12 - Erro.

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E L O W E N

– Eu não estou nada a fim – Tento novamente fazer com que a Missy desista dessa ideia sem nexo.
– Ah, vamos? Por favor – Ela faz beicinho para mim, em uma tentativa de tentar me convencer.

Ela quer ir em uma calourada no meio da semana, em comemoração por ser fim de semestre e alguns professores já ter dado férias, menos Alesso.

– É a nossa primeira calourada, vamos! – Agora ela me puxa levemente pelo braço. Verônica e Kevin nos observam, eles já desistiram faz tempo de tentar me convencer.

– Hoje ainda é Quinta-feira... – Respondo suspirando, podia sentir meu couro cabeludo pinicar em suor, tamanho o estresse que me dá em alguém ficar a todo momento repetindo a mesma coisa.

Estou quase cedendo apenas para ela me deixar em paz.

Amanhã temos que entregar o trabalho que decidirá nossa aprovação no semestre da matéria dele.

– Ainda tenho que fazer alguns ajustes no trabalho, não dá... – Tento argumentar. Mas eu estava mentindo, ontem mesmo quando cheguei em casa me obriguei a terminar o mesmo, claro que com a ajuda do papai.

Na verdade mesmo eu estou cansada e com sono, e amanhã tenho que ver ele de novo, isso requer muito preparo psicológico.

– Nós já vimos ele e está perfeito! – Agora é a vez de Kevin se intrometer. Reviro os olhos e aperto a bolsa com o notebook nos braços. Ceder é a única maneira de ser deixada em paz.
– Tenho que avisar a meus pais... – Mal acabo de falar e ela começa a dar vários pulinhos a minha frente.

Como não tenho coragem de pedir a meu pai, eu opto por mentir.

"Pai, lembra daquele trabalho? Vou fazer alguns ajustes na casa da Missy, e vou dormir lá, pode ser?" – Mando a mensagem. Eu sei que ele vai deixar, já que no ensino médio eu ia constantemente para a casa de uma amiga e ele sempre deixava.

"Claro, vamos passar a noite fora de qualquer forma, sua mãe foi substituída no plantão" – Ele responde.

Desvio o olhar da tela do celular e reviro para Missy que abre um sorriso gigantesco no rosto.

Me disseram que a calourada vai ser na casa de um veterano em medicina, e que esse é o último semestre dele e está dando a festa em comemoração.

Ele mora em uma república não muito longe do campus.

Acabamos por optar vestir nossa roupa de corpo da aula prática que tivemos hoje, tomamos banho e nos maquiamos com os itens que Verônica sempre anda na bolsa.

Minha roupa consistia no meu all-star cano alto, preto, uma das minhas leggings pretas, e uma blusa regata branca com um top preto por baixo. Estou até que apresentável, quer dizer, podia ser pior.

Já Verônica parecia que sabia dessa festa a muito tempo. Ela está vestida com um vestido curto, na cor preta.

Missy estava como eu, com a diferença da sua regata ser amarela e a leggings brancas.

A observo pelo espelho bagunçar seus cabelos para que fiquem mais volumosos. Sempre fico fascinada com eles, Missy não precisava definir os cachos ou fazer qualquer coisa, ele simplesmente ficavam lindos de qualquer forma.

Não satisfeita com o volume, ela tira um pente garfo da bolsa e começa a enfiar no cabelo, deixando ainda mais volumoso.

– Está perfeita – A elogio e ela abre um sorriso para mim.

Saímos do banheiro e Kevin nos espera em um dos bancos, o bloco está vazio.

Notamos que ele apenas tomou um banho e arrumou o cabelo. Os olhos dele seguem Verônica enquanto ela desfila na nossa frente, passando por ele.

ALESSOOnde histórias criam vida. Descubra agora