"Eu queria... tantas coisas. Coisas de que não sentira necessidade em toda a minha vida antes de conhecê-la. Coisas que certamente não quisera antes. E senti que algumas delas, coisas que sempre achei impossíveis, poderiam, de fato, ser muito possíveis..."
(Sol da Meia Noite)Daniel e Helena estavam cientes de que produzir um herdeiro deveria ser o maior objetivo que o casal poderia ter, pelo menos naquele momento em que eram recem-casados, então para afastar seus pensamentos das palavras e atitudes crueis que seu pai pudesse apresentar, e ainda por cima aproveitar a companhia de Helena, Daniel fez questão de passar a maior parte da semana de lua de mel se dedicando juntamente com sua esposa a sua prazerosa tarefa.
Helena já estava ficando envergonhada pois já fazia quase seis dias que eles não saiam de seus aposentos, apenas se conhecendo e se amando.
Daniel estava deitado com Helena em seu peito, eles se beijavam intensamente.
— Sabe...tenho medo do que sua familia está pensando de mim.
— Eles estão pensando que você é uma excelente esposa e que logo teremos muitos bebezinhos. *Daniel responde rindo*
— Muito engraçado, falo sério, e se seu pai pensar mal de mim.
— Não se preocupe com ele, aliás nem sequer pense nele, certo?
— Você não o ama não é?
— Eu amo...*Daniel para e reflete por um momento* — Quando pequeno, acreditava que ele era o homem que eu deveria ser quando crescesse, ele não tinha medo de nada, andava a cavalo e sabia lutar com espadas, ele era meu herói.
— E agora?
— Agora eu não sei quem ele é. Talvez ele seja apenas o velho conde escravocata que odeia tudo e todos, apenas ama seu título e seu dinheiro.
— Sinto muito por você e pela Ana, vocês são pessoas maravilhosas.
— Bem ninguém é perfeito, mas devemos sempre tentar ser melhores não?
— Acredito que devemos ter coragem e acima de tudo sermos gentis.
— Coragem e gentileza não são sinônimos. *Daniel sorri para Helena tentando entender seu raciocinio*
— Bem a gentileza é para não ferir os sentimentos de ninguém, e a coragem é para não deixar niguém ferir os seus próprios sentimentos.
— Você é surpreendente, com quem aprendeu a ser assim?
— Meu pai.
— Meu bem, ele não deixou sua familia afundada em dívidas? Como ele poderia ter ensinado esses valores a você?
— Ele cometeu muitos erros, mas ele era um bom pai, ele era meu melhor amigo, ouvia cada palavra que eu dizia, e era capaz de tudo por mim, uma vez estavamos no campo, e ele me ensiou a atirar, errando o próprio tiro, para que eu me sentisse forte e tentasse vencer por mim mesma.
— Mesmo assim, ele não deixou segurança para você, isso não parece amor.
— Como você disse, ninguem é perfeito.Com isso Daniel não poderia argumentar, o amor que Helena sentia por seu pai era genuino, e ele admirava isso, em sua mente Daniel fazia anotações sobre coisas que ele ia descobrindo sobre a personalidade de Helena, pequenas atitudes, falas ou gestos, ele a observava fascinado.
Ele já sabia que ela era imprudente, pois naquele momento na praça havia arriscado sua vida sem pensar duas vezes para proteger aquela criança. Ela também era empática, observava e sentia a dor do outro, também era amigável, pois já havia conquistado o carinho e a confiança de Ana e Pedro. E além disso sabia que ela era amável, pois em pouco tempo ao lado dela, ele ja se sentia afeiçoado profundamente a ela.
Também poderia adicionar mais uma qualidade a menina que justificaria todas as suas atitudes anteriores, ela era BOA.
Boa como aquelas pessoas que colocam as necessidades dos outros acima das suas, foi o que Helena fez ao se casar para salvar sua mãe de viver na pobreza. Era uma experiência extraordinária poder conhecer alguem assim, Daniel estava verdadeiramente encantado.
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Verdade, Honra e Amor
RomanceSerá possivel escolher entre a verdade, a honra e o amor? Ambientado no séc XV, no auge da escravidão e das grandes navegações. A menina Helena se vê obrigada por sua mãe a se casar com o filho do cruel Conde Monteiro, pois sua familia está afundada...