O duque de Weinfield, Wuxian, não se dá bem com o visconde Wangji. A história deles é antiga, mas Wuxian nunca o perdoou pelo passado. Wangji o enganou e o deixou na cama com um lenço de lembrança, parece uma história comum, isso se o que se sentiu...
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Wuxian estava exausto, tem estado exausto por muito tempo. Se apenas as obrigações fossem seu único problema, ele seria um nobre rechonchudo e feliz como o príncipe regente. Entretanto, seu lobo o desgastava, o duque se esforçava diariamente para mantê-lo são. Às vezes queria apenas desistir, a dor era demais, então se entregava aos prazeres mundanos, se distraia o suficiente para não cair. Era por sua família e as famílias da qual era responsável como duque que ainda se mantinha com um propósito, mas estava cansado, admitia.
O alfa observava seu mordomo colocar os melões alinhados sobre uma árvore caída, estavam em um lugar remoto no Regentes Park, o dia começava a clarear, encoberto por nuvens que ameaçavam um dia chuvoso.
Uma coisa ecoava em sua mente, desde que saiu do baile arrastando o peso morto de Thomas Willahelm para um local discreto e aguardava Lafayette com outra carruagem.
Ela o chamou de mama.
O alfa ficou atordoado quando ouviu da primeira vez e mais ainda com o desespero da ômega quando se expressou como se Wangji fosse repreendê-la por estar naquela situação da qual ela foi vítima. Wuxian pensou em seus irmãos mais novos, principalmente em West, ele ficou tão perdido que a dor invadiu seu peito como uma lâmina. O instante de prazer que teve com o ômega que amou foi sufocado completamente.
Wuxian não conseguia amá-lo novamente, o desejo de sua parte era apenas superficial, não havia aquele frio na barriga. Wangji, que nunca foi como os outros para ele, agora se juntava aos demais, ele não conseguia confiar; seu lobo, por mais confortável que ficasse na presença dele, não confiava porque quase não existia. O alfa se tornou uma árvore seca, seu lobo não estava reagindo da maneira que pensou.
O duque terminou de colocar a munição em seu revólver, girou o tambor e fez a mira; o estampido ecoou com os pedaços de melão explodindo com um tiro preciso bem no centro. E repetiu por cinco vezes sem errar.
— Preciso, como sempre, vossa graça. — Lafayette o agraciou com um elogio, mas parecia nervoso.
— Novamente, por favor...
O mordomo se apressou para reposicionar novos melões diligentemente. Wuxian não queria conversar, sua cabeça doía, ele não estava bem. Nesses dias ele fugia para alguma propriedade para trabalhar como qualquer serviçal, ou procurava distração em camas que o aceitariam sem questionamentos. Mas, no momento, ele não sentia desejo por mais ninguém, era inútil. Talvez trabalhar até sentir que seu corpo inteiro doía fosse melhor.
Recarregando sua arma distraidamente, ele não conseguia apagar de sua cabeça... Ela o chamou de mama. Repetitivo. Chato.
O que ele estava fazendo? Já era um homem, era responsável por muitas coisas... o que estava fazendo brincando com uma menina com idade de West?
