A Cinderela do All Star Amarelo

Capítulo 6

Cassidy e Caroline estavam eufóricas em seu quarto, mergulhadas nas publicações de Andrea Sachs, sua autora favorita. O entusiasmo era palpável enquanto navegavam pelas redes sociais, absorvendo cada detalhe sobre o novo livro que estava por vir. Mesmo sem terem terminado de ler a trilogia "Os Guardiões da Neve e do Fogo", já estavam ansiosas para o próximo lançamento, que prometia ser tão cativante quanto os anteriores.

A conexão das meninas com Andrea Sachs era profunda. Ela não era apenas uma autora para elas; era uma figura com a qual se identificavam intensamente. As dicas de livros que Andrea compartilhava eram sempre bem-vindas e seguidas com entusiasmo. Seus conselhos, sempre pertinentes e sábios, eram mais do que simples sugestões; eram orientações que guiavam o gosto literário das jovens Priestlys.

Caroline, em particular, tinha uma admiração especial por Andrea. A maneira como Andrea se portava nas redes sociais, com uma abordagem carismática e acessível, a fazia parecer como uma irmã mais velha, alguém em quem Caro se inspirava profundamente. A jovem sonhava em seguir os passos de Andrea e se tornar uma escritora, assim como sua ídola. A figura de Andrea não era apenas uma fonte de entretenimento, mas também uma fonte de inspiração e motivação para Caroline, que frequentemente mencionava como queria emular a paixão e a criatividade de Andrea em seus próprios escritos.

O entusiasmo das meninas era contagiante e fazia com que cada momento dedicado à leitura e à descoberta de novos livros fosse ainda mais especial. Elas se viam refletidas nas palavras de Andrea, e a figura da autora se tornava uma parte importante de suas próprias jornadas literárias.

A admiração de Caroline por Andrea Sachs era evidente e profunda. Em seu diário, a menina dedicava um espaço especial para colar imagens e frases emblemáticas da autora. Seu diário estava repleto de recortes de figuras inspiradoras e fotos de Andrea, especialmente as mais espontâneas e autênticas. Caroline tinha um carinho particular por uma imagem de Andrea com os cabelos arrepiados, segurando uma caneca do Grinch e vestindo um pijama listrado do pai, com uma expressão de sono adoravelmente sincera.

Esse detalhe de Andrea, tão humano e despretensioso, cativava Caroline profundamente. A jovem sempre admirou como Andrea conseguia manter sua autenticidade mesmo diante dos holofotes. No diário, Caroline também registrava seu sonho de um dia conhecer Andrea pessoalmente. Ela se imaginava escrevendo um livro ao lado da autora, compartilhando o processo criativo e mergulhando no mundo das palavras juntas. Era um desejo que preenchia suas páginas com esperança e entusiasmo, uma meta que parecia distante, mas sempre ao alcance dos seus sonhos.

O diário de Caroline era um refúgio de suas aspirações e uma maneira de manter viva a chama da sua admiração por Andrea. Cada recorte e cada anotação eram como um lembrete constante do quanto a autora significava para ela e do impacto profundo que tinha em sua vida.

Cassidy, com sua característica desajeitada e animada, pulou na cama da irmã Caroline, ansiosa para assistir a um dos vídeos mais engraçados que haviam encontrado. Era um short repostado por Andrea, onde ela, com um sorriso divertido, brincava sobre leiloar seu All Star amarelo, já que havia perdido um pé em uma viagem em Paris. O vídeo mostrava Andrea toda vestida de amarelo e usando apenas um tênis, o pé direito, o que fazia as meninas rirem sem parar.

Enquanto assistiam ao vídeo, Cass reparou em algo que estava ao lado de Caroline: um amontoado de fotos, cola, canetas e fitas coloridas. Entre as fotos, havia uma de Miranda, elegantemente posando, bem ao lado de uma foto de Andrea, que Caro havia colado ali com tanto carinho. O detalhe passou desapercebido por um momento, mas então, algo estalou na mente de Cassidy.

Ela se lembrou de ter visto um pé de All Star amarelo no sótão da mãe, especificamente o pé esquerdo. Andrea estava exibindo o pé direito no vídeo. O pensamento a fez congelar por um instante, enquanto tentava processar a conexão entre aquele detalhe e o que ela sabia. A ideia de que o pé de All Star que sua mãe possuía poderia pertencer a Andrea foi um choque para Cassidy. Com o entusiasmo crescendo, ela virou-se para Caroline com um brilho nos olhos.

- Caroline! Você se lembra do All Star amarelo que vimos no sótão? O pé que a Andrea mostrou no vídeo é o direito! Será que o pé esquerdo é o da nossa mãe?

As irmãs trocaram olhares surpresos e excitados, começando a formar teorias sobre como aquele tênis poderia ter chegado ali e o que isso significava. O mistério parecia uma peça crucial de um quebra-cabeça que elas estavam ansiosas para resolver.

Cassidy e Caroline estavam em alta, envolvidas em sua empolgante especulação sobre o possível All Star amarelo de Andrea e o par que sua mãe tinha guardado no sótão. Entre teorias e risadas, a empolgação era contagiante. As meninas estavam tão absorvidas no assunto que nem ouviram quando Miranda chamou por elas.

Com a voz suave e carinhosa, Miranda as interrompeu de seus devaneios. "Meninas, vamos assistir a um filme juntas. Está na hora de relaxar um pouco."

O convite a tirou das conversas animadas e as levou para a sala de estar, onde Miranda já havia preparado um ambiente acolhedor para um momento de cinema em família. Como estavam de férias, as meninas tinham permissão para dormir um pouco mais tarde, algo que deixava Cassidy especialmente contente, pois ela detestava levantar cedo.

Elas se acomodaram no sofá, enroladas em cobertores quentinhos, com a luz suave do abajur criando uma atmosfera aconchegante. Miranda preparou pipoca e trouxe algumas bebidas, enquanto o filme começava. Era um dos clássicos de Natal favoritos das meninas: *O Grinch*. Já haviam perdido a conta de quantas vezes assistiram, mas o entusiasmo era sempre o mesmo.

Durante o filme, Cassidy e Caroline se divertiam com as travessuras do Grinch, muitas vezes rindo às gargalhadas das suas peripécias. Com o humor ácido e as saídas sarcásticas do personagem, as gêmeas não podiam deixar de pensar em como, em certos momentos, sua mãe também exibia uma personalidade similar, com seu próprio toque de humor seco e inteligência afiada.

Miranda observava suas filhas com um sorriso, sentindo-se grata por aqueles momentos simples e preciosos. Enquanto o Grinch passava por suas aventuras e tentativas de roubar o Natal, a família Priestly se perdia em uma alegre cumplicidade, desfrutando a companhia uma da outra, criando memórias e relembrando a importância de estarem juntas.