𝒸𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁𝑜 10

100 11 5
                                    

Ainda estava dolorida, mancando um pouco pra andar depois do sexo anal agressivo com John, então de café da manhã tomei dois analgésicos com um gole de vinho e fumei um cigarro na varanda, no prédio da frente Annelise pintava uma tela em seu cavalete enquanto John digitava algo no notebook, maldita rotina de um casal aparentemente feliz.

Eu estava acendendo uns incensos quando a campainha tocou, por estar próxima da porta atendi imediatamente e vi alguém saindo apressado, a pessoa não esperava que eu fosse abrir tão rápido e paralisou, depois olhou por cima do ombro:
-Oh droga - disse, tímido - Era pra ser só um presente.

Me agachei e peguei o vaso de orquídeas com um cartão, estava escrito:
-Obrigado por cuidar de mim, e ser tão atenciosa, e me desculpa pela bagunça na sua sala de estar, prometo te recompensar melhor.

Um sorriso bobo se formou no canto dos meus lábios e fui na direção dele para lhe dar um abraço, que ele recebeu suspirando no meu ouvido, senti o pau dele endurecer imediatamente embaixo da bermuda de basquete, eram os hormônios de ser ter dezoito anos.
-Foi mal - disse ele, sem graça, ao perceber que notei - Tentei ser fofo, mas com você é difícil se segurar.

Deslizei minha mão no volume do pau dele e acariciei, depois subi e peguei em sua mão que estava enfaixada, dei um beijinho na palma e encostei a ponta do dedo indicador nos meus lábios:
-Eu não quero que você se segure, meu bem.

Dylan fez uma cara de coitado, com aqueles olhos verdes e cabelo loiro desgrenhado no rosto, estava suado pois aparentemente tinha jogado basquete antes de ir pra lá:
-Mas eu não estou cheiroso, e não tenho dinheiro agora, só vim te deixar as flores mesmo.

Peguei na mão dele e comecei a levá-lo até a escadaria de emergência, olhei de canto de olho enquanto abria a porta:
-Não me importo, quero você agora, e sei que você me quer.

Descemos alguns degraus, encostei ele na parede de pedra, a lâmpada estava prestes a queimar e a luz ficava piscando... Lhe dei um beijo intenso e demorado, sentindo seu corpo gelado de suor no meu, sua barriga definida e lisa por baixo daquela regata, quando a tirei passei a língua em sua axila peluda e ele ficou extremante surpreso com isso, eu sabia ser uma garota nojenta, e sabia que era disso que eles gostavam.

Me ajoelhei e baixei a bermuda dele, seu pau estava úmido e quente, era muito grande e curvado como um anzol pálido da cabeça rosada, comecei a chupar e fui deixando úmido de saliva até deslizar garganta abaixo, ele segurou na parede e gemeu baixinho, sentindo algo que nunca devia ter sentido antes, o fundo de uma garganta.

Dylan gozou vários jatos grossos direto na minha língua, eu brinquei com o esperma na boca antes de engolir, estava doce e áspero.
...

Quando voltei para o meu apartamento, misturei café preto com vodka e me sentei no sofá pra pintar as unhas do pé, e estava muito concentrada quando escutei alguns gritos abafados vindo da varanda, franzi o cenho e imediatamente me levantei, andei com os dedos dos pés pra cima pra não borrar e fui até a cortina, me escondi e espiei por uma fresta.

Annelise e John Copolla estavam discutindo intensamente por algum motivo, ela estava com as mãos no cabelo, colocando pra trás e andando em círculos, impaciente.

Já John, de braços cruzados com um cigarro pendurado nos dentes apontava o dedo pra cara dela e dizia:
-Isso pouco me importa Anne, nós temos um acordo já faz muito tempo, porque agora de repente tudo isso virou uma questão?!

Ela negou com a cabeça, incrédula:
-Porque eu quero salvar esse casamento, porque te amo seu imbecil, mas parece que estou remando contra a maré.

Ele então pegou pelo pulso dela e apertou, depois a empurrou contra a parede:
-Nunca mais me ofenda, tá entendendo?! - ele imprensou a mão dela na parede - Exijo respeito acima de tudo nessa casa, e em momento nenhum te ofendi, estamos conversando como adultos nessa porra!

-Já disse que não gosto quando encosta em mim desse jeito - ela retrucou - Não sou nenhuma puta pra te obedecer e abaixar a cabeça, sou uma mulher estudada e com dignidade, tá entendendo?!

John então, olhou para o lado e talvez tenha se tocado que os vizinhos pudessem estar vendo algo, então foi até a cortina e a fechou violentamente, depois a porta de vidro.

Eles continuaram discutindo agressivamente mais agora o som estava abafado e não dava pra entender nada... Eu apenas encostei na parede e cobri a boca, estava eufórica e feliz, aquele era um sinal de que haviam rachaduras naquela fachada de bom casamento da alta sociedade... E era a minha chance de entrar, especialmente agora que eu conhecia Annelise, eu faria a cabeça dela cada vez mais contra ele assim que descobrisse o motivo do desentendimento.

Coloquei um vinil da Lana Del Rey pra tocar e continuei pintando minhas unhas de lilás, assoviei a canção em puro estado de êxtase, depois fui até o banheiro e me preparei um banho quente pra relaxar enquanto tomava uma taça de vinho branco, aquela onda de melancolia estava começando a deixar meu corpo e era o momento de enxergar a luz no fim do túnel, John Copolla ainda seria o meu homem, custasse o que custasse, eu seria Lana Copolla em breve...

Já estava prestes e passar a máscara facial e colocar os pepinos nos olhos quando recebi uma mensagem no celular, estiquei o braço para pega-lo encima da privada, era da Annnelise:

-Boa noite amiga, desculpa te incomodar essa hora, mas não estou nos meus melhores dias... Enfim, meu esposo vai viajar essa noite e queria ver se você pode tomar um vinho comigo e passar um tempo juntas, estou meio depressiva e não queria ficar sozinha, o que acha?

Com um sorriso malicioso, respondi na mesma hora:
-Conte comigo, amiga.

𝐌𝐢𝐬𝐬 𝐕𝐢𝐜𝐢𝐨𝐮𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora