Altschmerz - 1

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Melhor do que passar a noite com Jungwon foi acordar com ele ao meu lado e ter certeza de que nada foi um sonho. Entre meus braços estava ele, dormindo tranquilamente. Jungwon ficava mais bonito pelas manhãs; mais bonito a cada nova vez que eu o via.

Evitei fazer movimentos que pudessem acordá-lo e o observei quieto por vários minutos, apenas deixando um leve cafuné em seus fios. Dos abajures não desligados vinha um pouco de luz, que me permitia ver Jungwon com mais clareza.

Suas bochechas estavam um pouco amassadas, além de possuírem um leve tom rosado, assim como a curvatura de seu pescoço atualmente, resultado da noite de ontem. Sua boca estava ligeiramente entreaberta, e toda vez que ele expirava eu conseguia sentir o ar batendo contra minha pele.

O maldito despertador toca ao meu lado, e eu não consigo desligá-lo antes de Jungwon ser despertado pelo objeto. Ele se remexe um pouco e então abre os olhos devagar, seguido de um sorriso largo. Eu já era a pessoa mais feliz do mundo, e ainda eram seis da manhã.

— Bom dia! — ele se espreme entre meus braços — Dormiu bem, Riki? — diz, fechando os olhos novamente.

— Definitivamente. — o vi sorrir novamente — E você, ‘Won? — deixo um pequeno selar em seu rosto.

— Foi a melhor noite de sono da minha vida. — seu braço contorna meu corpo, nos aproximando mais. — Acho que quero dormir aqui mais vezes.

— Pode vir aqui quando quiser. Minhas portas sempre estarão abertas pra você. Sempre. — ele torna a abrir os olhos, prendendo seu olhar brilhante ao meu. 

— Vou lembrar disso.

Ele se inclina e cola os próprios lábios nos meus, num selinho demorado que logo transformou-se em um beijo mais profundo e demorado, me deixando aproveitar mais o sabor de sua boca, da qual eu sou tão necessitado. Quando nos separamos, faço questão de mantê-lo próximo, deitando sua cabeça em meio peito nu e contornando a pele macia de sua cintura com meu braço.

Se eu pudesse parar o tempo, ficaria congelado nesse momento para sempre, num ciclo sem fim, vivendo cada segundo, observando cada detalhe, o tendo para mim, somente para mim, por toda a eternidade, num loop infinito.

Jungwon me fez descobrir que preciso de muito menos do que acreditava para ser feliz: necessito apenas dele. Nenhum amigo ou colega, nenhuma música ou dança, nenhuma outra risada ou sorriso; nada disso pode me fazer tão completo quanto ele faz.

É como se durante toda a minha vida eu estivesse esperando que o dia em que eu pudesse amá-lo chegasse.

Poderia ser qualquer pessoa no meu lugar nesse momento, mas sou eu. É como se ele tivesse me consagrado importante, especial, algo que eu nunca consegui me fazer sentir. Me amando de volta ou não, olhando para nós agora, eu consigo acreditar que seremos só nós dois juntos, pra sempre.

— Vamos tomar banho e ir pra escola. — Depois de muito tempo mergulhado no nosso silêncio eu falo, mesmo contragosto — Seu pai não vai gostar se souber que você faltou.

— Ele não precisa saber… — me aperta mais forte, me arrancando um dos sorrisos mais bobos que eu já havia deixado escapar desde que o conheci.

— Os pais sempre sabem. — o ouvi resmungar — Podemos tomar banho juntos se você quiser. — não poderia mentir, eu queria demais que ele dissesse sim.

— E porquê eu diria não? — Ele ergue seu rosto até o meu, me beijando suavemente no queixo.

Ele é o primeiro a levantar, retirando o lençol sobre si e se esticando para buscar sua bolsa no chão, buscando por alguma coisa. Não resisto a tentação de agarrá-lo por trás, agora também erguido sobre o colchão, e deixar alguns beijos pela extensão de seu corpo musculoso esbelto e muito, muito macio.

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