Capítulo 3: O retorno

99 9 103
                                    

"A essa altura seria tão fácil esquecer seu nome do que a comida que me alimenta, seria mais fácil esquecer a comida que alimenta meu corpo pobremente do que esquecer seu nome que nutre meu corpo e minha alma..."
(Michelangelo - 1533)

— Essa noite é muito importante Pedro, eu devo aproveitar meu último momento de liberdade antes de adentrar aquele navio e voltar a ser prisioneiro de meu pai

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Essa noite é muito importante Pedro, eu devo aproveitar meu último momento de liberdade antes de adentrar aquele navio e voltar a ser prisioneiro de meu pai...
*Daniel estava ansioso e inquieto*
— Depende do ponto de vista, essa sua prisão não é bem uma prisão.
— Eu vivo na mais triste das prisões, uma prisão sem muros.
*Daniel fica reflexivo por um momento, aquela afirmação era uma dolorosa verdade*
— Vamos amigo, admita logo que essa sua ansiedade toda é por causa da Vienna!
— Eu nunca disse isso...
— Claro que não! *Pedro rir*—Está estampado em sua cara.
— Vamos logo!

Eles foram até a taberna, sentaram no balcão e pediram cervejas.
Daniel logo a encontrou, e caminhou até ela.
— Boa noite linda
— Boa noite Dan, já soube das notícias, o senhor está partindo pela manhã não é?
— Infelizmente...
— Imagino que queira uma despedida especial, vamos subir ou o senhor pretende terminar de beber primeiro?
— Vienna poderia deixar o Daniel acabar de beber antes de leva-lo para o pecado?
*Pedro interrompe*
— Engraçado ser protetor dele agora, visto que foi o senhor que nos apresentou, isso seria ciúmes?
*Pedro não riu, pelo contrário, se afastou*

Daniel já havia percebido certo estranhamento entre os dois antes, mas nunca havia perguntado nada, preferia ignorar para não perder nenhum dos dois. Mas isso mudaria hoje:
— O houve entre você e Pedro? Antes achava que eram amigos, mas agora não aprecem se suportar.
— Ele tem ciumes ora, não ver?
— Não parece ser isso.
— Veio aqui falar de Pedro ou veio sentir prazer? Esqueça ele e vamos subir.

Contra esse argumento Daniel não poderia relutar, então logo depois estavam nos lençóis se entregando ao prazer, como Daniel sabia que logo estaria longe, se entregou como nunca fizera antes, ele sabia que seu corpo chamava por ela e sabia que nunca poderia nem sequer pensar nisso, que dirá falar isso, mas se aquela seria sua última chance, ele não poderia deixar a oportunidade passar.

— Sabe eu odeio a alta sociedade, as pessoas decidem o que os outros podem ou não ser... *Daniel falou olhando nos olhos dela enquanto acariciava seu rosto*
— Um jovem lorde que odeia a sociedade, isso é novo para mim.
— Porque? Eu deveria amar?
— Deveria, já que não é um trabalhador pobre e sim um menino rico. *Ela zomba e rir*
— Sabe Vienna, eu não estou dizendo que não sou privilegiado, eu sei que sou, só estou dizendo que eu pudesse, eu jogaria tudo isso para o alto e seria outra pessoa, teria outra vida, faria o que eu quisesse e amaria quem eu quisesse...
— Quem você seria Dan?
Ele para por um momento e confessa:
— Não sei, mas adoraria descobrir...
— Engraçado, tudo que o senhor tem feito é tentar descobrir quem você é desde que chegou aqui. E tudo o que viveu na cidade? Toda a libertinagem, as bebidas e o prazer, não o ajudaram em nada? Ora ainda é aquele menino que teme o desconhecido.
— Não sou.
— Isso não foi uma pergunta.
— Não me chame de menino, eu já sou um homem. *Ele fala a puxando pelo cabelo para mais um beijo*.
— Você sempre será um menino para mim.

Verdade, Honra e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora