Capítulo 22

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O nervosismo me dominava enquanto me preparava para a conversa com minhas filhas. Eu sabia que precisava ser honesta com elas sobre o que sentia por Andrea, mas o desafio estava em encontrar as palavras certas e abordar o assunto de maneira que elas pudessem compreender. Eu me preocupava com como elas reagiriam e com o impacto que isso poderia ter em nossa dinâmica familiar.

Convidei Caroline e Cassidy para uma conversa, tentando manter a calma e a compostura, mas a ansiedade era palpável. Estava decidida a me declarar e a explicar que estava apaixonada por Andrea, mas também queria saber como elas se sentiam em relação a ela.

Chamei as meninas para a sala e me sentei com elas, tentando reunir a coragem para começar.

"-Meninas, - comecei, minha voz um pouco trêmula, "preciso conversar com vocês sobre algo importante. Eu... estou apaixonada por alguém, uma mulher, e essa pessoa é a Andrea."

Houve um momento de silêncio, e eu procurei os olhinhos curiosos das minhas filhas, tentando ler suas expressões. Caroline foi a primeira a falar, com uma timidez que me surpreendeu.

"- Mamãe, eu já sabia que a Andrea era a sua 'Cinderela'."

As palavras de Caroline me fizeram parar por um instante. Era reconfortante saber que, de alguma forma, elas já percebiam a importância de Andrea para mim. Mas Cassidy, com sua característica espontaneidade, foi além.

"- E nós já vimos aquele par de All Star amarelo que estava no sótão. Lembra? A gente viu no vídeo da Andrea quando ela tentou leiloar o tênis e acabou não conseguindo vender. A gente riu muito na época, mas, agora, com a Andrea aparecendo tanto na nossa vida, entendemos que era uma coisa especial."

A revelação das meninas me deixou emocionada e aliviada. Elas haviam feito uma conexão com Andrea antes mesmo de eu ter a chance de verbalizar o que sentia. A lembrança do vídeo e a associação com o tênis amarelo foram um detalhe inesperado, mas que de alguma forma trouxe um sorriso ao meu rosto. Era como se elas já tivessem aceitado Andrea de uma forma que eu não esperava, e a sua reação me deu a confiança de que, apesar da novidade, a aceitação e o carinho estavam presentes.

A conversa continuou com as meninas expressando seu entusiasmo e curiosidade sobre o que isso significava para nossa família. Elas estavam abertas e empolgadas, e a minha apreensão inicial foi substituída por um sentimento de alívio e gratidão. Eu sabia que o próximo passo seria importante, mas, naquele momento, o que mais importava era que elas estavam acolhendo Andrea e a minha escolha com amor e compreensão.

Foi um passo fundamental na nossa jornada e um reflexo da importância que Andrea tinha para nós. A conversa com minhas filhas me deu a certeza de que estávamos no caminho certo e que, com o tempo, poderíamos construir algo verdadeiramente especial e duradouro juntas.

Enquanto conversávamos, Caroline e Cassidy começaram a fazer perguntas mais profundas sobre como a nossa relação com Andrea se desenrolaria, especialmente com ela ainda morando em Portland.

"Mamãe, e quando a gente for embora? Como vai ser? Vai ficar difícil para vocês...para gente!"

Disse a elas que seria um desafio nos ajustarmos com essa questão de distância e que tínhamos que compreender que Andrea ainda está se estabelecendo em Portland, então era algo que teríamos de lidar juntas, mas que encontraríamos uma maneira de mantermos contato e continuarmos nos vendo sempre que possível.

Elas estavam ansiosas para saber como seriam as visitas, afinal, tínhamos uma distância geográfica considerável para lidar, mas que estaríamos juntas sempre que possível.

As perguntas das meninas me fizeram refletir ainda mais sobre o futuro e sobre como enfrentaremos os desafios da distância. No entanto, o entusiasmo delas em saber mais sobre Andrea e a situação só demonstravam o quanto elas estavam investidas nesse relacionamento.

"Essa está sendo, sem dúvida, a melhor férias de nossas vidas, mamãe!" Cassidy exclamou, seu rosto iluminado de alegria. "Estamos tão animadas!"

As palavras de Cassidy encheram meu coração de calor. As meninas estavam tão felizes e animadas com a perspectiva de ter Andrea em nossas vidas, e isso me dava um enorme alívio e satisfação.

Os abraços e beijos de apoio que recebi das minhas filhas foram uma fonte de conforto inestimável. Cada gesto de carinho era uma confirmação de que estávamos no caminho certo e de que a aceitação e o amor estavam presentes. Agradeci a elas com um sorriso emocionado e uma sensação de gratidão profunda.

O clima de empolgação estava quase palpável quando ouvimos o som da campainha. As meninas e eu nos entreolhamos, e nossos corações começaram a bater mais rápido com a expectativa. A chegada de Andrea estava prestes a se concretizar, e a animação nos envolvia completamente.

Corremos para a porta, e a antecipação era evidente em cada um de nossos passos. A expectativa de finalmente ver Andrea depois de dias de separação, e de compartilhar esse momento especial com as meninas, fazia com que o tempo parecesse desacelerar. O som da campainha havia sido o sinal de que um momento muito aguardado estava prestes a se tornar realidade.

Ao abrir a porta para Andrea, senti que estava fazendo mais do que simplesmente permitir a entrada de alguém em minha casa. Na verdade, estava abrindo a porta para algo muito mais profundo e significativo: o amor.

Quando vi Andrea entrar, seu sorriso genuíno e a energia que ela trazia enchiam o ambiente de calor e alegria. Cada passo dela parecia trazer consigo uma onda de felicidade, e eu me vi maravilhada com o impacto que ela tinha em minha vida.

Para mim, receber Andrea em minha casa era uma promessa de novas experiências e de compartilhar momentos íntimos. Sentia que ao abrir a porta, estava me permitindo explorar um relacionamento verdadeiro e profundo, algo que eu havia buscado por tanto tempo. Era como se aquela porta não fosse apenas uma entrada física, mas também uma passagem para um amor que finalmente encontrara seu caminho até mim.

Cada olhar, cada toque e cada palavra trocada naquele momento em que ela cumprimentava a mim e minhas filhas, carregava um peso especial, uma importância que eu nunca tinha experimentado antes. Abrir a porta para Andrea era mais do que um gesto físico; era uma abertura para um futuro com ela, um futuro que prometia ser cheio de alegria e cumplicidade.

Senti uma mistura de ansiedade e euforia ao perceber que estava me entregando a algo que parecia ser verdadeiramente duradouro. Estava me permitindo amar e ser amada de uma maneira que nunca havia imaginado.

A medida que Andrea se acomodava no meu espaço familiar e acolhedor, eu refletia sobre o quão significativo era aquele momento. Ao abrir a porta, estava abrindo meu coração para o amor e para um novo capítulo em minha vida, repleto de novas possibilidades e realizações.

A Cinderela do All Star AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora