Capítulo 16

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A NECROMANTE

Hannah agora caminhava ao lado de Akimia por um dos longos corredores da escola.
— Quero te dar algo que vai te ajudar bastante. Visto as suas condições atuais.
— E quais condições seriam essas?
— Bom, você é uma necromante, todo o seu poder de ataque e defesa vem das criaturas que você pode controlar. E para controla-las, antes você precisa mata-las. Atualmente você só tem o Guru, ele serve mais como uma distração — Akimia sorriu — e também como defesa, como pode ver ele consegue absorver alguns ataques. Invoque-o sempre que precisar se proteger de algo.
— Que demais — Hannah não conseguia esconder sua empolgação.
— Não se anime tanto, o último necromante não teve um bom final.
— Por que?
— Porque eu o matei com minhas próprias mãos — elas adentraram na sala de Akimia.

— Lá se foi toda a minha alegria. Mas por que o matou?
— O último necromante era do reino dos lobisomens e ele tentou trazer um dos monarcas de volta a vida. Então todos os reinos se uniram para caça-lo e mata-lo. Já pensou, controlar um monarca, ou pior, controlar todos. Por isso os necromantes são tão temidos e vigiados. Os reinos tem medo do que um necromante poderoso pode fazer, como criar uma nova guerra bem desequilibrada.
— Eu sou uma garota legal, não quero guerras — elas pararam de frente para uma das prateleiras de poções. Akimia retirou um dos frascos e este acionou um dispositivo que fez a prateleira deslizar para a direita, revelando uma escada de pedras que levava para baixo.
— Me siga.

Lentamente Hannah foi descendo, degrau por degrau, revelando o novo cenário que se parecia muito com uma masmorra medieval. Por todas as paredes haviam armas antigas, correntes, itens estranhos e até mesmo crânios e ossos.
— Lugarzinho aconchegante.
— Aqui estão todas as armas dos inimigos que derrotei por centenas de anos. Algumas são úteis, já outras....
Ela caminhou até uma coluna de mármore, sobre ela havia uma caixinha preta. A abriu e de dentro retirou um anel inteiramente negro, com um cristal mais negro ainda cravado em sua base.
— Aqui, me dê sua mão — pediu a professora e Hannah a obedeceu. Akimia retirou o bracelete de Hannah e o jogou no chão, em seguida encaixou o anel em um de seus dedos — Não vai mais precisar do bracelete, isto vai te ajudar a usar seus poderes com mais eficiência, sem contar que também é uma adaga.

— Adaga? — Hannah encarou o cristal.
— Sim, uma ótima arma para um necromante. Vamos, tente conjura-la da mesma forma que fez com o Guru, mentalize a arma surgindo em sua mão.
Hannah abriu a mão e pensou em uma adaga qualquer, neste momento um brilho negro surgiu como um flash muito rápido e lá estava a grande adaga, ela segurou firme o cabo, impressionada. O objeto era um pouco maior que uma faca de cozinha, sua lamina era envergada e cintilava em azul, por todo o cabo haviam runas desenhadas.
— Incrível.
— Sim, principalmente quando aprender a lutar com ela. Vou pedir para um amigo te treinar nas horas vagas, que tal? Ele já está de olho em você mesmo.
— Drack? — Hannah encarou Akimia.
— Acertou.

— Não pode ser outra pessoa? Ele me olha como se quisesse me matar.
— Vai perceber que as intenções dele são as melhores possíveis. Ele só precisa de um empurraozinho para entender que as coisas são como devem ser. Aliás, vocês dois precisam. Fique forte, Hannah, você vai precisar de muita força para enfrentar seu primeiro ano aqui. Agora vá para o refeitório e se junte as suas amigas, só peço que não conte nada sobre ser uma necromante.
— Por que? Eu estou muito ansiosa para contar a elas que não sou uma inútil.

— Deixe em segredo por enquanto, para o bem delas e para o seu. Não seria nada agradável sair por ai revelando que surgiu um novo necromante. Isso chamaria a atenção de pessoas perigosas. Entendeu?
— Ah... acho que sim. O que devo dizer então? elas vão fazer perguntas.
— Diga que sua subclasse é de guerreira e que por isso você consegue conjurar esta adaga. Todos vão acreditar bem rápido. Em breve mandarei Drack até você, ele é ótimo com treinamento corpo a corpo mas ja lhe digo uma coisa, não deixe ele entrar na sua cabeça. Ele vai tentar, vai te dizer um monte de coisas idiotas. Quando ele fizer isso, me avise.
— Que tipo de coisas?
— Você saberá. Agora vá.

Hannah deixou o local e minutos depois Akimia encontrou-se com Drack na porta de sua sala, ele a estava esperando.
— Eu estava mesmo precisando falar com você. Preciso que treine a novata para que ela aprenda a atacar e a se defender melhor. Ambos sabemos o que ela é. Não é mesmo, caro Drack?
— Eu não sei que plano idiota você está criando, mas é melh...
— Ameaças, ameaças — ela colocou o dedo indicador em sua boca — saiba que tudo o que eu fizer, será sempre pelo bem desta escola, deste reino. E não é um garotinho mimado que não entende nada que irá me atrapalhar.
— Que se dane os seus planos, mas você está envolvendo uma pessoa inocente nisso tudo. Você está usando a garota.

— Ela é uma arma poderosa. E adivinha, vamos precisar de todas as armas possíveis se uma nova guerra realmente acontecer. E você não vai querer ver as pessoas deste reino morrendo bem na sua frente, ou vai? Apenas faça o que eu lhe pedi, Drack. Ajude a garota e no momento certo ela mesma terá que fazer uma escolha. Existe muito mais em jogo do que você imagina e cabe a nós defender tudo e todos deste reino, custe o que custar.
— Ela é aquela criança?
— Sim, ela é. Senti a sua presença no exato momento em que ela colocou os pés neste lugar. A criança que veio ao mundo a partir do poder das trevas invocadas pelo antigo necromante em seus últimos suspiros de vida. Velhos tempos aqueles. As vezes sinto falta de umas batalhas.

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