Vinte (FIM)

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O dia finalmente havia chegado, Jisung respirava fundo ao lado de Félix.

― Sabe como me tornei cupido? Meu namorado me esfaqueou, bem no coração, irônico né? Eu amava ele, mas do que tudo, e suportava todo mal que ele me causava, achava que merecia, e que nunca acharia algo melhor que ele, quando passei pelo abismo para me tornar um cupido, vi como seria se ele não fosse abusivo.

Félix ficou em silêncio por um momento.

― Era tudo que eu queria que ele fosse, nós adotamos duas crianças e tivemos uma vida feliz, e eu quase enlouqueci pensando porque não podia ter sido assim, porque não foi tudo daquele modo. Tome cuidado, eu quase enlouqueci, podia ter acontecido, mas não aconteceu, não importa quantos “e se” passarem por você, eles não foram realidade por mais que pudessem ter sido.

Félix saiu do lado de Jisung após sua fala e ficou ao lado do marido, os amigos todos estavam do outro lado da cratera aberta no chão.

E toda a população estava observando em silêncio.

― Volte para mim ― Minho falou para Jisung e deixou um beijo em seus lábios e se retirou parando ao lado de Bang Chan.

Jisung encarou os amigos e abriu um sorriso e acenou em tchau e então pulou no abismo.

Jisung abriu os olhos novamente e de repente estava de pé na frente de sua versão mais nova.

Jisung se aproximou e sua versão mais nova se levantou e correu atravessando seu corpo.

Jisung se virou para ver para onde a criança corria e então viu a criança abraçada a sua mãe.

A visão mudou de repente, e agora Jisung via como seria sua vida se ele não fosse homossexual e sua família tivesse o dado amor.

Jisung estava com uma menina loira ao seu lado, havia a visto algumas vezes, era cliente do restaurante onde já havia trabalhado.

Dessa vez a visão foi outra, Jisung observou seu corpo jogado na grama do quintal, Bang Chan estava lá mas não chorava, ele foi gentil e sorriu, e então sua alma subiu.

Sua vida se Minho não tivesse surgido.

Na outra visão, seu corpo havia sido jogado em uma sarjeta, chovia e estava escuro, sua roupa estava repleta de sangue, ao seu lado um cachorro de pelagem branca também estava jogado ao chão.

Os olhos de Jisung se encheram de lágrimas.

A visão mudou.

Agora ele estava em frente a um bolo de aniversário, com uma vela com o número dez, se seu aniversário tivesse sido comemorado.

Agora Jisung estava em um canto encolhido, Jisung se aproximou de sua versão adolescente e estendeu a mão para o rosto do rapaz.

O garoto levantou os olhos e foi como se o encarasse e então Jisung olhou para trás e viu seu pai com um cinto na mão.

Jisung engoliu em seco assim como sua versão mais nova, mas a visão não mudou dessa vez, permaneceu ali com o pai se aproximando.

― Não! ― Jisung exclamou e tentou empurrar seu pai, mas nada mudou, ele não podia mudar nada.

Quando o pai desceu o cinto para bater no adolescente Jisung fechou os olhos e então escutou uma gargalhada.

Assim que abriu os olhos viu sua versão mais velha, com sua família toda rindo, ao lado um homem que parecia ser seu marido, e sua família não o olhava com nojo.

Jisung fechou os olhos e respirou fundo, e mergulhou mais fundo no abismo do destino.

Do lado de fora Minho estava nervoso, faltavam alguns segundos até Jisung sair, e então a população começou a contagem regressiva.

4

Se jisung não voltasse teria se desintegrado.

3

Se voltasse poderia estar tão louco que se jogaria de novo no abismo.

2

Ou ele voltaria bem

1

Minho deu um pulo para trás quando o chão tremeu Jisung foi arremessado para fora do abismo.

Minho correu em sua direção e segurou o rosto de Jisung, o fazendo encarar.

― Voltei para você.

― Parece que o destino escolheu que karma você será ― Changbin falou atraindo a atenção de todos.

Jisung encarou o céu para ver o que estava escrito.

― Karma dos impunes: trará o karma para aqueles que morreram antes de receberem o karma em vida, organizará o tempo e qual sua punição, com foco em abusadores.

― Apresento vocês o Karma dos Impunes, Han Jisung! ― Minho falou levantando o braço de Jisung.

Toda a população gritou, alguns jogaram flores na arena e Jisung sorriu para todos e mais ainda para Minho.

― Agora acho que temos um julgamento para fazer ― Bang Chan falou para Jisung que abriu um sorriso.

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Jisung abriu um sorriso ao tomar seu lugar do trono e então encarou sua família na arena.

― Tive pouco tempo para pensar em o que a eternidade aguarda vocês, então pedi alguma ajuda, gula deu uma ideia do que fazer com vocês, mas eu pensei, porque não fazer um purgatório que juntassem tudo que engloba os sete pecados capitais, e todas as punições para todos vocês? Gostam tanto um do outro, que decidi que vão passar a eternidade juntos, comendo até não aguentarem mais, correndo, nadando, se esticando e se passarem por tudo… vão voltar e fazer tudo de novo.

― Isso não parece ruim ― A irmã de Jisung falou.

― Usando essas palavras não parece, vocês vão sentir sempre a esperança de que talvez tenha acabado, que talvez eu tenha alguma misericórdia por vocês.

―  Quando estiverem nadando e então a água entrar por seus pulmões e então vocês vão estar se afogando, quando estiverem correndo, mas cansarem, só que não vão parar de correr, seus sapatos vão se desfazer, e então sua pele, e ossos, quando comerem, e comerem, até que não aguentem, mas vão continuar engolindo, mesmo após vomitarem tudo, vão comer o próprio vômito, e quando forem se alongar, cuidado para não acabarem arrancando partes do corpo.

― E quando tudo isso acabar, vocês vão ver o paraíso de longe e serão arremessados para o início de tudo, é essa a sentença de vocês.

― Os levem ― Jisung falou e novamente a população gritou em ânimo.

Sua família também gritava, mas de desespero.

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Jisung estava sentado na mesa de jantar ao lado dos amigos, Chan e Seungmin estavam bem próximos.

― Resolveu parar de negar o amor de Chan? ― Jisung perguntou.

― Depois de muitos milênios, não apenas eu, Jeongin também parou de negar o amor por Hyunjin ― Seungmin falou para os amigos.

― E você, gracinha, está pronto para passar a eternidade comigo? ― Minho perguntou a Jisung.

― Estou totalmente disposto meu amor ― Jisung sussurrou e beijou Minho.

― Por favor, vão pro quarto! ― Seungmin exclamou fazendo os amigos rirem e então Minho e Jisung se teletransportaram para o quarto ― E mais um final feliz ― Seungmin falou erguendo a taça e os amigos brindaram.

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FIM

E terão mais algumas fics por aí, melhores que essa pois ainda á o que melhorar.

Karma//Minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora