Tolice [Hinny -Tradução]

Capítulo 18

Harry virou a página do jornal e balançou a cabeça. "Chudley vai partir o coração de Ron novamente este ano."

Ginny desviou o olhar de sua tentativa de tricotar e sorriu para a cabeça dele de seu lugar acima dele no sofá. "Não importa o que ele diga, aquele homem ama um relacionamento tumultuado. Secretamente, tenho certeza de que ele fica tonto com cada perda. Isso lhe dá mais agonia para se deleitar."

"Seu tio Ron", disse Harry, inclinando a cabeça para trás na almofada do sofá e se dirigindo à barriga inchada de Ginny, "é um homem admirável. Não consigo pensar em ninguém com mais honra. Dito isso, rapaz, se ele tentar lhe dar um pôster ou uma roseta do Cannon, corra para o mais longe possível dele. Não se deixe levar pela torcida por aqueles fanáticos laranja que não conseguiriam marcar um gol com uma cesta de quinze metros de largura."

"Você não precisa se preocupar. Meu filho será um devoto das Harpias e pronto", Ginny jurou. Ela tentou se concentrar em enrolar os fios teimosos de lã em um padrão com suas agulhas, em vez de um nó azul.

"Há muitos times excelentes por aí além das Harpias. E se ele acabar torcendo pelos Arrows ou Puddlemere United?"

"Ele pode gostar de quantos times quiser. Se eu descobrir que ele gosta mais de outro time do que das Harpias, vou colocá-lo em uma dieta rigorosa de intestinos de porco e olhos de peixe pelo resto da vida." Ela esfregou a barriga afetuosamente e se dirigiu a ela. "Você ouviu isso? A mamãe não está brincando nem um pouco."

"Você é brutal", disse Harry com um sorriso, continuando sua leitura de O Profeta Noturno .

"Como eu poderia não ser? Lembra quem me criou?"

"Naturalmente. Agora, voltando ao Quadribol: O que vai acontecer quando o pomo crescer e se tornar o apanhador mais talentoso-"

"Caçador."

"-que a Grã-Bretanha já viu? Sem alguns dos melhores trabalhos de Transfiguração e Feitiços conhecidos pelo homem, seu filho nunca poderá jogar pelas Harpias, todas bruxas. Você está me dizendo que você, a própria mãe dele, não vai torcer por ele se os Arrows dele estiverem jogando contra seu antigo time?"

"Não, eu vou ficar de pé e gritar para os céus com cada gol que ele fizer", disse Ginny. "Eu também vou fazer isso usando minhas vestes verdes."

Harry apenas balançou a cabeça. Eles caíram em um silêncio confortável e Ginny voltou seu foco para seu tricô. Não importava o quanto ela tentasse, ela não conseguia fazer o fio ficar parecido com a imagem no padrão que sua mãe havia enviado.

Continue trabalhando nisso, ela pensou, mantendo as agulhas se movendo. Esse garoto precisa de roupas que não sejam pastel e você precisa manter o máximo de galeões no bolso que puder. Sua casa precisa estar pronta e mobiliada antes que ele nasça.

Isso deixou Ginny com apenas seis semanas. Seis semanas até que seu julgamento finalmente acabasse e uma semana depois disso seu filho estaria aqui. Não tinha sido junho há apenas alguns dias, quando ela olhou incrédula para aquele pequeno caldeirão e viu diante de seus olhos enquanto a poção mudava de cor e toda sua vida mudava junto com ela? Era assim que ela se sentia. Agora, em menos de dois meses, ela estaria segurando seu filho. Havia grandes partes dela — por exemplo, seus braços vazios, seu coração e seu corpo dolorido — que não podiam esperar por aquele momento; sonhavam com isso todas as noites e contavam as horas durante o dia para quando ele chegaria. Havia também outras partes que, francamente, esperavam que ela pudesse ficar grávida para sempre. Ela poderia proteger seu filho enquanto ele ainda estivesse dentro dela. Ela poderia mantê-lo longe de coisas terríveis como dor e mentiras, protegê-lo de toda crueldade e pensamento ruim.