Capítulo 18 - Rainha Má e a Branca de Neve

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Voltei e voltei pra te arrasar! Segurem o rojão que é esse capítulo!

~*~

~Altagraça Rivera~

Os momentos ao lado de Clara foram revigorantes, não poderia me sentir mais leve. Construímos memórias no mesmo lugar em que o "nós" outrora, fora destruído.

Tudo que eu quero com ela é o que nunca tive com ninguém.

Um lar de verdade.

Uma família de verdade.

Quando voltarmos à Miami irei apresentá-la devidamente, como minha.

Minha.

Esse sentimento de pertencimento me transborda além da borda da minha consciência.

Vivemos tanta coisa, e a vida fora tão cruel neste meio tempo; acredito que merecemos a mais infinda felicidade.

E eu posso dar isso a ela, sei que sim.

Esses dias que tenho estado com Clara, tem sido sublime, único. Não quero que acabe nunca, mas o dever me chama e ela deve voltar às suas atividades normais. Descobri que seu desejo por cuidar de animais vem desde que ela ganhou seu primeiro cavalo, e que morava na fazenda de seus avós antes de viajar até Medellín.

— Então nunca teve muito contato com seu pai? – pergunto assistindo a jovem colocar um pedaço de torrada um pouco grande demais na boca. Rio para mim.

— Não. – responde-me de boca cheia e o sorriso que era apenas para mim, se externaliza.

Tenho sorrido demais.

— Meus avós sempre me diziam que eu intimidava meu pai por parecer demais com minha mãe, ele por sua vez, se sentia muito culpado de não ter tido êxito no tratamento dela. – deu de ombros, despreocupada o suficiente para terminar seu café da manhã.

— Ele sempre te super protegeu, achava que era um exemplo como pai. – apoio meu cotovelo na ponta da mesa e pondero, recordando todos os momentos em que Ivan teve surtos só por se aproximarem de sua filha.

A risada doce de Clara me tira dos pensamentos, atraindo de volta meu olhar.

— Ele me protegia de você! – aponta um dedo para mim, me fazendo olhá-la escandalizada. — Sabe da fama que tem aqui na Europa? Te chamam de Rainha Má; poderosa, linda; e fatal a garotinhas como eu. Touché. – pisca um olho na minha direção, me fazendo suspirar.

Essa garota...

— Isso me lembra de como te chamavamos em Colômbia. – estou com o corpo voltado à ela, tudo na minha linguagem corporal está.

Tudo sempre esteve.

— Branca de Neve? – me entrega a resposta com a língua entre os dentes, em uma espécie de sorriso.

E que sorriso...

— Exatamente.

— Sabe, talvez em outra vida, fomos elas.

Rio, olhando-a estranho.

— O que? Isso seria impossível! Elas sequer ficam juntas... – eu digo exasperada pela fala boba da garota.

Clara atravessa sua mão sobre a mesa para entrelaçar nossos dedos.

— Mas nessa vida estamos juntas, não estamos?

Uau.

Esta mulher tem mesmo o dom de me deixar sem ar.

Me levanto rapidamente do meu assento, apenas para deixar um beijo apaixonado em sua boca.

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