Desperte!

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Olá, diamantes! É bom te ver por aqui!

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O duque permaneceu na mesma posição todo o tempo, os olhos vidrados em cada palavra que o ômega articulava, não esboçou nenhuma emoção, apenas ouviu em silêncio

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O duque permaneceu na mesma posição todo o tempo, os olhos vidrados em cada palavra que o ômega articulava, não esboçou nenhuma emoção, apenas ouviu em silêncio. Parecia uma estátua que respirava.

Wangji não poupou detalhes, por mais vergonhosos, descabidos e ingênuos pudessem parecer. O ômega sabia o quanto era ignorante sobre muitos assuntos, falar sobre o passado apenas o machucava, porque agora entendia muitas das coisas pela qual passou. Wangji era e ainda é somente um ômega, sobrevivendo sozinho e de algumas migalhas que lhe deram durante a jornada.

Ele chorou em algumas partes, sem deixar que comprometesse sua narração cronológica dos fatos. Doía relembrar como foi vendido, como esteve sozinho gerando e criando o filhote deles. Seu lobo estúpido passou todo o tempo encolhido, como se estivesse amedrontado, olhando perdidamente para o alfa sério e imóvel.

Wuxian poderia tê-lo interrompido, gritado com ele, o chamado de estúpido, o amaldiçoado e praguejado sobre suas ações e seu nome. No entanto, ele apenas ficou ali, ouvindo. Era assustador de certo modo, o ômega não sabia o que esperar de alguém tão silencioso. Contudo, quando confessou seus medos do porquê estar ali há tanto tempo sem ter revelado sobre o filho, Wangji se sentia mais leve. Independente do destino que o aguardava quando o alfa resolvesse, por fim, abrir a boca e tomar uma atitude, o ômega sentia que estava preparado para encarar qualquer destino. Não havia mais segredos de sua parte. Só dependia de Wuxian agora, para acreditar em sua história e salvar o filho deles.

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Já estava amanhecendo quando Wangji terminou seu elaborado relato, Wuxian o observou atentamente, não queria ser enganado pelas palavras doces do ômega, como foi no dia que ele o abandonou sem contar pelo que passava.

O alfa respirou fundo, fechou os olhos por um instante quando Wangji terminou. Ficar na mesma posição por horas ininterruptas deixou seus músculos tensos, principalmente somado a condição do ômega. Ele era responsável, obviamente que se preocuparia com qualquer ômega precisando de cuidados, não era um troglodita.

Wuxian abriu seus olhos, olhou para o chapéu ainda em suas mãos, estava amassando onde segurou com força. Seu lobo, mesmo que deitado no lado escuro de sua mente, manteve os olhos abertos e tão atentos quanto Wuxian. Eles não seriam enganados. O alfa queria rir, ao saber a versão do ômega, sendo tudo verdade ou não, seu peito não doía mais, no lugar havia um imenso vazio. Ou era extremamente cômico, ou ele estava perecendo finalmente, ou aquele ômega já não significava o que um dia significou.

O duque não acreditava que Wangji poderia ser tão ingênuo, embora apreciasse a força que teve ao longo desses anos. Agora, acreditar em cartas que nunca foram entregues e mesmo que estivesse sido, Wuxian teve várias complicações para alcançá-lo. E não conseguiu, parecia que tudo convergiu para não ficarem juntos. Aquela famigerada carta, não seria de ajuda alguma. Também não podia deixar de pensar que o ômega, ao invés de seduzi-lo, deveria ter lhe contado. O passado não era algo que podiam mudar, Wuxian nem mesmo gostava de visitá-lo, como fez através das palavras do ômega. Entretanto, não havia dor. Era engraçado pensar que ela se foi como um dia chegou.

O Duque MarcadoOnde histórias criam vida. Descubra agora