Capítulo 31

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Andrea desceu as escadas, determinada a começar o dia de uma forma especial. Miranda raramente tinha a oportunidade de relaxar, e Andrea queria mimá-la um pouco. Desceu silenciosamente até a cozinha, onde preparou o café da manhã: ovos mexidos perfeitos, torradas perfeitamente douradas, frutas frescas e, claro, o café preto, sem açúcar e fumegante, exatamente como Miranda preferia. Cuidadosa, montou a bandeja com esmero, incluindo um pequeno vaso com uma flor branca. Era um gesto simples, mas carregado de carinho.

Subindo as escadas com a bandeja, Andrea respirou fundo antes de abrir a porta do quarto, determinada a não fazer nenhum barulho. Miranda ainda dormia profundamente, parcialmente coberta pelos lençóis, com as costas expostas à luz suave que entrava pelas cortinas. A cena fez Andrea parar por um momento, o coração acelerando ao ver a pele nua de Miranda.

As costas eram pontilhadas com pequenas sardas, distribuídas como uma constelação perfeita. Andrea se pegou sorrindo ao pensar em como aquelas estrelas eram o universo no qual ela adorava se perder.

Com passos leves, Andrea se aproximou e colocou a bandeja cuidadosamente no criado-mudo ao lado da cama. Ficou parada ali por um momento, admirando a tranquilidade de Miranda e a beleza simples de suas costas. Aquela visão a deixava sem palavras. Não resistindo mais, Andrea se inclinou e, com delicadeza, começou a depositar beijos leves nos ombros de Miranda. Cada beijo era uma promessa silenciosa, um sussurro de adoração. De suas costas, subiu para o pescoço, onde Miranda soltou um suspiro suave, ainda entre o sono e a vigília.

Os lábios de Andrea encontraram a curva do maxilar de Miranda, e depois a bochecha, até que finalmente a mulher se virou lentamente, abrindo os olhos com uma leveza sonolenta. Seus olhares se cruzaram, e Andrea viu um brilho de surpresa e ternura nos olhos da chefe.

Miranda piscou algumas vezes, assimilando a presença de Andrea, antes de um sorriso se formar suavemente em seus lábios. Com uma mão, Miranda puxou Andrea gentilmente para mais perto e, sem dizer uma palavra, aproximou seus rostos até que seus lábios se encontrassem em um beijo suave, mas cheio de afeto.

- Bom dia de novo, meu amor. - Andrea murmurou contra os lábios de Miranda, sorrindo. - Vim trazer o seu café.

Miranda olhou de lado, notando a bandeja com o café da manhã, e riu suavemente, um som raro e íntimo.

- Você está se superando, Sachs. - disse ela com a voz rouca de sono, mas com um toque de brincadeira. - Eu poderia me acostumar com isso.

Andrea sorriu, os olhos brilhando.

- Isso é só o começo.

Andrea estava completamente hipnotizada pela visão à sua frente. Miranda, nua, tão à vontade na presença dela, parecia mais poderosa e sedutora do que jamais fora em qualquer uma de suas aparições públicas. A luz da manhã realçava as curvas perfeitas de seu corpo, a pele levemente bronzeada pontilhada pelas sardas que Andrea já tinha aprendido a adorar.

Era uma imagem quase surreal, como se estivesse contemplando algo fora do alcance da realidade.

A excitação era absurda. Andrea podia sentir cada batida de seu coração ecoando em seu peito, o calor subindo por seu corpo enquanto admirava a mulher diante de si, tão segura e tranquila ali diante dela. Mais do que o desejo incontrolável, o que a surpreendia era a sensação de orgulho e satisfação ao perceber que conseguia transmitir tamanha confiança àquela mulher. Miranda, que parecia inabalável para o mundo, estava vulnerável e à vontade em sua companhia, o que a fazia sentir-se verdadeiramente parte de algo único.

Miranda, ciente dos olhos atentos de Andrea, virou-se suavemente, com aquele sorriso enigmático que misturava charme e provocação. Sua expressão dizia mais do que qualquer palavra. A conversa entre elas fluía leve, mas havia uma tensão no ar, densa e carregada. As palavras pareciam menos importantes, servindo apenas de pano de fundo para o subtexto que ambas compreendiam. Miranda, com sua natureza afiada, não perdeu a oportunidade de provocar Andrea a cada resposta, alimentando aquela energia que vibrava entre elas.

Andrea, por sua vez, não conseguia desviar o olhar. Ela se via presa naquele olhar penetrante, nas curvas daquele corpo tão perfeito e cheiroso, na forma como Miranda falava com uma calma predatória, consciente do poder que exercia. Cada provocação era recebida com uma mistura de nervosismo e desejo, como se Andrea estivesse vendo Miranda pela primeira vez — e de certo modo, era isso mesmo.

Havia algo na maneira como Miranda se movia, como seu corpo se curvava sutilmente, que era hipnotizante. Era a mulher que ela conhecia, mas sob uma nova luz, mais crua, mais real.

A Cinderela do All Star AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora