Me espreguicei na cama, esticando os braços em busca do John, mas tudo que encontrei foram lençóis vazios, pisquei os olhos repetidamente e me sentei, quando olhei para a cômoda havia um bolo de dinheiro enrolado.
O sangue ferveu em minhas veias, me levantei e saí pisando duro com aquele dinheiro em mãos até a varanda, assim que abri a cortina vi John fumando seu charuto matinal na varanda, então eu gritei:
-EU NÃO SOU UMA PUTA! - eu de fato era, mas ele não precisava saber.
Comecei a arremessar todas aquelas notas de cem dólares no ar, que foram rodopiando vários andares para baixo sob a brisa suave da manhã.
John franziu o cenho, deu mais dois tragos e soltou a fumaça dando de ombros, depois se levantou e entrou para o lado de dentro, fechando a cortina preta atrás de si.
Aquilo me enfureceu, eu estava tomada de ódio, como ele ousava pensar que eu tinha me vendido pra ele? Eu tinha me entregado de corpo e alma por uma noite inteira, eu queria conhecê-lo melhor, queria que me admirasse e quisesse me conhecer melhor, de onde aquele maldito filho da puta tinha tirado que eu estava fazendo a porra de um programa?!
Cravei as unhas em meu próprio rosto e comecei a puxar os cabelos enquanto gritava desesperadamente andando em círculos pela sala, uma taça de vinho foi a primeira coisa que vi e arremessei na parede:
-POR QUE SEMPRE TEM QUE SER ASSIM?!Caí de joelhos, comecei a bater a testa no chão e amaldiçoar a vida, eu era uma bagunça, condenada a ser sempre um objeto sexual, mas eu só queria ser amada, queria ser vista e valorizada, John precisava enxergar a mulher incrível que eu era, ele tinha que entender que ao lado dele eu me tornaria completa, ele precisava se sentir como eu me sentia a respeito de nós dois, e eu o obrigaria a fazer!
Passei o restante do dia chorando em posição fetal no tapete felpudo da sala, e só quando anoiteceu foi que eu criei coragem pra tomar atitude.
Me levantei, peguei o vinho na geladeira e bebi tudo em uma golada só, deixando o líquido vermelho escorrer em meu decote, depois fui para o banheiro e tomei um banho fervente, esfregando a pele até ficar vermelha.
Me sentei na penteadeira e fiz um penteado vintage perfeito, uma maquiagem pesada, coloquei minhas jóias favoritas e um vestido preto com uma fenda até a coxa, por cima um casaco de pele.
Andei até o prédio ao lado e me deparei com o porteiro, de queixo em pé com meu nariz de boneca eu o olhei com desdém:
-Avisa ao sr. Copolla que estou subindo.O homem, com indiferença, discou no telefone e esperou, depois tapou o fone e disse:
-Ele perguntou o que você quer?Revirei os olhos, e respondi:
-Diz pra ele que estou muito ofendida, e ele me deve um pedido de desculpas.O porteiro falou, depois virou pra mim:
-Ele disse que vai descer, espera sentada ali naquele sofá.-Obrigada, senhor porteiro - falei, dando as costas e indo me sentar.
.:.Quando a porta do elevador se abriu, agarrei o estofado do sofá com as unhas e me endireitei, John estava tão charmoso naquela camisa cinza, a calça social e o sapato importado, o cabelo perfeitamente alinhado com as duas faixas acinzentadas:
-Boa noite Lana - ele me estendeu a mão - Posso te oferecer um jantar?-É claro - respondi, sorridente - segurando na mão dele e seguindo para fora do hall, aonde um carro nos aguardava.
O caminho até o restaurante foi desconfortável, ele ficou em uma ligação com algum sócio ou algo do tipo, falando sobre negócios e resolvendo problemas de homens importantes.
Eu aproveitei pra tomar a champanhe que estava lá e apreciar a paisagem do upper east side, até que chegamos ao restaurante francês mais caro da região.
Imediatamente o maître encontrou uma mesa pra gente nos fundos, um lugar reservado com luz baixa, e lá nos sentamos.
-Eu realmente te devo desculpas - começou John, me olhando nos olhos - Não estou acostumado com as mulheres daqui de Nova York, acabei confundindo as coisas...
-Tudo bem - respondi, dando um gole demorado no espumante - Eu admito que fui um pouco pervertida com você, mas é que pensei que já tivéssemos uma conexão pelo que fizemos na varanda, sabe?
-Entendo Lana - ele deslizou a mão até a minha encima da mesa - Eu realmente gostei muito da noite que passamos juntos, foi algo que eu não realizava há muitos anos, por isso quis te recompensar de alguma maneira.
-E recompensou errado - falei com uma expressão séria, depois sorri - Mas agora está corrigindo, estar aqui essa noite demonstra isso, que você é um cavalheiro, e um safado também.
John sorriu de canto, mostrando um covinha charmosa no rosto másculo:
-E você é uma dama, com esse rostinho angelical e uma mente diabólica - ele baixou o tom de voz e olhou ao redor - A minha vontade era de te arrastar pro banheiro e foder o seu cu até você gritar.Escutar aquilo me fez suar de tesão, eu cruzei as pernas pra pressionar minha buceta e me inclinei na mesa pra deixar os peitos maiores:
-Quero que você me puna mais uma vez, todas as noites se possível, quero sua mão tatuada no meu rosto com os tapas violentos.-Desse jeito eu apaixono, sua cadela - John segurou meu queixo com o dedo indicador e o dedão, e me deu um beijo lente e sútil.
Suspirando, dei outro gole no champanhe e perguntei:
-Só por curiosidade, John qual é o seu signo?!-Áries, e o seu?
Eu odiava arianos, sempre tão racionais e cruéis, calculistas e frios, mas tudo bem, eu ensinaria John a ser um homem dedicado e obcecado por mim, era apenas questão de tempo em nosso relacionamento que estava apenas começando
... E com um sorriso sínico no rosto, jogando o cabelo pro lado e olhando por cima dos olhos, respondi:-Eu sou de peixes, é claro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐌𝐢𝐬𝐬 𝐕𝐢𝐜𝐢𝐨𝐮𝐬
Lãng mạnApós uma troca de olhares, Lana se torna obcecada por seu vizinho do prédio em frente, alimentando essa fantasia ela vai aos poucos cometendo atos duvidosos para se aproximar do homem que acredita ser o amor de sua vida, e aos poucos, vai perceber q...