mal vendo ele e a Alice juntos. Falando nela, eu também não falei com ela depois do ocorrido, mas ele também não fez muita questão que isso acontecesse.
Depois daquilo ela apenas me mandou uma mensagem me dizendo que o plano tinha sido adiado por minha culpa. Eu não respondi, apenas visualizei e bloqueei o número dela. Espero que ela não tente algo muito sério contra o Rafael. Eu não quero que ele sofra.

Ele me perguntou várias vezes e de várias formas o porquê do meu silêncio com ele. Isso era de cortar o coração. Ele parecia tão doce, tão amoroso comigo. E eu apenas começo a ignorá-lo. Sei que parece injusto com ele, e realmente é, mas é um sacrifício a se fazer por minha saúde mental.
Ele perguntava sobre as aulas de reforço, sobre matérias que ele não entendia, me comprimentava nos corredores e me mandava inúmeras mensagens no dia fazendo as mesmas perguntas. Enquanto eu apenas ignorava tudo. Sem uma resposta concreta ou certeira. Sempre mentindo de uma forma estúpida e mal pensada.

Sobre o Breno. Ele e eu não ficamos mais. Acabei me abrindo com ele sobre tudo que vem acontecendo e ele disse que me entendia e que seria melhor se continuarmos apenas como amigos. Saber que ele foi compreensível comigo foi incrível, eu gosto muito dele, mas não da forma que ele queria.
Minha mãe e a Susy estão me ajudando bastante nisso. Mesmo minha mãe adorando o Breno, ela disse que o melhor a fazer foi realmente se afastar nesse sentido. A Susy achou essa história de paixão muito repentina, e eu concordo. Ela disse que foi muito estranho a forma com que eu passei de ódio para paixão, mas que estava ali para mim em qualquer coisa.

É uma tardezinha de domingo. Por volta das 17:30 da tarde. Eu estou sentando na minha cama olhando o céu pela janela. Está tão bonito lá fora, mas mesmo assim não tenho a mínima vontade de ir lá. Tem alguns pássaros voando e o sol está se pondo. As nuvens tomando cor amanteigada enquanto o céu toma uma mistura de cores diferentes. Entre rosa, azul, roxo e amarelo. Fecho os olhos por alguns segundos e me imagino nesse mesmo quarto com o Rafael.
A luz quente o sol entrava pela janela e nossas sombras cresciam na parede. Ele me olhava nos olhos enquanto segurava meu rosto. Ele é tão lindo. E então, eu volto a realidade com Susy abrindo minha porta do quarto.

Susy- Posso entrar? - pergunta e eu concordo com a cabeça. Ela anda até mim e senta do meu lado. - Tá fazendo o que?

- Só olhando. - digo e ela olha pra paisagem também.

Susy- Vai ter uma festa hoje. - diz e eu olho pra ela. - Você precisa se animar, amigo. - diz parecendo preocupada.

- Eu não quero ir. - digo sem pensar muito. - Prefiro ficar aqui em casa mesmo.

Susy - Okay. - diz e depois respira fundo. - Eu vou indo. - diz se levantando.

Ela fecha a porta quando sai. Pego meu celular e vejo os stories da sala dizendo sobre a festa. Não sei se ir pra essas festas é uma boa ideia. Eu até iria, mas me encontrar com o Rafael por lá seria horrível. Passo o story e infelizmente dou de cara com o story da Alice. Era uma foto dos dois se beijando. Uma legenda dizendo "quase lá" deixava tudo mais sugestivo para quem não sabia o que ela estava tramando. Para mim isso tudo não passava do seu plano secreto.
Do nada, uma mensagem da Alice aparece na minha barra de notificação. Abro a conversa e novas mensagens chegam rapidamente.

"Hoje é o dia de tudo acontecer, Phê-Phê!
Estou tão animada e ansiosa!
Quero tanto ver a cara dele de idiota quando tudo estiver feito
Você não vai perder isso, vai?
Te vejo na festa! ❤️"

APENAS UM CLICHÊ (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora