Capítulo 8: O início da Batalha

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A manhã do primeiro jogo da Liga das Nações chegou com uma mistura de nervosismo e excitação pairando no ar. As jogadoras acordaram cedo, já que o café da manhã estava agendado para as 7h, seguido por uma última reunião tática com Zé Roberto. Cada uma sabia da importância desse dia, e a ansiedade era quase palpável.

S/N se levantou antes de seu despertador tocar. A ansiedade que havia sentido na noite anterior não a deixou dormir direito. Ao sair do quarto, encontrou Priscila Daroit já pronta, esticando os braços com uma expressão de leve tensão.

— Não consegui dormir direito também? — perguntou S/N, abrindo um sorriso cúmplice.

— Nem um pouco — Priscila respondeu, com uma risada nervosa. — Mas isso é normal, certo? Primeiro jogo, novos desafios... Sabe como é.

— Sei bem. Mas vai ser incrível. Nós estamos prontas — S/N disse, tentando passar confiança tanto para si mesma quanto para Priscila.

As duas caminharam juntas até o refeitório, onde encontraram as outras jogadoras. O clima era de foco total, com algumas risadas tímidas quebrando o silêncio aqui e ali. Nyeme, sempre brincalhona, foi uma das primeiras a tentar aliviar a tensão.

— Quem é que vai devorar o café da manhã como se fosse o último? — ela perguntou, servindo-se de uma enorme porção de frutas e ovos.

— Acho que você, né, Nyeme? — respondeu Carolana, sentando-se ao lado dela. — Não deixa nada para a gente.

— Ah, nada disso! — Nyeme retrucou. — Eu sou pequena, mas sou rápida. Vocês que se virem!

S/N sorriu ao ouvir a conversa. Mesmo em um dia tão crucial, a leveza e a amizade entre as jogadoras se mantinham firmes.

Depois do café, o grupo se dirigiu para a sala de reuniões, onde Zé Roberto e sua equipe já aguardavam. As luzes foram baixadas, e o vídeo de análise dos adversários começou a rodar. O treinador manteve o tom sério, mas ao mesmo tempo incentivador, como sempre.

— Hoje é o nosso primeiro teste — começou Zé Roberto, olhando para cada uma das jogadoras. — E eu não tenho dúvida nenhuma de que estamos prontas. Trabalhamos duro, superamos desafios, e agora é a hora de mostrar do que somos feitas. Vamos jogar com inteligência, com o coração, e acima de tudo, com espírito de equipe.

A apresentação continuou, detalhando as estratégias para enfrentar o Japão, o primeiro adversário. Zé Roberto destacou as jogadoras chave do time japonês, lembrando a importância de manter a concentração em cada ponto.

— Elas são rápidas, ágeis, e vão tentar nos desestabilizar com a defesa forte e o jogo rápido. Precisamos manter o foco e não nos apressarmos. Vamos ditar o ritmo do jogo.

S/N escutava atentamente, mas sua mente vagava um pouco. Ela sentia uma mistura de ansiedade e excitação, mas ao mesmo tempo, uma confiança crescente em sua habilidade e na da equipe. Ela sabia que o mundo estaria de olho nesse jogo, especialmente por ser sua estreia oficial em uma competição desse porte.

Rosamaria, sentada ao lado dela, percebeu o leve distanciamento de S/N e, discretamente, deu-lhe um leve empurrão com o ombro.

— Ei, ainda aqui com a gente? — Rosamaria sussurrou, com um sorriso.

S/N piscou e olhou para Rosamaria, rindo.

— Estou. Só organizando meus pensamentos.

— Vai ser incrível. E não se preocupe, estou do seu lado para o que precisar — Rosamaria disse, sua voz cheia de confiança.

— Sei que está. E isso me dá ainda mais força — respondeu S/N, sentindo o calor da mão de Rosamaria brevemente tocar a sua.

No ginásio, o ambiente estava eletrizante. As arquibancadas estavam cheias, e o barulho dos torcedores fazia o chão vibrar. S/N e suas companheiras de equipe faziam os últimos aquecimentos na quadra, tentando se concentrar no jogo que estava por vir. O Japão, do outro lado, também fazia seus movimentos de aquecimento, mas havia um nervosismo evidente entre elas.

Conexão Explosiva - RosamariaOnde histórias criam vida. Descubra agora