Tolice [Hinny -Tradução]

Capítulo 6

Ginny não tinha certeza de como, mas acabou espremida no aconchegante sofá da casa de Nell cerca de vinte minutos depois. Como era a poucas quadras do pub (e Ginny nunca tinha visto a casa de tijolos banhada pelo sol antes), ela supôs que Nell havia conseguido guiá-la, ainda atordoada, até sua casa e a deixara na sala de estar aconchegante enquanto sua nova amiga foi para a cozinha, deixando Ginny sozinha com seus pensamentos.

Era perfeito demais, ela refletiu, inclinando a cabeça contra o estofado bege. Eu deveria ter sabido. Eu estava tão distraída com a beleza e as pessoas gentis dessa cidadezinha que não deixei a mim mesma ver o perigo. Oh, eu deveria ter sabido, no momento em que a palavra 'Hastom' saiu dos lábios de Luna... Luna. Aquela pequena traíra! Eu deveria ter percebido sobre quem ela estava falando quando mencionou enviar outro 'amigo' para cá. Ela se referia a Harry.

Pelo menos vê-lo aqui em Hastom respondeu à pergunta de onde ele tinha vivido todos esses anos. Ela sabia através dos rumores da família Weasley que ele havia colocado o título de sua antiga casa, Grimmauld Place, em nome de Teddy Lupin não muito depois de Ginny ter terminado o relacionamento deles. O garoto seria o proprietário absoluto quando atingisse a maioridade. Mas Harry não tinha se mudado para Hogsmeade ou qualquer outro vilarejo bruxo conhecido; ele não vivia em Londres, Edimburgo ou outra grande cidade da Grã-Bretanha e, como ele era um Auror a serviço do Ministério da Magia, não era permitido que morasse no exterior. Hermione uma vez mencionou de passagem que a única exigência que Harry havia permitido ao Ministério para ele como O Menino Que Sobreviveu foi garantir que sua nova residência fosse completamente Inacessível tanto para a imprensa quanto para a população.

Hastom certamente atendia a esses padrões.

As almofadas se mexeram. Ginny olhou para o lado e encontrou Nell sentada ao seu lado, com uma caneca fumegante em cada mão. Seus olhos azuis brilhavam com uma mistura de curiosidade e preocupação.

"Camomila," Nell disse, entregando a Ginny uma caneca com um girassol desbotado. "Acalma os nervos. Também coloquei um toque de gengibre para sua náusea. Sem cafeína, então é seguro para o bebê."

"Obrigada."

As duas mulheres beberam suas bebidas em silêncio por alguns momentos até que Nell colocou a caneca na mesa de café e se virou para a mulher mais jovem.

"Quando Harry chegou aqui pela primeira vez, há cerca de três anos," ela começou, encolhendo as pernas sob ela, "ele não estava em um bom lugar. No início, ele não falava com ninguém, apenas vagava pela vila sozinho. Foram dias até que alguém soubesse que foi Luna Lovegood quem permitiu que ele visitasse em seu lugar e ainda mais tempo até que percebêssemos quem ele realmente era. Harry Potter, em nossa pequena vila pitoresca, vagueando pelas ruas com uma carranca e uma barba desgrenhada no rosto. Ninguém conseguia reunir coragem para falar com ele, mas todos sabiam por que ele estava aqui. Era tão óbvio quanto pudim em seus olhos."

Ginny não queria perguntar, mas não conseguia resistir a se ferir. "Por que todos vocês assumiram que ele estava aqui?"

"Um coração partido."

Ginny acenou com a cabeça, mas não falou. Ela apertou a caneca até que suas articulações ficassem brancas enquanto Nell continuava.

"Eventualmente, ele começou a frequentar o pub do Bart para as refeições. A Sra. Nettles não tolera atrasos na hora das refeições e eu acho que ele se cansou de tentar fazer algo sozinho. Lembra como eu disse que meu marido se dá bem com todos? Bem, não levou muito tempo para ele fazer Harry conversar. Acho que o pobre garoto estava apenas solitário naquele momento e queria alguém com quem se conectar. Eles começaram a falar sobre missões em que cada um tinha participado – Bart era um Infiltrador na América, que é meio que como um Auror por aqui – e ele e Harry se deram muito bem. Aos poucos, Bart obteve a verdadeira história de por que Harry estava em Hastom."