8 - O Cristalário Colorido

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"Sem vítimas dessa vez! Por favor, sem vítimas dessa vez!" Hiner pensava, enquanto corria pelas ruas de Foscor, sua capa negra dançando contra o vento. O incêndio no Hotel Grandioso foi uma aposta muito grande e arriscada, mas ele estava disposto a gastar todas suas fichas neste gambito. Talvez ele devesse ter diminuído a potência do feitiço, talvez ele podia ter criado um pequeno foco de fogo. As alternativas eram tantas, mas ele fez o que pôde. Seu raciocínio ficou prejudicado ao lidar diretamente com uma Guerreira do Destino.

Seu coração batia acelerado enquanto ele relembrava de seu encontro com Hadria. Hiner parou de correr para recuperar o fôlego. Ele não achou que ficaria tão nervoso, porém a ausência de preparação piorou a situação. Tudo estava correndo tão bem que ele não imaginou que precisaria intervir assim tão diretamente e tão cedo. Só que, para que seu grande plano desse certo, a pequena Bruxa precisava sair de Foscor. Não tinha outra alternativa. E esse improviso fez com que Hiner agisse de maneira descuidada.

Agora, Hadria e, por consequência, os outros Guerreiros do Destino sabem que ele não tem só uma Classe. Por mais que ele tivesse tentado agir como algo bem ensaiado, tudo não passou de um erro besta. Como Hiner sempre vivia escondido, ele havia se acostumado a se curar sempre que se machucava, tornando-se praticamente instintivo. No entanto, ao colocar seus pensamentos em ordem, ele conseguia vislumbrar como essa nova informação poderia ser benéfica e até mesmo proveitosa.

O que importa, no final das contas, é que o grupo já estava novamente no caminho certo, com destino a Dunascas. Eles tinham uma longa viagem pela frente e Hiner precisaria ficar de olho naquela equipe tão propensa ao perigo. Sempre escondido, sempre por detrás das cortinas, mas sempre atento. E, a cada dia que se passava, ele sabia que todos os envolvidos se aproximavam mais e mais de Baruc.

"Ah, Baruc," Hiner pensava. "Você é muito poderoso, mas é tão previsível. Principalmente pra mim, né?" E ele riu, mentalmente.

A fim de evitar pensar na destruição que tinha acabado de cometer, Hiner começou, então, a imaginar o que faria quando finalmente reencontrasse o grande empresário, cara a cara. "Baruc com certeza lembra do último encontro que tivemos, tantos anos atrás. Eu definitivamente não esqueci," Hiner pensou, com um sorriso maquiavélico em seu rosto.

Algumas horas depois do fogo ser controlado, Foscor ainda lidava com as consequências do grande incêndio

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Algumas horas depois do fogo ser controlado, Foscor ainda lidava com as consequências do grande incêndio. A cidade levaria muitos e muitos dias para voltar a ter ao menos um semblante de normalidade. Muita sujeira e detritos acabavam com a perfeição das ruas e casas, cobrindo vários bairros com uma fuligem espessa e fedida. O dia estava começando, por assim dizer, já que não havia o raiar do sol, mas os moradores e trabalhadores já estavam muito empenhados em consertar o que podiam. As ruas eram lavadas e varridas, pedaços do hotel eram colocados em carroças puxadas por Lebretões, Marceneiros e Ferreiros chegavam ao hotel na esperança de serem contratados para a reconstrução. O Grandioso era, afinal, parte da história de Foscor.

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