Capítulo 16

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Mais um dia no laboratório. O ambiente estava carregado, quase palpável, e a sensação de estar cercada por aqueles "malucos" se intensificava a cada momento. As risadas altas e as conversas estranhas ecoavam pelas paredes brancas, enquanto eu tentava me concentrar nas tarefas. Era como se cada um estivesse em sua própria órbita, orbitando em torno de suas loucuras, e eu me sentia como uma intrusa nesse universo caótico.


Quatro semanas já se passaram. Um mês que parecia uma eternidade. Eu olhava para o relógio a cada instante, contando os minutos até o fim do expediente, mas a sensação de tempo era distorcida. Cada dia se arrastava, e eu mal podia acreditar que ainda tínhamos mais duas semanas pela frente. Duas semanas para finalizar as drogas no laboratório e, mais importante ainda, para descobrir onde elas estavam sendo distribuídas. Essa era a nossa verdadeira intenção, o objetivo que nos mantinha ali, mesmo quando tudo parecia insuportável.


A ideia de desmascarar essa rede obscura de distribuição me deixava inquieta. Havia uma espécie de adrenalina misturada com ansiedade pulsando dentro de mim.


O laboratório não era apenas um lugar físico, era um espaço onde eu estava confrontando não só a loucura dos outros, mas também a minha própria sanidade.



Eu não via a hora de tudo isso acabar. Mas ao mesmo tempo, havia uma parte de mim que estava cativada pela intensidade da situação. Era como um jogo perigoso e eu estava jogando com as cartas na mesa. Essa dualidade me deixava confusa, queria sair desse ciclo interminável, mas ao mesmo tempo não conseguia ignorar a importância do que estávamos fazendo.

As duas semanas à frente pareciam um desafio e uma oportunidade para mergulhar mais fundo nos meus próprios sentimentos e motivações.

Tenho mantido contato com Jungkook todos os dias, tenho falado com ele e com nosso filho, apesar do Noah não estar muito comunicativo comigo.







Neste exato momento, estou no banheiro, curvada sobre o vaso sanitário. A sensação de náusea é tão intensa que parece que meu corpo está tentando expelir o almoço que eu acabei de ingerir. O cheiro do banheiro se mistura ao gosto amargo na minha boca, e cada onda de vômito parece me puxar para um abismo sem fim.


Meus cabelos caem em desordem ao redor do meu rosto, e eu mal consigo pensar em outra coisa além do desconforto que me consome. Após o último esforço, sinto meu corpo finalmente relaxar um pouco. Com um suspiro de alívio, levanto a cabeça e olho para o espelho em frente a mim. Meu reflexo é quase irreconhecível, pele pálida, olhos marejados, consequência do esforço para vomitar.



A água fria que jorro no rosto é um choque revigorante. Sinto cada gota escorrendo pela minha pele, como se estivesse lavando não apenas o físico, mas também parte da tensão acumulada dentro de mim. A respiração começa a se estabilizar enquanto eu me encaro, tentando recuperar um pouco da minha força.



Com determinação renovada, prendo meus cabelos em um coque bagunçado uma forma de me preparar para o dia. Estou decidida a não deixar essa fraqueza me dominar. Em seguida, deslizo a calça de alfaiataria pelo meu corpo. Sinto o tecido esticar ao redor da cintura, um lembrete desconfortável da pressão que sinto não só nas roupas, mas na vida como um todo.

Enquanto fecho o botão da calça, uma onda de ansiedade me atinge novamente. Por que tudo parece tão apertado? Provavelmente resultado dos doces que ando comendo. Eu respiro fundo e prendo o botão da calça.






Saio do quarto e ao entrar na sala, vejo Jin já sentado no sofá, com os equipamentos dispostos ao seu redor . Ele parece concentrado, ajustando algumas configurações nos gravadores que capturam cada movimento meu durante o mês em que estive infiltrada.


   S.W.A.T SOB PRESSÃO  2.0-  JEON JUNGKOOK Onde histórias criam vida. Descubra agora