APENAS UM CLICHÊ (Romance Gay)

8- MASTERCHEF

Phellipe

O domingo foi incrível. Eu e o Breno fomos pra aquela social que ele falou no sábado e foi muito divertido. A gente bebeu, cantou, dançou e... A gente transou mais algumas vezes durante o domingo. Mas agora eu já tô de volta à escola. Entro na sala e vejo a Alice e o Rafael conversando pertinho, quase se beijando. Meu estômago sente aquela mesma sensação de antes e eles se afastam mais quando me vêem. Vou até minha cadeira e deixo minha bolsa. Pretendia sair da sala, mas...

Alice - Oi, Phellipe! - diz animada segurando a mão do Rafael que me olhava meio sem jeito. - Sabia que a gente tá namorando? - pergunta e eu olho pra ela estranhando.

Como essa garota tá namorando com ele? Ela odeia ele. Por que ela começaria a namorar alguém que ela odeia? Ela me olha de forma desconfiada e lembro daquela conversa de plano. Isso não parece ser coisa boa.

- Legal! - digo forçando um sorriso.

Rafael - Cê tá bem? - pergunta e eu apenas concordo com a cabeça e saio da sala.

A manhã foi normal. Conversei com Susy sobre isso de namoro e ela também achou estranho. Espero que ela não exagere nisso tudo de plano. O Rafael foi uma pessoa ruim pra ela no passado, mas pelo visto ele mudou bastante durante esses anos e eu não quero que essa garota doida faça alguma coisa muito grandiosa.

Já estava na última aula. Eu precisava muito ir ao banheiro e após pedir a professora eu fui. Estava saindo da cabine após terminar e me deparo com o Rafael sem camisa se olhando no espelho. Meu olhos foram automaticamente direcionados para sua barriga cheia de curvas. Eu não sabia que ele era tão gostos... O que eu tô falando? É o Rafael! Fecho os olhos com força e lavo as mãos. Ele então me nota.

Rafael - Senhor dos cachos! O que faz por essa parte da escola? - diz de forma sarcástica.

- O que se faz em banheiro, idiota. - digo terminando de lavar as mãos.

Rafael - Sempre um amorzinho. - diz e eu acabo rindo. - Aí, Phê. - diz e eu sinto a mesma sensação de antes na barriga. É a primeira vez que ele me chama assim... O que tá acontecendo comigo? - Não tem como cê me ajudar?

- Com?

Rafael - Estudar. - o olho estranho. - É sério. Minhas notas não são as melhores e eu preciso melhorar se eu quiser passar no Enem. - diz e eu reviro os olhos.

- O Enem é uma perda de tempo, Rafael. - digo e ele concorda.

Rafael - Mas eu preciso de alguns pontos pra conseguir entrar em alguma faculdade. - diz me surpreendendo.

- Faculdade? Tu quer fazer faculdade de que? - pergunto.

Rafael - Gastronomia. - diz sorrindo convencido.

- Hm. Cozinheiro... Você? Nunca imaginei. - digo e ele me olha feio.

Rafael - Aí, eu cozinho pra caralho, tá? Quando cê for lá em casa cê vai ver. - diz.

- Amanhã, às 19:30, tá bom? - pergunto.

Rafael - Fechou. Mas, sem querer abusar, um dia não vai mudar muita coisa né? - diz e eu reviro os olhos. - Eu pago com comida! Todo dia que você for eu faço alguma coisa pra você! Por favor, Phê!

- Tá! - digo logo e sinto meu corpo sendo esmagado. Ele tá me abraçando?! Sem camisa? Sinto meu coração acelerar do nada.

Após ele me soltar eu apenas me despeço rápido e volto pra sala. Isso tudo com o Rafael tá me deixando preocupado comigo mesmo. Após a escola, chego em casa e já estava me arrumando pra ir pra casa do Rafael. Fiquei muito receoso sobre essas aulas, mas como eu já tinha concordado com isso...
Vou caminhando até lá e em poucos minutos eu chego. Bato na porta e ele abre com um sorrisinho tímido no rosto.