Tolice [Hinny -Tradução]

Capítulo 13

Ginny se ajoelhou ao lado da mesa de centro, sua mão alcançando por baixo dela para esfregar a madeira com um pano macio. Acima dela, ela podia ouvir o chuveiro correndo silenciosamente. Do lado de fora da janela, a lua brilhava alta no céu, mas ela não estava disposta a deixar seu cansaço afetar sua determinação.

Honestamente , ela pensou enquanto limpava furiosamente, como pode haver tanta poeira em uma casa? Em nome das  flácidas cuecas Y-Frontais de Merlin, isso é ridículo! Minha mãe nunca limpou tanto em uma casa com dez de nós!

Claro, sua mãe teve o luxo de acenar sua varinha e assistir todo o trabalho manual ser feito para ela por uma cavalaria de espanadores e vassouras.

Ginny balançou a cabeça e torceu o pano no balde com sabão antes de voltar à tarefa em questão. Magia como um luxo. Bem, o Conselho da vila ficaria satisfeito. Ela estava realmente começando a apreciar a magia pelo presente que eles queriam que ela acreditasse que era. Curvando-se novamente, ela começou a limpar as pernas da mesa, engolindo um bocejo que ameaçava escapar.

Nada disso. Este lugar precisa ser limpo. Não há descanso até que esta casa esteja imaculada ou eu desmaie de exaustão.

A última parte não incomodou Ginny tanto assim. Permitiu que ela evitasse ir até a cama para se deitar, olhar para o teto quando o sono não vinha, não importava o quão pesadas suas pálpebras estivessem, e pensar sobre o que aconteceria amanhã...

As brasas moribundas do fogo ganharam vida e uma voz familiar chamou da lareira.

"Alô? Harry? Ginny? Tem alguém aí?"

"Estou aqui, Nell", Ginny respondeu. Estremecendo enquanto suas costas se endireitavam, ela rastejou instável de joelhos até chegar à lareira, apoiando uma mão nas pedras para se equilibrar enquanto cutucava a madeira com o atiçador de ferro. As chamas voltaram à vida lentamente e a cabeça de Nell apareceu.

Ela franziu a testa para Ginny. "O que diabos você está fazendo?"

"Limpeza. Esta casa é um verdadeiro chiqueiro."

"São nove horas da noite. Não dá para esperar até de manhã?"

"Não, certamente não pode." Ginny enxugou a testa, sentindo uma mancha de pó acumular-se em sua testa. Ela estava cansada demais para se importar.

"Gina..."

"Uma casa suja é um ambiente propício para bactérias e germes. Germes causam infecções e qualquer infecção que eu tenha, o bebê também tem. Como uma curandeira licenciada, você não deveria ficar feliz por eu estar sendo tão proativa em relação à minha saúde?"

"Normalmente, sim. Por outro lado, há muitas definições de saúde e eu, por exemplo, não caracterizaria abrir mão de um sono muito necessário para tirar o pó dos móveis como uma escolha saudável."

Ginny sentou-se sobre os quadris. Cada músculo do seu corpo gritava concordando com a avaliação da boa curandeira. "Está tão... sujo . Para onde quer que eu olhe, algo precisa ser polido ou esfregado. Quero limpar o tempo todo, mesmo quando não estou acordada. Tenho sonhos sobre lavar roupa, Nell. Lavanderia! O que há de errado comigo?"

"Absolutamente nada", Nell assegurou a ela. "É o instinto de nidificação. Quase todas as fêmeas de mamíferos vêm equipadas com ele. É apenas outra maneira da sua mente se preparar para o bebê. Você quer que sua casa esteja em perfeita ordem antes que o bebê possa chegar. É perfeitamente natural."

"É ridículo pra caramba, é isso. Quer dizer, não é como se o bebê fosse morar aqui quando nascer", Ginny respondeu. Ela olhou para o chão enquanto dizia isso, franzindo a testa para o quão gasta a madeira escura parecia.