Capitulo 8: O Teste de Quadribol

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Finalmente, a segunda-feira havia chegado. Desde que Marcus Flint anunciou os testes para o time de Quadribol da Sonserina, eu não conseguia pensar em outra coisa. Passei o fim de semana inteiro ensaiando mentalmente cada movimento, cada estratégia. A tensão que pairava no ar, misturada com a antecipação, era quase palpável. E agora, estava prestes a descobrir se todo esse esforço valeria a pena.

Flint havia sido bem claro: ele queria o melhor time possível, e por isso deixou o teste para a vaga de apanhador por último. Ele já havia praticamente confirmado todos os jogadores do ano passado, o que não foi surpresa para ninguém. O que restava agora era apenas a disputa mais esperada, entre mim e Draco Malfoy.

Quando finalmente chegou a hora, Flint nos chamou ao centro do campo de Quadribol. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que denunciava o quanto ele estava ansioso para ver quem sairia vencedor dessa disputa.

— Está na hora. Boa sorte aos dois — disse Flint, um sorriso malicioso se espalhando por seu rosto. Havia algo na maneira como ele falava que sugeria que ele já tinha uma ideia de quem seria o vencedor, mas isso só me deu mais vontade de provar o contrário.

Draco me lançou um olhar cheio de confiança, o que me irritou ainda mais. Ele estava tão seguro de si, como se a vitória já fosse dele. Mas eu não ia desistir sem lutar. Não hoje.

Assim que Flint deu o sinal, decolamos, ambos determinados a mostrar do que éramos capazes. O vento frio da manhã chicoteava meu rosto enquanto eu me concentrava em manobrar minha vassoura com precisão. Draco estava à minha direita, um pouco à frente, mas eu sabia que a velocidade não era tudo. Precisão, foco, e principalmente, paciência eram as chaves para capturar o Pomo de Ouro.

Draco, claro, não perdeu tempo para começar com suas provocações.

— Espero que esteja preparada para perder, Riddle. Ninguém espera que você ganhe de mim, afinal, sou o melhor. — A voz dele era cheia de desdém.

— Não se preocupe, Malfoy. Eu só vou precisar de uma chance. Além disso, o Flint me disse que sempre pode haver surpresas. — Respondi, mantendo o olhar fixo em frente, tentando ignorar a presença irritante ao meu lado.

O jogo estava acirrado. A cada volta pelo campo, a tensão aumentava. Eu conseguia sentir o olhar de Flint fixo em nós, avaliando cada movimento. Minha mente trabalhava rápido, calculando as melhores rotas para me aproximar do Pomo. Draco estava sempre por perto, pronto para cortar qualquer caminho que eu tentasse seguir.

Ele não perdia uma oportunidade de se gabar, tentando me desestabilizar.

— Está perdendo tempo, Isabel. Sabe que não tem chance, certo? — Ele debochou, acelerando para uma curva fechada.

— Não tenho pressa, Malfoy. Gosto de saborear a vitória — retruquei, mesmo que internamente a pressão estivesse me consumindo.

Foi então que o vi. O Pomo de Ouro brilhava à distância, quase chamando por nós. Meus olhos se fixaram nele, e eu soube que era a minha chance. Draco também o viu, e acelerou imediatamente. Estávamos lado a lado, em uma corrida desesperada para alcançar o pequeno e escorregadio alvo.

De repente, uma ideia me veio à mente. Se eu pudesse distraí-lo por um segundo que fosse, talvez tivesse uma chance real de vencer. Com um sorriso que eu sabia que o irritaria, soltei:

— Sabe, Flint não é só um ótimo capitão. Ele também é bem... atraente. Talvez ficar na reserva não seja tão ruim assim, se isso significar estar mais perto dele.

Draco se desestabilizou por um momento, seu foco claramente afetado. Ele olhou para mim, os olhos cinzentos agora queimando com uma mistura de ciúme e raiva.

— Você está brincando comigo? — Ele rosnou, tentando recuperar o controle.

A distração foi o suficiente para eu ganhar uma leve vantagem. Estendi a mão, tão perto do Pomo que podia quase senti-lo. Mas foi então que aconteceu. Minha vassoura, que até então estava respondendo perfeitamente, deu um estalo alto e começou a perder altura. Senti o desespero subir na garganta enquanto lutava para mantê-la estável, mas algo estava errado. Ela estava quebrando!

Draco, percebendo a situação, se aproximou rapidamente, sua expressão agora séria. Ele poderia facilmente pegar o Pomo e me deixar para trás, mas em vez disso, ele me alcançou, agarrando meu braço e nos colocando juntos em sua vassoura.

— Não vou deixar você se machucar, mesmo que isso signifique que eu vou ganhar de qualquer jeito — ele murmurou em meu ouvido, seu tom sarcástico voltando.

Sentei na frente dele, ainda tentando processar o que havia acontecido, enquanto ele manobrava a vassoura com habilidade. E, claro, com um movimento preciso, ele estendeu a mão e agarrou o Pomo de Ouro, encerrando a disputa.

Quando pousamos, Flint já estava esperando por nós, seus olhos avaliando a situação. Draco desceu primeiro, me ajudando a descer logo em seguida. Ele ergueu o Pomo, exibindo-o com um sorriso vitorioso.

— Parece que o melhor venceu, afinal — Draco disse, sua voz carregada de triunfo.

Flint deu um passo à frente, olhando para nós dois.

— Parabéns, Malfoy. Eu sabia que você conseguiria. Mas, Isabel, você foi incrível lá em cima. Quero que esteja pronta, porque se eu precisar de um apanhador, você será a primeira a quem eu vou chamar.

Eu sorri, tentando esconder a frustração de não ter vencido, e olhei diretamente para Malfoy antes de responder.

— Pode me chamar quando quiser, Flint. Quem sabe, fico de olho em você da arquibancada enquanto isso. — Minha voz saiu um pouco mais sedutora do que eu pretendia, mas foi o suficiente para ver a expressão de Draco se contorcer de irritação.

— Como se você preferisse assistir a participar, Riddle — ele disse, mordendo as palavras, claramente incomodado.

Eu simplesmente dei de ombros, sentindo que, apesar de tudo, aquela vitória particular ainda era minha. O jogo havia acabado, mas a verdadeira disputa entre mim e Draco Malfoy estava apenas começando.

DESTINO RIDDLE - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora