Capítulo 9

47 5 59
                                    


Pisando silenciosamente na vasta estufa de Sapien Stellner ao lado de Harry, após uma longa caminhada pontuada por pequenas conversas tensas, Ginny só conseguia formar um pensamento ao descer um par de escadas trêmulas até o caminho de azulejos desgastados no meio do chão gramado:

Neville Longbottom entregaria de bom grado todos os Galeões que tinha só para entrar.

A estrutura de vidro era mais do que o dobro do tamanho da modesta casa que ficava atrás. Vinhas grossas e enroladas se entrelaçavam em cada fenda e superfície plana do edifício, poupando apenas o telhado em duas águas e alguns trechos nas paredes, que permitiam que a luz suave da manhã filtrasse. Havia uma flora distintamente brilhante, mas harmoniosa, em cada canto da sala: desde os imponentes e majestosos abetos, com um fruto roxo em forma de pêra pendurado entre as agulhas de pinho que afinavam e engrossavam como se estivessem respirando; até os arbustos laranja felpudos que cresciam uma flor branca como a neve, com uma substância espessa — que para Ginny cheirava a canela — escorrendo de cada pétala longa; até os fios finos de grama orvalhada que ficavam ao lado de um pequeno lago, todos se unindo em um sinal silencioso para enrolar as pontas superiores na água e salpicarem pequenas gotas de água nos pés dela e de Harry enquanto passavam. Até os insetos mostravam-se além do notável, com as borboletas que zumbiam uma valsa clássica nos ouvidos de Ginny com suas asas enquanto flutuavam delicadamente ao redor dela.

Ela se virou para Harry com os olhos arregalados. "Isso é incrível!" ela sussurrou, sua mente tentando acompanhar o que seus olhos viam. Hastom nunca deixava de surpreendê-la.

"Sim," Harry concordou tranquilamente. "Nada mal, não é?" Ele olhou ao redor da sala, não com admiração, mas com um propósito. Seus olhos se fixaram no canto esquerdo distante, e ele apontou para lá. "Ali está ele." Ginny viu o homem mais velho curvado sobre uma mesa, rodeado por uma coleção de plantas em vasos.

"Como devo pedir a ele?" ela perguntou a Harry, de repente nervosa por se aproximar do carismático, mas ainda intimidador, chefe do conselho da cidade.

Harry apenas deu de ombros. "Você é quem quer a cidadania. Você não precisa que eu segure sua mão para isso, Gin."

Irritada (e ainda gratificada por ele estar usando um apelido com ela novamente após tanto tempo), Ginny caminhou até estar a poucos passos de Sapien. Limpando a garganta, ela disse: "Sr. Stellner?" Ele se virou para encará-la, seus olhos dourados penetrando-a. "Desculpe a intromissão, senhor, mas posso ter um momento do seu tempo hoje? Gostaria de perguntar sobre—"

"Obter cidadania em Hastom," ele terminou, alisando as dobras de suas vestes negras.

"S-sim," ela disse, surpresa.

Talvez ele não estivesse mentindo no banquete, ela pensou apreensiva. Talvez ele realmente saiba de tudo.

O homem mais velho simplesmente sorriu, embora não tenha alcançado completamente seus olhos. "Me disseram, nas últimas semanas, o quanto você ficou encantada com nossa vila, Sra. Weasley. Não é necessário a visão de uma Vidente para saber que você desejaria permanecer aqui. Mesmo que eu possua essa visão, e algo mais." Ginny ficou perplexa.

Eu sabia! Havia algo... mais nele. Algo além da magia!

Enquanto o observava sob uma nova luz, Sapien olhou por trás dela, reconhecendo casualmente Harry. "Bom dia, Cidadão Potter."

"Bom dia, senhor. Como está esta manhã?"

"Meu coração está em paz, como sempre está quando estou aqui, cercado por esta beleza." Tirando a varinha de suas vestes, ele acenou com ela; duas cadeiras de vime, que combinavam com a sua, apareceram. Harry e Ginny sentaram-se em frente a ele enquanto ele continuava. "No entanto, meu coração também está triste pela perda de meu amigo e meu parente. Curioso, não é? A profundidade com que sentimos tantas emoções diferentes ao mesmo tempo."

Tolice [Hinny -Tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora