SWAT - A história de Christina Alonso

Capítulo 10

24 de Dezembro. Último dia de trabalho de Chris antes de ela entrar de férias por 15 dias. Jax chega dia 26 nos Estados Unidos para um recesso de dez dias, e alguns dias depois eles irão viajar para Nuevo Vallarta, no México, com alguns amigos de Jax para comemorar o ano novo.

- E aí! As malas já estão prontas? - Luca pergunta animado assim que Chris entra no vestiário.

- Ainda não! Sabe que gosto de deixar pra última hora. - Chris dá uma risada. - E Vegas? Estão animados? - Ela pergunta à Luca e Tan.

- Já estou separando o dinheiro para a jogatina! - Tan responde.

Luca dá o seu famoso soco o ar de comemoração: - Vai ser irado! Conseguimos ingressos para várias festas maneiras! Você deveria ir conosco! Vai fazer falta! No ano passado foi lendário!

Chris relembra o ano novo do ano anterior. Estava solteira há alguns meses e decidiu viajar com os amigos na virada do ano. Realmente a viagem havia sido muito boa. Ficaram em um resort em Aruba, com festa todas as noites. Duas amigas suas da época da faculdade foram também e todos se divertiram bastante. Não se envolveu com ninguém, apesar de ter conhecido caras muito atraentes. Mas não é do feitio de Chris, ao contrário das suas amigas, que ficaram com vários. Chris gosta de ir nas festas para curtir as festas. Dançar, ouvir seus DJs favoritos, se divertir com os amigos. Sempre chama a atenção de alguns pretendentes que tentam se aproximar, mas Chris sempre os corta com um sorriso no rosto, sem deixar que isso atrapalhe sua diversão. Também não é de beber. Prefere ficar na água e ser a amiga sóbria do rolê. 

- É, mas México também vai ser divertido! - Chris fala e tenta afirmar para si mesma. Ela também irá em algumas festas, mas não consegue deixar de sentir que estará perdendo momentos divertidos com seus amigos. - Street já decidiu se vai com vocês?

- Parece que ele vai passar por aqui mesmo, com uns amigos de Long Beach. - Tan fala sem dar muita bola. - Deixa eu ir que Hicks me chamou para uma tarefa! - E se retira do vestiário.

- Ei! - Chris se aproxima de Luca e fala mais baixo. - Sabe onde Street vai passar o Natal?

Luca se vira e mantém o tom baixo também: - Eu o chamei para ir pra casa dos meus pais. Disse que ele era bem vindo, que meu irmão também iria. Mas... Ele recusou o convite. - Luca diz com pesar.

- Acha que ele vai passar sozinho? - Chris pergunta preocupada.

- Ele não tem família, né... Não sei, talvez ele passe o Natal com esse pessoal de Long Beach também.

Chris fica pensativa enquanto se arruma. Realmente Street não tem uma família. Não tem irmãos e nunca mencionou nenhum outro parente. Seus pensamentos pairavam sobre isso até Deacon entrar no vestiário e chamar ela e Luca para a sala de operações. 

No final do dia, de volta ao vestiário, o time se despede desejando boas festas e trocando presentes e lembrancinhas. Chris fica propositalmente ajeitando suas coisas no armário, esperando todos saírem até permanecer apenas ela e Street no cômodo.

- E então? Onde vai passar o Natal? - Ela pergunta, tentando parecer despretensiosa, depois que todos se retiram. 

- Ahn... - Street tenta inventar algo mas acaba não conseguindo. - Vou visitar minha mãe. - Ele tenta organizar as palavras para explicar da maneira mais breve possível. - Todo ano rola um jantar lá... - Ele responde sem olhar para Chris, arrumando sua mochila.

Chris fica em silêncio por alguns segundos. - E depois?

Street olha para ela, automaticamente, e logo se arrepende, desviando o olhar. - Depois?

- É, no restante da noite... No dia seguinte...? Onde irá passar?

- Bom, amanhã eu estou aqui, de plantão.

- Mas e hoje depois que você sair da prisão, digo, do jantar? - Chris tenta medir as palavras.

- Bom, eu... Irei pra casa... Vou beber uma cerveja, assistir futebol... 

Chris tenta encontrar um jeito de falar com Street sem deixá-lo desconfortável. - Por que não passa o Natal comigo? - Street olha imediatamente pra Chris, surpreso. - Digo, com a minha família. Vamos fazer uma ceia na casa do Tyler. Você poderia ir, depois de jantar com a sua mãe.

- Hm, valeu, mas, acho melhor não. Não sou religioso...

- Eu também não sou! - Chris o corta rapidamente. Street olha desconfiado para Chris, sabendo que ela ia na igreja quando criança e que às vezes vai aos domingos com seu irmão ou com Deacon e sua família. - Digo, eu acredito em algumas coisas, vou na igreja às vezes, mas... Natal para mim significa família, sabe?

- Bom... Eu não ligo muito para o Natal... E também não quero me intrometer no jantar da sua família...

- Mas não vai estar se intrometendo! A família da minha cunhada vai estar lá, sempre passamos juntos. São todos muito queridos e sei que vão gostar de te conhecer! - Chris tenta convencê-lo. - Além do mais, Jacob tem me enchido o saco pra sair com você de novo! - Ela dá uma risada.

Street ri também e então fica pensativo. - Olha, eu agradeço, mas... Fica para uma próxima, tá? Seu irmão mora longe, amanhã vou ter que estar aqui... Acho que prefiro ir pra casa depois de ver minha mãe e descansar.

Chris, abaixa a cabeça, desanimada, e logo depois se recompõe e dá um sorriso: - Tudo bem, eu entendo.

- Feliz Natal, Chris! - Street fecha seu armário e se retira do vestiário.

- Feliz Natal! - Chris responde. Ela se senta no banco e fica pensativa.

Por volta das 21 horas, Street caminha desatento pelo estacionamento da unidade prisional em direção à sua moto. Quando olha para frente, a poucos metros de distância, se depara com Chris, encostada no capô do seu Jeep, estacionado ao lado de sua moto.

- Ué, o que você está fazendo aqui? - Street pergunta confuso e surpreso.

- Estava te esperando! - Ela dá um sorriso e anda em direção a Street. - Eu não aceito "não" como resposta. E já avisei à minha família que você vai. Eles já até colocaram um lugar à mais na mesa.

Street ri desacreditado. - Chris... - Ele balança a cabeça. - Não precisa disso. Está tudo bem, eu vou pra casa, vou descansar! - Eles ficam frente a frente.

- Eu não posso passar o meu Natal em paz sabendo que tenho um amigo que está passando sozinho. 

- Mas eu estou acostumado! Todo ano é assim... Eu até gosto! - Street tenta se afirmar.

Chris fica em silêncio, olhando para Street. Ela respira fundo e dá mais um passo próximo a ele. - Por favor, aceita o meu convite? - Ela fala calma e com um olhar doce. 

Street se sente desconfortável pela primeira vez perto de Chris. Mas não é um desconfortável ruim, apenas diferente. Ele sente seu coração acelerar um pouco os batimentos e, olhando os olhos de Chris, fica constrangido. - Tudo bem... Eu aceito o convite.

Chris abre um enorme sorriso, como uma criança. - Você pode ir me seguindo, mas vou te enviar o endereço por mensagem mesmo assim, caso a gente se desencontre na estrada! - Ela avisa, já entrando no carro.

- Por favor! Eu não vou aguentar ficar dirigindo a 60 por hora seguindo você! - Street zomba de Chris, tentando mudar o clima que, para ele, de repente, havia ficado muito intimista.