Na manhã seguinte, o clima entre as jogadoras estava animado como sempre, mas para S/N, algo estava diferente. Desde que acordou, a sensação de estranheza pairava no ar. Rosamaria, que costumava ser uma das primeiras a brincar com ela, agora a evitava. Durante o café da manhã, S/N tentou se aproximar, mas Rosamaria se limitou a respostas curtas e evasivas, sem sequer olhar diretamente para ela.
— Bom dia, Rosa — disse S/N, com seu habitual sorriso brincalhão.
— Dia... — Rosamaria respondeu, quase inaudível, enquanto se afastava rapidamente para sentar do outro lado do refeitório.
S/N ficou parada por um momento, sem entender o que havia acontecido. O desconforto cresceu dentro dela, e a alegria habitual deu lugar a uma sensação de vazio.
Ao longo do dia, S/N tentou outras vezes se aproximar de Rosamaria, mas a cada tentativa, a oposta a afastava de forma sutil, mas clara. O afastamento doía, especialmente após o momento que compartilharam na noite anterior. S/N sentia-se confusa e, acima de tudo, magoada.
Durante o treino, a situação não melhorou. S/N estava acostumada a se sentir conectada com Rosamaria em quadra, mas agora havia uma barreira invisível entre elas. Cada erro de S/N parecia pesar mais do que o normal, e cada acerto de Rosamaria parecia uma confirmação de que ela não precisava dela.
Quando o treino finalmente terminou, S/N foi direto para o vestiário, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Sentou-se em um banco, apoiou a cabeça nas mãos e suspirou profundamente, tentando entender o que havia dado errado. Foi então que sentiu uma mão suave em seu ombro.
— Ei, o que houve? Você não parece bem — Priscila Daroit, sempre perceptiva, havia notado o humor sombrio de S/N durante todo o dia.
S/N levantou a cabeça e olhou para Priscila, tentando disfarçar a tristeza com um sorriso forçado.
— Ah, Pri... só um dia ruim, eu acho — S/N respondeu, tentando não demonstrar o quanto estava abalada.
— Dia ruim? Isso não é comum pra você, hein. Vai, me conta o que aconteceu. — Priscila sentou-se ao lado de S/N, com uma expressão de preocupação genuína.
— É a Rosa... eu acho que fiz algo errado ontem à noite. Desde então, ela mal fala comigo. — S/N finalmente desabafou, sentindo um nó se formar em sua garganta.
Priscila franziu o cenho, tentando entender o que havia acontecido.
— A Rosa? Sério? Achei que vocês duas estavam se dando super bem. O que rolou?
S/N deu um suspiro e balançou a cabeça, sem saber como explicar.
— A gente... quase se beijou ontem. E desde então, ela me evita. Nem olha na minha cara.
Priscila arregalou os olhos por um momento, mas logo se recuperou e deu um leve sorriso.
— Ah, então é isso... Olha, Rosa é complicada, você sabe. Mas talvez ela só esteja confusa. Dá um tempo pra ela. E enquanto isso, você tem a mim pra te fazer companhia, certo? — Priscila disse, com um tom de voz reconfortante.
S/N sorriu pela primeira vez naquele dia. A presença de Priscila era exatamente o que ela precisava.
— Você tem razão, Pri. Obrigada por estar aqui. — S/N agradeceu, sentindo-se um pouco melhor.
Naquela noite, após o treino, S/N e Priscila decidiram sair um pouco para espairecer. As duas caminharam até uma lanchonete próxima ao CT, onde se sentaram para conversar e tomar um suco.
— Sabe, a Rosa pode ser meio durona, mas ela deve estar pirando por dentro — Priscila comentou, depois de tomar um gole de suco.
— Será? Às vezes eu sinto que só compliquei as coisas. — S/N brincou, mas havia um toque de seriedade em sua voz.
— Você e essa sua mania de se culpar, hein? — Priscila deu uma risadinha. — Eu, no lugar dela, não pensaria duas vezes.
S/N arqueou uma sobrancelha, se divertindo com o tom de Priscila.
— Tá dizendo que se eu tivesse tentado te beijar, a história seria outra? — provocou, com um sorriso de lado.
Priscila fingiu pensar por um segundo, antes de responder:
— Hum... com certeza! Eu sou muito mais fácil de lidar que a Rosa. — E piscou para S/N, rindo.
— Vou lembrar disso quando ela me der um fora definitivo. — S/N respondeu, entrando na brincadeira.
As duas riram juntas, e o clima leve entre elas ajudou S/N a esquecer, pelo menos por um tempo, a tensão com Rosamaria.
Mais tarde, no quarto que S/N dividia com Priscila, as duas se deitaram juntas, conversando sobre tudo e nada. A presença calorosa de Priscila trouxe conforto a S/N, que finalmente conseguiu relaxar um pouco.
— Sabe, eu sempre achei que você fosse uma durona, mas agora vejo que você também tem um coração mole, hein? — Priscila brincou, cutucando S/N de leve.
— Não espalha, hein? Tenho uma reputação a manter. — S/N respondeu, rindo, enquanto se aninhava mais perto de Priscila.
As duas continuaram conversando até tarde, e quando o sono finalmente as venceu, acabaram dormindo juntas, lado a lado. O dia havia sido difícil, mas S/N encontrou conforto em Priscila. A tensão entre ela e Rosamaria ainda pairava no ar, mas pelo menos agora ela não estava sozinha. O que o próximo dia traria? S/N sabia que teria que lidar com seus sentimentos em relação a Rosamaria, mas por agora, ela estava grata por ter Priscila ao seu lado.
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Conexão Explosiva - Rosamaria
FanficS/N é a melhor central do mundo, com 1,78m de pura explosão e técnica. Sua capacidade de bloquear ataques poderosos e, em seguida, atacar com uma velocidade e força imbatíveis, faz dela uma lenda no vôlei. Nenhuma defesa consegue segurar seus ataque...