"Não lhe falta nada além de paciência, ou dê a isso um nome mais interessante, digamos: Esperança..."
(Razão e Sensibilidade - Jane Austen)Helena caminha de volta a sua casa e adentra pelos portões da casa de seu pai, ela logo vê sua mãe na porta principal.
A senhora Diaz aguardava seu retorno com impaciência.— Disse para voltar cedo, não?
— Eu voltei cedo mamãe, agora que estamos na hora do almoço.
— Recebi noticias da casa do Conde, o mordomo da casa foi visto no porto, sabe o que significa? O filho do conde chega hoje!
— Que "notícia boa" mamãe...
— É uma notícia MARAVILHOSA, logo terei uma filha condessa!
— Posso ir para meu quarto?
— Não! Vamos almoçar agora e logo após iremos a modista ajustar seu vestido de noiva!
— Mas já?
— Ora já, devo lembra-la que se casará em dois dias?
— Verdade, eu tinha perdido a noção do tempo, temos mesmo que ir a modista.
*Helena finge entusiasmo*
— Queria um sorriso nesse rosto, parece até que está indo para a forca! Ei olhe para mim!Por que sua saia está toda suja de terra?
— Eu caí, não foi nada.
— Se eu descobri que você anda aprontando alguma coisa, você mocinha vai se ver comigo!
— Esta tudo bem mamãe, eu juro. Vou me aprontar para sairmos.Senhora Diaz sabia quando a filha estava mentindo, mas fingiu não se importar. Ela já havia feito tudo o que podia para garantir o futuro de Helena e nada poderia estragar o casamento.
Ter se entregado ao conde foi algo que a senhora Diaz jamais contaria a alguem que fez, ela sabia que teria de levar aquele segredo para o túmulo e assim o faria.
Ela não deixaria Helena atrapalhar os planos dela.
Jamais.
— Estou pronta, vamos?
Helena usava um lindo vestido cor de rosa com rendinhas brancas e um chapéu pequeno.
Ela e sua mãe foram ao centro da cidade no ateliê da modista, onde ela vestiu seu vestido de casamento.
O Vestido era lindo, como de contos de fada, tinha uma saia bem comprida com várias camadas de seda e bordados com pérolas, um busto bem marcado pelo espartilho e lacinhos nas costas que deixavam o vestido bem rente ao seu corpo.
— Impecável.
*A modista declara ao vê-la no vestido*
— Um verdadeira condessa!
Senhora Diaz sorrir para a menina que olha nos próprios olhos pelo espelho, tentando reconhecer a si própria e falhando miseravelmente.***
Na mansão da familia Monteiro:
Daniel tentava digerir a grande noticia que havia caído em seu colo:
— Ele não tem esse direito! Ele não pode decidir minha vida por mim dessa forma!
Daniel estava em seu quarto junto com Pedro que ouvia sobre as noticias do casamento.
Daniel estava perdendo a cabeça.
— Essa chantagem foi bem cruel de fato, primeiro ameaçou sua irmã e depois a moça.
— Pedro eu não sei o que fazer...
*A respiração de Daniel falhava e suas mãos tremiam*
— Olha Daniel, se acalme, eu estou aqui ok?Vamos pensar por um momento.
*Pedro abraça Daniel bem forte*
— Eu espero que vocês não estejam planejando uma fulga sem mim...
*Ana interrompe a conversa entrando no quarto*— Jamais te deixaria para trás...
— Não foi o que eu ouvir quando você e o papai estavam no escritório...
— Uma lady não deve ouvir atras da porta. *Pedro interrompe também zombando da situação*
— Eu não precisei ouvir atras da porta, os dois estavam berrando! Todos da casa ouviram.
— Eu não quero ser igual a ele...
— Irmão você jamais será como ele, pode ter certeza disso. Posso falar uma coisa?
— Não irá me persuadir a nada, se veio aqui para isso, pode sair...
— Nada disso, me escuta, eu conheci a moça, ela é boa, é gentil, e eu sei que você gostará dela.
— A questão não é essa! A questão é ele achar que é dono de mim. Ana isso não está certo!
— Você tem razão Daniel, é mesmo uma prisão sem muros, meu pai jamais faria isso comigo, até porque o pai dele fez isso com ele, papai foi casado antes de minha mãe, a primeira esposa dele morreu no parto juntamente com o primeiro filho dele, ela e a criança partiram, poucos meses após o casamento...
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Verdade, Honra e Amor
RomanceSerá possivel escolher entre a verdade, a honra e o amor? Ambientado no séc XV, no auge da escravidão e das grandes navegações. A menina Helena se vê obrigada por sua mãe a se casar com o filho do cruel Conde Monteiro, pois sua familia está afundada...