Cassidy e Caroline despertavam cedo todas as manhãs na fazenda, algo que surpreendia até Miranda, que achava um milagre ver as duas tão dispostas logo ao amanhecer. O entusiasmo das meninas era evidente; ao descerem as escadas, o cheiro do café fresco e do pão feito na hora já as recebia, e elas entravam na cozinha com sorrisos e olhares brilhantes.
— Bom dia, meninas! — saudou Anne, colocando na mesa uma travessa de ovos mexidos, bacon e torradas. — Estão prontas para mais um dia?
Cassidy deu uma risada, pegando uma torrada. — Mais do que prontas! Hoje Rich Jr. disse que vamos aprender a alimentar os porcos!
Caroline, ao lado da irmã, assentiu animadamente, os olhos ainda sonolentos, mas cheios de expectativa. — E depois vamos ajudar no galinheiro, certo?
— Isso mesmo! — confirmou Rich Jr., que já estava à mesa tomando seu café. — Depois do café, mãos à obra!
Miranda, que preferia manter uma certa distância das atividades da fazenda, já estava acordada e pronta para começar o dia. Em seu ritual matinal, ela observava discretamente as filhas interagindo na cozinha, seus rostos iluminados por uma energia que ela nunca vira antes. A cada manhã, sentia-se mais comovida ao ver Cassidy e Caroline se adaptarem tão bem àquela nova rotina. Era algo genuíno, um tipo de felicidade que não dependia de nada além do trabalho honesto e do convívio próximo com a natureza.
Quando terminavam o café da manhã, as meninas saíam com o pai e irmão de Andrea, ansiosas para o que lhes aguardava. Anne acenava para elas da porta, sorrindo, enquanto Miranda e Andrea após de as encherem de beijos e recomendações, observava da janela da sala. Depois de tanto tempo vivendo em uma rotina meticulosa e sofisticada, a visão das filhas se sujando de terra e aprendendo sobre animais era, de alguma forma, reconfortante.
Durante o dia, Miranda dedicava-se a leituras e respondia a e-mails no escritório improvisado que montaram para ela na fazenda, além de compartilhar a cozinha com Anne. Gostava de passar esse tempo com a sogra, conversando e principalmente ouvindo histórias sobre Andrea. De tempos em tempos, passava pela janela e via as meninas correndo de um lado para o outro no campo, ajudando com os animais ou carregando baldes de água. A fazenda se tornara um palco para novas descobertas, e Miranda apreciava ver as filhas se desafiando em cada nova tarefa.
Richard e Rich Jr. Adoravam a companhia das meninas e se divertiam muito com elas, além de se admirarem com o fato de duas meninas que levavam uma vida tão diferente em Nova York, demonstrassem tanto entusiasmo em atividades tão corriqueiras, como se pertencessem ali.
— Olha só, esse aqui é o George — disse Richard, apontando para um bezerro curioso que se aproximava das meninas. — Ele adora um carinho atrás das orelhas.
Caroline se abaixou e, com delicadeza, começou a acariciar George, que logo respondeu com um mugido satisfeito.
— Ele é tão fofo! — exclamou Caroline, encantada. — Cassidy, olha!
— Vocês estão indo muito bem — disse Richard, sorrindo. — Acho que logo vão poder cuidar da fazenda sozinhas!
Cassidy riu, limpando as mãos na calça jeans. — Ainda temos muito o que aprender. Vocês fazem isso todos os dias?
— Todos os dias — confirmou Richard, com um olhar carinhoso para o filho e para as meninas. — É o nosso jeito de viver.
As meninas passavam a manhã ocupadas, ora alimentando os animais, ora ajudando a carregar fardos de feno. Ao meio-dia, pararam para almoçar, e Anne preparou um banquete digno de um dia de trabalho árduo. Cassidy e Caroline retornavam, com botas cobertas de lama, as mãos sujas e rostos corados de tanto correr sob o sol. Elas entravam pela cozinha rindo e conversando com Anne sobre o que haviam feito. Miranda e Andrea se juntaram a eles, e o almoço foi repleto de histórias e risadas.
— Mamãe, você não vai acreditar! — disse Cassidy, entusiasmada. — Hoje ajudei a ordenhar uma vaca! Foi a coisa mais esquisita e divertida que já fiz!
Caroline logo acrescentou, os olhos brilhando de entusiasmo.
— E eu alimentei um bezerro! Ele lambia a minha mão como se fosse um cachorrinho!
Miranda disfarçou o sorriso, mantendo o ar sereno.
— Fico feliz em ver que estão aproveitando tudo isso, meninas.
Cassidy riu. — Não só aproveitando, mamãe! Estamos aprendendo muito. Rich Jr. disse que, no final do mês, seremos quase especialistas.
Após a refeição, as gêmeas cochilaram brevemente, exaustas pelo trabalho físico da manhã. Mas, à tarde, quando o sol começava a baixar, já estavam de volta à ativa, dessa vez no jardim e na horta.
— Hoje vamos plantar algumas mudas de cenoura e de tomate — explicou Anne, entregando as ferramentas para as meninas. — Vocês já plantaram algo antes?
Cassidy e Caroline balançaram a cabeça.
— Nunca! Como a gente faz?
Anne sorriu, pacientemente explicando o processo. As gêmeas prestavam atenção em cada detalhe, seguindo as instruções com concentração.
— Vocês sabem que as plantas são como crianças? — Anne comentou, enquanto cobria uma das mudas com terra. — Elas precisam de cuidados todos os dias. Se forem bem cuidadas, crescem fortes e saudáveis.
— Anne, essas cenouras demoram quanto tempo para crescer? — perguntava ela, enquanto segurava uma muda.
— Algumas semanas, querida — respondia Anne com paciência. — Mas, com o cuidado certo, logo você poderá colher as suas próprias cenouras.
Andrea, que acompanhava a cena com um sorriso no rosto, sentiu o coração aquecer. A fazenda não só trazia uma nova perspectiva para as gêmeas, mas também para Miranda, que parecia relaxar, aproveitar o momento sem as preocupações habituais de Nova York.
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A Cinderela do All Star Amarelo
FanfictionO destino, em sua trama invisível, resolveu entrelaçar os caminhos de duas mulheres que, embora separadas por tempo e circunstâncias, estavam predestinadas uma à outra. Seus encontros, antes meros acasos, agora se revelam como partes de um plano mai...