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     Mesmo dormindo, ainda consegui sentir suas mãos invasivas em meu corpo, ainda consegui sonhar com o rosto dele

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Mesmo dormindo, ainda consegui sentir suas mãos invasivas em meu corpo, ainda consegui sonhar com o rosto dele. Cobri meu rosto com as mãos ligeiramente e a única coisa que pensei era em chegar na minha casa o mais rápido possível e tomar um banho. Me senti como se eu fosse um porco e estivesse sujo de lama, mas a lama na verdade era uma prova de que fui incapaz de me defender novamente.
Mal aguentei sair do carro, assim que abri a porta, o rapaz que estava dirigindo se virou para mim. - Você está bem? - Sim. Ele suavizou a expressão apesar de eu ter mentido, e me entregou um papel com um número. Assim que ele foi embora, entrei em minha casa analisando o papel e coloquei em cima da mesa da cozinha, fui até o primeiro banheiro que vi pela frente e tomei um banho, passei 10 minutos debaixo do chuveiro pensando no que tinha acontecido, as horas se passavam como se fossem anos, não quis sair dali, era a única coisa que me mantinha distraída, a sensação da água caindo sobre meus ombros era a única coisa que me tranquilizava em meio ao meu furacão de pensamentos, minha cabeça estava uma bagunça, não consegui organizar meus pensamentos... Eu só queria quw tudo isso passasse logo.
Por favor.
Eu não aguento mais.
Odeio me sentir assim.
Odeio me sentir nojenta.
Insuficiente.
Violada.
Eu me odeio.
Me odeio por nunca ter ouvido meus pais.
Por nunca ter ouvido meus amigos.
Hoje eles têm uma vida melhor.
Hoje eu fui estuprada.
Por não saber dizer "não".
Por não saber ser grosseira quando precisei.
Por minha culpa.
Por mim.
É tudo minha culpa.
Sentada no vaso sanitário, meu olhar caindo sob o sangue no chão, que não parava de escorrer. Eu não vi mais nada, não consegui respirar, me senti afogada. Minha visão escureceu, o sangue escorreu, e a luz apareceu.
Ouvi meu cachorro latindo e correndo até o quarto, ficou em duas patas e colocou as da frente em meu colo e lambeu meu rosto. Logo voltei à consciência, me levantei enquanto ele mordia meu roupão e puxava meu braço até a cama e latia, eu queria poder entender ele. Ele mordeu minha mão na qual o braço sangrava, me alertando dos cortes, eu queria que ele pudesse me entender melhor também, tudo foi apenas uma consequência de minhas escolhas, eu só quis aliviar a dor, eu só queria dormir e não acordar mais.

Dormir.
Eternamente.

     Nunca vi um relógio passar tão devagar

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Nunca vi um relógio passar tão devagar. Eu acordei com gritos em meu ouvido, eu estava dormindo dentro do banheiro em meu horário de almoço, mas acabei passando do tempo. Uma funcionária me achou e primeiro pensou que eu estava morta, foi até engraçado... Até eu ser ameaçada de ser demitida. Fui chamada na sala de meu chefe, que estava sentado em sua mesa, obviamente estressado. Sentei-me à sua frente e cruzei as pernas e ajeitei a coluna para manter minha postura apesar de saber meu destino.
- Você... Meu Deus, Helena. Ele se levantou e passou a mão no cabelo e logo seu olhar desceu pra mim. - Nunca imaginei que você faria algo do tipo. - Perdão. - "Perdão"?! Você acha que isso basta? Você era uma das minhas melhores funcionárias e agora vou ter que te demitir por que você simplesmente decidiu tirar uma "sonequinha" no trabalho, olha que patético. - Eu... Murmurei baixinho, sem saber o que dizer. - Arruma suas coisas e vai embora, por favor Helena. - O senhor não entende o quanto esse trabalho é importante pra mim, é sério! Surgiu uma onda de medo sob meu corpo e cheguei até a me arrepiar, pois isso estaria exposto e nenhuma outra empresa iria querer me contratar. - Eu faço qualquer coisa, por favor. - Não, Helena. Tirei minha blusa.

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!! 𝑫𝑶𝑵𝑨 𝑴𝑶𝑹𝑻𝑬 - (🔞)Onde histórias criam vida. Descubra agora