Capítulo 19

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Alguém me ajude! Ginny gritou a plenos pulmões. Por favor! Preciso de ajuda! Ninguém consegue me ouvir?

Ninguém respondeu e ela sabia que não responderiam.

Devem ter se passado dias, talvez até semanas ou meses, e ninguém a salvou ainda.

Talvez ela estivesse em um lugar onde não havia salvação.

Tudo o que Ginny sabia com certeza era que estava presa em algum lugar. Deitada completamente de costas, ela lutava para se mover enquanto entrava e saía de um sono sem sonhos, sem nenhuma maneira de medir o tempo entre a consciência e a escuridão. Seus braços, suas pernas, seus dedos, seus lábios; nenhum deles, nenhuma parte dela se movia um centímetro. A dormência parecia estranha. Havia uma dor profunda escondida atrás dela, pronta para atacar quando a oportunidade surgisse, e embora ela não conseguisse levantar seus membros, ela podia dizer que eles não estavam presos por nada. Quaisquer poções que ela tivesse recebido à força ou feitiços que tivessem sido colocados sobre ela eram as únicas cordas que a prendiam.

Até sua mente foi afetada. Ela não tinha a mínima ideia de onde estava ou como tinha chegado lá. Toda vez que tentava se lembrar, a exaustão tomava conta antes que ela fizesse qualquer progresso e a escuridão se instalava novamente. Não que ela soubesse o que estava procurando. O máximo que sua mente permitia eram pedaços e pedaços nebulosos: guirlandas de Natal; algumas notas de uma música; flashes a cegando; esmeralda brilhante e quente. Nada disso fazia sentido. A única coisa que ela podia fazer era tentar encontrar uma maneira de escapar, dos confins de seu corpo e de qualquer prisão que a estivesse prendendo.

Algo estava errado, isso estava claro. Algo tinha sido feito com ela. Uma parte dela estava faltando, e ela precisava encontrá-la.

Mesmo que ela não tivesse ideia do que era.

Ocasionalmente, o preto em que ela nadava desbotava para um cinza escuro. Foi quando ela pôde ouvir as vozes fracas por um curto período. Ela gritou o mais alto que pôde e ainda assim elas não ajudaram. Elas continuaram falando como se ela não estivesse lá. Ela não conseguia conectar muito do que elas estavam dizendo com o que estava acontecendo ao redor dela e dentro dela:

"Ela está tão parada. Minha filha não deveria ficar assim..."

"A imprensa está tendo um dia de campo absoluto. Eles estão acampados no saguão, tentando tirar uma foto. Vira-latas cruéis também. Robards até teve que designar um par de Aurores para ficar de guarda do lado de fora da enfermaria..."

"Mãe, você deveria ir se deitar por algumas horas. Fleur e eu ficaremos com ela. Não nos faça mandar o bom Curandeiro Nixon atrás de você..."

"Acho que manteremos sua filha sedada por mais um dia. Nossos testes ainda indicam que há traços de Thead no sistema dela. Outra rodada de tratamento de feitiço deve limpá-lo. Não queremos correr riscos."

"Ela será... afetada de alguma forma?"

"Levará um tempo para que sua força volte e pode haver uma série de efeitos colaterais do envenenamento: visão prejudicada, fraqueza muscular, perda de memória, paralisia temporária, insuficiência renal ou hepática. Ou ela pode passar por tudo isso muito bem. Tudo depende de..."

"Bart e eu finalmente o fizemos tomar a Poção do Sono. Ele fez Bart prometer que ficaria com o pequeno o tempo todo para concordar com isso. Mal foi preciso um gole para nocauteá-lo, o lunático. O que ele estava pensando, ficando acordado por quase três dias?"

"Você pode culpá-lo? Ele saiu do lado de Ginny por alguns minutos e... e isso aconteceu."

"Isso não foi culpa dele, nem um pouco!"

Tolice [Hinny -Tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora