1 - Querido Diário

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O Início

2010

Querido Diário
Estou começando a questionar se realmente estou sóbria, algo em mim mudou, desde que me mudei para Wisconsin.
Estou sozinha, não tenho amigos, minha mãe está grávida e meu pai está ansioso enquanto organiza o quarto para um novo bebê, me sinto tão só...

Me mudar foi uma decisão difícil tomada pelo meu pai, ele recebeu uma promoção, mas pra isso teria que se mudar, as coisas rolaram tão rápido, quando notei já estávamos a caminho do aeroporto, dormi um pouco e quando notei já era a hora do embarque.

Quando entramos no avião senti meus dedos formigarem, minhas mãos começaram a suar, senti calafrios por todo meu corpo, meus pelos eriçaram, um frio na barriga me fez olhar para os lados, minha vista começou a ficar turva, foi quando senti um par de mãos nos meus ombros, ouvi alguém...

Era a minha mãe, ela dizia pra mim ficar tranquila, que nada de ruim iria acontecer, disse que eu deveria fechar os olhos e respirar fundo...

Eu fiz exatamente isso, quando me senti melhor, olhei em volta e meu pai estava desesperado, enquanto a aeromoça pedia para que ele se sentasse, mamãe segurou em uma das minhas mãos e me levou até nosso assento.

Deitei a cabeça no ombro dela, senti ela acariciando meus cabelos, sem perceber que estava com a mão na barriga dela, senti os primeiros chutes do bebê que ela carrega no ventre. Me apaixonei por ele, e nem sabia se era ele ou ela. Mamãe ao perceber que o bebê chutava, olhou para o assento de trás, fez um gesto com as mãos para papai que fez um pequeno gritinho abafado.

Começo a rir quando um homem que está ao lado de papai o olha confuso e ele faz uma careta de sério, adormeço nos braços quentes e macios de mamãe, tive bons sonhos naquele dia...

Quando chegamos em Wisconsin, papai nos levou para a delegacia onde ele iria trabalhar de agora em diante, lá um homem mais velho e bem barbudo o convidou para o escritório dele, mamãe e eu ficamos sentadas numa espécie de sala de descanso enquanto esperávamos por ele.

Depois de um tempo, papai voltou com um grande sorriso no rosto, mamãe ficou um pouco cismada, mas papai disse que era porque ela estava com fome, fomos tomar café numa cafeteria fofa, tomei leite com chocolate e marshmallows, mamãe tomou leite com picles, um nojo, por que grávidas são assim?

Papai teve que comprar picles numa loja ao lado porque ela estava começando a chorar dizendo que ele nunca faz o que ela quer, morrendo de vergonha ele correu pra fazer o que ela queria antes que começasse um show, papai tomou café puro, ele diz que é o que os homem tomam.

Papai chamou um táxi, deu um endereço ao motorista e ajudou mamãe a sentar no banco da frente, após eu começar ficar tonta olhando os prédios pela janela, o carro simplesmente parou, papai desceu e ajudou mamãe a se levantar também, pegou nossas malas e guiou mamãe até a entrada de uma casa, quando viu que eu estava ainda dentro do carro e que o motorista estava começando a partir largou as malas e correu atrás de nós, o motorista sem entender olhou para trás e me viu na janela, imediatamente parou o carro e desceu, brigou com papai por me esquecer e me tirou de dentro do carro, acariciou minha cabeça, sorrio, entrou no carro e foi embora. Depois disso nunca mais o vi...

Quando destrancaram a porta daquela casa, mamãe surtou, era uma casa linda, cheia de decorações, ela rodou ao redor da sala, a casa tinha um lindo lustre, escadas decoradas com desenhos de flores, os móveis eram de couro puro, armários antigos e bem cuidados, tinha uma sala de estar enorme, 2 quartos grande, 1 escritório, sala de jantar, e uma cozinha maravilhosa.

Porém houve uma questão, onde colocariam o bebê?

Alguns dias depois, papai começou a transformar o escritório num quarto para o bebê, ele começou a decorar com cores neutras, afinal, ainda não sabemos qual o sexo do bebê.

Meu Privado Mundo - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora