09 - A carona.

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    Coloco o cinto assim que tomo reação do que está acontecendo. Minha blusa antes branca, agora está transparente e grudada no meu corpo.

Envergonhada eu levanto o olhar para o lado e o Professor Grant me encara, com as sobrancelhas franzidas. Ele desce o olhar lentamente para os meus seios e eu o sigo.

O sutiã rosa claro com diversos ursinhos marrons estão completamente visíveis, puxo minha bolsa e escondo a visão rapidamente. Achei que ele notaria meu desconforto e pelo menos procurasse disfarçar seu olhar, mas não é isso que ele faz.

Fascinant – Sua voz sai baixa, olho para ele, minhas bochechas esquentam o Professor molha os lábios com a língua e em seguida, retira seu cinto e se inclina para o banco de trás do carro, puxando uma jaqueta preta e empurrando para meu colo.

– Vista! – Ruge, voltando a colocar o cinto e ligando o carro.

Meus lábios já estavam tremendo de frio, então não perco tempo e visto a mesma.

O perfume amadeirado entra pelas minhas narinas e eu pisco tentando não demonstrar o quanto o perfume é delicioso.

– Onde estão seus pais para a buscarem ou você é inútil até mesmo para tirar a habilitação? – Ele pergunta assim que passamos pela saída da universidade.

Engulo em seco. Me sentindo ainda mais magoada pela crítica.

– Eles não puderam hoje, Professor – Respondo, formando minhas mãos em punho e puxando para dentro da manga da jaqueta, eu estou tremendo em frio.

Não sei se era impressão minha, mas o caminho parecia bem mais longo que o normal, ou o tempo passa realmente em câmera lenta quando ele está perto?

Todo o seu ar de autoridade fazia meus sentidos se agitarem me fazendo sentir perdida em minhas próprias ações, é torturante.

Ele segue o caminho em silêncio e quando dou por mim, ele para em frente a minha casa. Tiro sua jaqueta rapidamente e entrego em suas mãos antes de pegar a alça da minha bolsa, pôr no ombro direito e levar a mão na maçaneta.

Puxo a mesma mas a porta não se abre.

Minha respiração falha.

– Professor... – O chamo, tentando entender. Escuto o som do carro sendo desligado e em seguida o cinto dele ser retirado. Mas o que?

Seus olhos se arregalam, assustada.

– Vou levá-la até a porta – Sai do carro, destravando a minha porta, não perco tempo e saio também do carro.

Tombo para trás já o vendo parado a minha frente.

Subo na calçada e tento passar por ele, porém sou impedida com o seu avanço. Minhas costas grudam novamente no carro e o Professor me prende contra o mesmo.

– Preciso ir – Digo, atordoada, o que está acontecendo?
Petite fée... – Meus olhos encontram os seus, eles estão escuros e a força que ele me olha faz minhas pernas fraquejarem, me sinto começar a ficar entorpecida por toda a tensão que nos cerca, será que apenas eu estou sentindo isso?

Mas, porque ele sempre procura em esnobar mas agora está aqui me chamando de "pequena fada" ?

– Obrigada pela carona, Professor – Tomo coragem e empurro levemente seu peito, ganhando espaço para sair da jaula que ele fez.

Sem esperar sua resposta, eu caminho até em casa sem olhar para trás, apenas escuto a porta do caro se fechar e em seguida o carro sendo ligado e saindo acelerando em alta velocidade.

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