Capítulo 19

665 44 3
                                    

Hannah concentrou sua energia mágica da mesma forma que havia feito com o bracelete, mas ao invés de a direcionar para o braço, a direcionou para os olhos e os mentalizou transformando, assim como estava escrito nas páginas do livro. Seus olhos outrora azuis agora estavam vermelhos, suas pupilas antes redondas agora eram no formato de um losango e ela era capaz de ver cada pequeno detalhe na pele de seus colegas, as pequenas rachaduras nas paredes, os insetos perambulando entre as poções. Mas tudo isso durou pouco e seus olhos logo voltaram ao normal.
— Parabéns — parabenizou Akimia batendo palmas e toda a sala fez o mesmo. Os demais alunos ficaram agitados esperando a sua vez. Hannah sentiu uma pequena pontada no cérebro seguido de uma dor de cabeça amena.
— Minha cabeça...

— Eu sei, deve estar doendo um pouco. Mas isso só acontece na primeira vez — explicou a professora — já pode se sentar.
Hannah voltou ao seu lugar enquanto ainda era aplaudida e a aula deu continuidade com alunos indo e vindo, a maioria conseguiu facilmente mudar os seus olhos e apenas uma minoria sentiu dificuldades. Mas todos tiveram que sentir a leve dor que dominava suas cabeças após fazer aquilo.

Durante a refeição no refeitório, Melissa chegou com mais uma de suas novidades bizarras que havia escutado de um grupo de garotas lobisomens.
— Vocês não vão acreditar no que eu acabei de descobrir.
— Lá vem — disse Amber esperando para ouvir mais uma bizarrice da amiga.
— Você devia abrir um jornal escolar, Melissa — sugeriu Cristie.
— EI, isso é uma ótima ideia. Depois irei até a sala do diretor discutir isso com ele. Seria bom termos um jornal para manter os alunos informados sobre os acontecimentos da escola. Mas continuando — ela ajeitou-se na cadeira — uma garota do primeiro ano, da classe dos lobisomens, foi levada em coma para a enfermaria hoje cedo. Ela simplesmente foi dormir e não acordou mais. E vocês não vão acreditar nos detalhes dessa história.

— Então conte logo e não nos mate de curiosidade — pediu Hannah.
— Enfim, em seus pertences eles encontraram um pau de madeira mágico que ela supostamente ganhou de um estranho na vila dos anões. De acordo com os boatos, esse treco misterioso é muito perigoso.
— O que? Uma piroca de pau? Um pau? pau? — Amber não segurou a risada.
— Exatamente, um pau feito de pau mágico. Dizem que a garota acordou de seu coma por alguns segundos e a única coisa que ela disse foi "a floresta dos gemidos" e voltou para o seu coma. Ela deve estar lá na enfermaria nesse exato momento recebendo tratamentos. Não se fala em outra coisa lá na ala dos lobisomens.
— Mais essa agora, paus mágicos — Hannah se espreguiçou.
— Pau mágico violento, no caso. Até deixou a garota em coma, vai saber o que ele é capaz de fazer, iguais aos vibradores dos humanos — Suzana sabia bem como funcionavam os vibradores, ela possuía dois.
— Mais uma vez um incidente estranho e mais uma vez a floresta dos gemidos foi citada. Acho que devíamos investigar essa floresta, só um pouquinho — sugeriu Melissa.

— Não mesmo — Hannah a repreendeu na mesma hora — estamos no nosso segundo dia de aula e não vamos nos meter em confusões, os meus pais me matariam se eu fosse expulsa tão rápido.
— Só seremos expulsas se nos pegarem. Imaginem as coisas que podemos descobrir lá — Melissa estava empolgada com a ideia de ter seu próprio jornal escolar.
— Eu concordo com a Hannah — disse Amber sendo sensata e as demais fizeram o mesmo.
— Covardes — ela se levantou.
— Ah, não fique irritada, Melissa.
— Pelo contrário, estou empolgada e irei agora mesmo falar com o diretor  para pedir a ele que aprove um jornal escolar cujo a editora chefe seja eu. Volto depois. Fiquem aí com suas vidas pacatas — ela balançou os cabelos e deu as costas para a mesa dos vampiros.

— Ela vai acabar se metendo em confusão — Cristie bebeu um pouco de suco.
— Eu não tenho dúvidas quanto a isso. Só espero que ela não invente de ir sozinha para essas florestas estranhas — Hannah estava preocupada com a coragem e audácia da amiga.
— A culpa é da Cristie que sugeriu que ela fizesse um jornal.
— Mas é uma boa ideia, estamos no segundo dia aqui e a Melissa já ficou informada sobre as fofocas muito antes da gente — Cristie se defendeu.
— Bom, agora vamos aguardar as próximas aulas do dia e ver o que acontece. Até porque nem sabemos se esses boatos são verdadeiros, desaparecimentos em lagos, paus místicos, tudo isso parece história inventada para manter os alunos na linha — Amber tentou ser racional.
— Irei até a enfermaria ver se a garota está mesmo lá — disse Hannah levantando-se.
— Como assim? Você não pode simplesmente chegar lá e dizer: Olá, vim ver a garota em coma que tinha um pau mágico.

— Óbvio que não farei isso, irei pedir algum remédio para dor de cabeça. Se perguntarem mais alguma coisa eu digo que estou passando mal devido a aula de transformação. Assim verei se a garota está lá e saberemos se tudo isso é verdade ou alguma invenção.
— É cada uma que vocês inventam, Melissa a repórter e Hannah a detetive — Suzana deu alguns tapinhas de leve no ombro de Cristie — e você, o que pretende ser?
— Eu pretendo ser a número um da escola. O que não será difícil. Sou bem talentosa.
— Otimo, eis aí a próxima diretora — ambas riram.
— Eu volto já — Hannah se despediu das amigas e saiu do refeitorio, chegando no corredor das salas de aula. Na parede havia um grande mapa com as alas do primeiro ano e ela ficou alguns segundos procurando a rota exata que a levaria até a enfermaria.

Enquanto isso Melissa estava parada na porta da sala do diretor esperando alguém a atender. O diretor abriu a porta.
— Pois não?
— Olá caro diretor. Precisamos conversar sobre uma ideia que eu tive. Na verdade uma amiga teve.
— Bem, entre. Eu não tenho nada para fazer mesmo. Sente-se e me conte o que tem nessa sua mente jovem.

Melissa adentrou na sala e o diretor a acompanhou com os olhos, olhos estes que desceram até o volume da bunda arredondada da garota por baixo da capa.

Sexo, Monstros E Magia🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora