"Por mais curta que seja, você consertou minha vida, e me iluminou..."
(Siegfried sassoom - 1917)— Seu pai não ficará feliz com seu visitante francês...
*Senhor Hugo tenta aconselhar Daniel*.
— Meu objetivo não é deixá-lo feliz,
e sim faze-lo ver que nossos objetivos para um futuro próspero devem ir além da cor.
*Daniel responde de maneira sarcástica*.
— Daniel sempre teve opiniões fortes senhor Hugo?
*Pedro pergunta ao velho mordomo*
— Sempre teve um espirito bem livre de fato, mas as asneiras que fazia não eram tão graves. Sem querer ofender.
— Ele não está mentindo senhor Hugo, eu sou filho de um duque, não temo o velho Conde. Meu título é superior ao dele.
— Eu não tenho nada a dizer...
*Senhor Hugo tenta dar um fim a conversa*, mas Daniel inisite:
— Porque está tão preocupado? Não é só por causa de Pedro, o que meu pai andou aprontando?De repente a carruagem freia para, os cavalos gritam e o cocheiro tenta acalma-los.
Daniel e Pedro são lançados para frente e quase caem em cima um do outro. Todos escutam um som muito alto, choro de criança, e logo surgem sons de pessoas gritando, a voz de um homem se destaca naquela multidão de vozes:
— Volte aqui sua criança maldita!!!***
Helena estava chegando na praça quando se deparou com a cena: uma criança pequena que deveria ter seus 5 ou 6 anos, de pele escura que provavelmente era filha de alguma escrava dali, fugiu dos comerciantes e estava tentando encontrar sua liberdade, desesperada correu em direção a estrada onde caiu e paralisou em frente a carruagem onde estava Daniel, que freiou de maneira brusca quase a atropelou.
— Já disse criatura! Saia do caminho e volte para cá!
Um homem grita, segurando um chicote em sua mão. A criança deitada no chão chora pois sabe irá ser castigada pela sua tentativa de fulga, e não consegue se levantar, parece fraca e sem forças.
Helena não pensa em sua atitude e corre para socorrer a menina.
— Pare por favor! Deixe em paz a menina!
Helena grita, se joga na terra e se coloca entre a menina e o homem.
— Saia você também! Como ousa me enfrentar menina? Não se envolva com meus negócios!
— Ela não é um negócio, é só uma criança!
— E você quem é para enfrentar um homem!? levará umas chicotadas junto com ela por me enfrentar!Daniel e Pedro ao verem a cena pela janela da carruagem decidem interferir, Pedro fica indignado com aquela cena cruel e está disposto sair no soco com aquele homem.
— Eu vou socar tando esse homem!
— Não Pedro, deixe que eu resolvo isso.Daniel desce da carruagem e grita:
— Deixe elas em paz! Como ousa ameaça duas meninas indefesas? Um homem de valor jamais levantaria a mão para duas meninas!
— Liberte ela! *Helena grita*
Os olhos de Daniel e Helena se encontram por um momento, os dois sentem algo diferente dentro de si, uma sensação física como se fosse calor, agitação, ansiedade, ou simplismente saudade, saudade de algo que ainda não aconteceu.
— A jovem lady está tentando ajudar minha escrava a fugir! Isso é um crime! Quem é você para me dá ordens?!
— Um homem de valor jamais ameaçaria uma criança. *Daniel responde firmemente*
— Essa criança é jovem, trabalhará longos anos ainda antes de morrer, mas se ela tentar fugir de novo, a mato agora mesmo, assim servirá de exemplo para todos os outros!
— Quanto ela custa? *Daniel pergunta*
— Mais do que você pode pagar rapaz!
Daniel tira do bolso do seu casaco um saquinho com 10 moedas de ouro e entrega ao homem.
— Isso é mais que o suficiente para ela e a mãe dela, traga ela aqui agora. *Daniel ordena*
Helena, ainda ofegante, o observa sem acreditar.
Pedro também faz o mesmo.
— Sim... de fato é bem mais do que elas valem.
O homem responde surpreso em ver tal quantinha de dinheiro em suas mãos e chama a mãe da menina que vem em sua direção chorando, pega a filha no colo e abaixa a cabeça.
— Está aí, elas são seu problema agora senhor. *O homem fala e logo observa a carruagem de Daniel, ele o reverencia se retira feliz com seu pagamento*
VOCÊ ESTÁ LENDO
Verdade, Honra e Amor
RomanceSerá possivel escolher entre a verdade, a honra e o amor? Ambientado no séc XV, no auge da escravidão e das grandes navegações. A menina Helena se vê obrigada por sua mãe a se casar com o filho do cruel Conde Monteiro, pois sua familia está afundada...