!! 𝑫𝑶𝑵𝑨 𝑴𝑶𝑹𝑻𝑬 - (🔞)

10.

       

     Sentado em meu sofá, observei em volta minha casa escura, me levantei e fui até o banheiro escovar os dentes para começar uma nova manhã. Abri uma pequena brecha da cortina para olhar o mundo através de minha janela, vi uma mãe passeando com seu bebê no carrinho, fechei a cortina de novo e terminei de escovar os dentes. Me vesti e coloquei um boné preto, dei uma breve olhada em minha parede com aquelas fotos e anotações... E saí de casa. Cheguei em uma loja que era perto e comprei um lanche para ir comendo durante o caminho, sentei em um banco e abri meu celular, comecei a procurar o contato daquela moça... Que vendia rosas. — Merda, a vadia me bloqueou. Coloquei o celular no bolso irritado e terminei de comer, joguei o papel ali no chão mesmo e fui até aquela floricultura.

     Toquei o sino e ninguém estava vindo lá de dentro, dei um murro na mesa com força e atravessei o balcão, chutei a porta e entrei nos fundos da loja, achei ela. Vi ela apavorada fazendo uma ligação, e de costas para a minha direção, fui até ela e tomei o celular de sua mão, quebrando ele na parede. — Cadê as rosas? Ela se assustou e me olhou com pavor nos olhos. — D-desculpe...! Eu, eu tentei cortar o contato com você por que as rosas pararam de chegar! São caras demais, elas vêm de longe, você sabe! — Eu não me importo, você pode arranjar uma, duas, dez desculpas. Mas eu quero a porra das rosas até amanhã, se não eu furo seus olhos com os espinhos da primeira que eu encontrar, estamos entendidos? Segurei o queixo dela e disse em um tom agressivo, ela limpou as lágrimas e disse que "sim" com a cabeça. — Ótimo, e lembre de uma coisa... Não foi um blefe. Eu saí de lá batendo a porta.

    Parei no meio da rua para acender um cigarro e voltei a andar. — Que merda, eu a dou uma chance de vender rosas só para mim em troca do dinheiro pra pagar o tanto de gente que ela está devendo, e ela faz uma merda dessas?! Eu deveria ter recebido essas rosas hoje, caralho. Esbarrei em uma moça enquanto andava. — Perdão. Dei a ela seu celular que tinha caído. — Tudo bem! Eu só estava com pressa. Ela voltou a andar, olhei fixamente para a sua silhueta por alguns segundos antes de voltar a andar, joguei o cigarro em uma poça de água e fui para a minha casa.