Capítulo 14

92 11 3
                                    

Caminhamos para casa de mãos dadas. Era como realizar um sonho, poder segurar a mão dele e mostrar para todas as outras meninas que ele era meu, que eu era dele. Poder sorrir para ele sem me preocupar com o que ia pensar. Esperei muito tempo por aquilo, e esperaria muito mais, só para sentir aquela alegria da sensação de me sentir completa. Isso, completa, essa era a palavra certa, com ele eu sempre estaria completa.
Abri a porta de casa e quase gritei, Bárbara e Victor estavam se agarrando no sofá. Bárbara de short e sutiã e Victor só de cueca. Jason colocou a mão em meu rosto tampando meus olhos, fiz o mesmo com ele.
- Meu Deus! - Falou Jason. - Nós crianças inocentes não podemos ver isso.
- Verdade. - Concordei. - Aí minha virtude.
Bárbara começou a rir enquanto colocava a blusa.
- Um casal não pode ter um tempo de pegação nessa casa. - Falou ela.
- Claro que pode, no quarto de vocês. - Falei rindo.
Victor estava vermelho de vergonha.
- Victor, você é um bom moço, não deveria está fazendo isso. - Falou Jason.
- Cala a boca, Jason. - Falou ele.
Comecei a rir, ele estava realmente irritado. Victor pegou a mão de Bárbara e a arrastou para a porta.
- Para onde vocês vão? - Perguntei.
- Para o cinema.- Respondeu Victor saindo de casa.
Olhei para Jason e caímos na gargalhada.
- Enfim a sós.- Falou ele, pegando minha mão novamente e me abraçando.
- Acho que sim. - Falei.
Ele me beijou e mais uma vez o mundo pareceu dissolver, era só eu e ele no mundo, e mesmo que não fosse, era só isso que importava. Eu e ele. Seus lábios tocavam os meus de uma forma terna e apaixonada. Mas, conforme nos beijavamos, algo parecido com eletricidade estática passou a transitar entre nós. O ar se tornou mais denso e quente. O beijo se intensificou, com a necessidade que tínhamos um do outro, a vontade incontrolável que nossos corpos tinham de se aproximar até nos tornamos um só. Até descarregar toda aquela paixão contida, todo aquele desejo escaldante. Coloquei minhas pernas em volta de seu quadril enquanto ele me segurava e levava para o meu quarto. Ele me colocou aós pés da cama, e olhou profundamente em meus olhos. Com um olhar intenso, quente e irracional. Retribui o olhar com um sorriso lascivo e um outro olhar apaixonado. Ele sorriu de volta, e um arrepio subiu pela minhas costas. Nunca o quis tanto como naquele momento. Entrelaçamos nossas bocas e corpos novamente, fui puxando-o para trás junto comigo, até estarmos deitados. Passei meus dedos por cada linha, marca e pinta de seu tórax. Depois o arranhei de leve nas costas, subindo as mãos até seu pescoço macio, beijando também aquela região.
"Eu te amo." Pensei.
- Você quer? - Perguntou ele.
Mordi o lábio e fiz que sim com a cabeça. Ele me puxou para cima dele e tirou minha blusa, enquanto eu me apressava em tirar a sua, e subir minha saia. Ao tentar abrir meu sutiã e fracassar, sussurrei ao seu ouvido:
- Deixa comigo.
Ele me abraçou mais forte pela cintura, sempre me beijando e mordiscando meu pescoço, boca, ombros e orelha. Me peguei entre um beijo cheio de ternura e paixão, além de algo ainda mais profundo. Meu coração batia tão forte que o escutava ressoando em meus ouvidos. Um sentimento diferente de todos que eu já sentir estava crescendo dentro de mim. Envolvi meus braços em torno de seu pescoço. Senti meu corpo sendo levantado novamente, enquanto ele me colocava deitada em baixo de si. Cruzei minhas pernas ainda mais forte em seu quadril, e ele plantou alguns beijos da base de meu maxilar até o início de meu tórax. A coisa passou a ficar mais intensa, e eu já não via ou escutava nada do que ocorria ao meu redor. Somente nossos batimentos cardíacos acelerados e nossas respirações ofegantes, em meio a nossos corpos suados que se encaixavam e se mexiam em perfeita sincronia. Quando enfim relaxamos e adormecemos, eu estava em seu peito. Sem querer largar aquela sensação de completude vinda da nossa proximidade. Aquela tinha sido a melhor noite da minha vida. A primeira de muitas, se meus desejos e pedidos fossem atendidos.

Cicatrizes: Quanto um amor machuca?Onde histórias criam vida. Descubra agora