16 - Identidade

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Era incrível como as circunstâncias mudavam tão drástica e rapidamente.

Algo simples, que havia começado como uma simples aventura entre dois jovens, tomou proporções absurdamente maiores. Mentiras, conspirações, ameaças, guerras... Raças inteiras submetidas a violências e abusos sem tamanho, toda a população mundial sob uma manipulação vil, o interesse econômico acima de vidas. Todo esse mal uniu aqueles seis desconhecidos em um grupo próximo, quase como uma família.

Os Guerreiros do Destino não lutavam especificamente contra Baruc, ele era apenas uma pessoa. Sua imagem, influência e poder, esses sim eram os verdadeiros vilões. Isso porque eles nem podiam imaginar os esquemas e planos secretos do grande empresário. Talvez descobririam um pouco mais durante o interrogatório que tinham planejado.

Ou será que o destino guardava mais uma reviravolta?

As engrenagens já estavam todas encaixadas e girando. Os jogadores estavam em campo, fazendo suas jogadas e fintas. As peças tinham passeado por quase todo o tabuleiro e se juntado em Reganta. Mas talvez algo estivesse errado nessa configuração, atrapalhando o funcionamento correto de todo esse esquema.

E se uma das engrenagens precisasse ser removida? E se um jogador fosse substituído? Era possível trocar uma peça por outra sem alterar o fim do jogo?

Baruc não tinha muito o que fazer, inconsciente e amarrado, sem qualquer habilidade ou Classe para ajudá-lo. Os seis companheiros estavam em uma posição clara de vantagem, não tinha como algo dar errado.

Ou tinha?

Hiner convenientemente ficou de fora de toda a ação. Somente observava as ações dos Guerreiros em uma posição segura, sedento para entrar em ação no momento certo. Com tantos anos de preparo e antecipação, era óbvio que ele nunca colocaria seu plano em risco.

Será?

Hakim já havia partido deste plano, deixando para trás apenas seu legado e inspiração. Infelizmente, mais ninguém havia se manifestado ou agido para ajudar seus pupilos, tomando o posto de novo Oráculo.

Ou havia?

De dentro de sua mente, analisando as visões e o que fazer, o próximo Oráculo suspirava. Qualquer passo em falso, qualquer deslize e a destruição de Kairos ainda aconteceria. Tantos sacrifícios já haviam sido feitos, tantas pessoas sofreram, tantas vidas perdidas... Era tarde demais para desistir. A aposta tinha sido alta e não tinha como voltar atrás.

Uma daquelas engrenagens, jogadores ou peças deveria ser removida. Era como tinha que ser.

— Orkan! Você também conseguiu! — Lithor exclamou ao ver seu colega entrar pela porta, enquanto removia os resquícios de tinta que cobriam seus braços

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— Orkan! Você também conseguiu! — Lithor exclamou ao ver seu colega entrar pela porta, enquanto removia os resquícios de tinta que cobriam seus braços.

— Ei! Sem usar nossos nomes agora — Aestus advertiu, usando um tom de voz mais formal, como se aquilo trouxesse ainda mais seriedade ao momento, que já era tenso. — Sei que ele ainda tá desacordado, mas é melhor que o Baruc não saiba nossos nomes, caso algo dê errado. Vamos nos chamar pelas Classes a partir de agora — e, virando-se para Orkan, acrescentou: — É bom te ver novamente, Ladino.

Os Guerreiros do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora