Sexo, Monstros E Magia🔞

Capítulo 24

A VOZ DIABÓLICA

Os demais dias da semana foram os mais tranquilos na escola de monstros, as aulas era fáceis de aprender, nenhum novo desaparecimento foi registrado e Melissa estava cada vez mais perto de começar a lançar suas edições diárias com a ajuda da pequena equipe que ela mesma criou para o jornal local. Hannah sempre treina-va com Drack dia sim e dia não, para que o seu corpo pudesse descansar. Ela aprendeu como movimentar-se em batalha, como segurar sua adaga e a desferir ataques rápidos e básicos. Também aperfeiçoou a invocação de Guru, conseguindo trazer a criatura enquanto batalhava e corria.

Como Guru era bem resistente, ela optava sempre por invoca-lo em momentos de urgência para que o seu corpo peludo recebesse os ataques em seu lugar. Quando o fim de semana finalmente chegou, os alunos tiveram mais tempo para absorver todas as novas informações, para explorar mais a escola e os arredores da vila dos anões. Hannah e suas amigas aproveitaram a tarde de sábado para usar o pátio de batalhas para treinar seus poderes.
— Quem será a primeira a me enfrentar? — perguntou Melissa indo para o centro do pátio.
— Eu vou — Cristie fez o mesmo — quem cair primeiro, perde — ela ditou a única regra.
— Ou quem desistir — Melissa deu uma piscadela para a amiga, a desafiando enquanto as demais ficavam distantes.

— Que comece a luta! — gritou Hannah dando início ao duelo amigável.
Melissa segurou o seu cajado e Cristie a copiou, seria um duelo entre magia de magas. Ambas sabiam apenas um único ataque que era conhecido como esfera de luz, tratava-se de um golpe de iniciantes que era capaz de jogar seus adversários para longe.
Melissa balançou o corpo e chicoteou o cajado no ar, fazendo a bola de luz emergir e disparar no mesmo momento em direção a Cristie. A bola luminosa quase atingiu a jovem, que precisou se esquivar para a direita, deslizando graciosamente e raspando a ponta de seu cajado contra o piso do pátio.
— Esfera de luz — Cristie puxou o cajado violentamente do chão e fez um movimento de bastão de basebol com ele, arremessando uma esfera contra a amiga. O diferencial dos golpes foi que o de Cristie saiu com mais velocidade e a bola de magia era maior.

Melissa tentou desviar mas foi atingida em cheio no ombro, rolando e caindo no chão.
— Eu já perdi — ela ficou rindo caída no chão e olhando pro céu.
— Você está bem? — perguntou Cristie indo até a amiga.
— Você trapaceou.
— Eu não.
— Olha o tamanho daquela coisa, era o dobro da minha e muito mais rápida.
— Eu andei treinando depois das aulas e descobri que o movimento do cajado altera e muito o tamanho e a velocidade, em conjunto com a distribuição de magia, claro.
— Você é nerd — ela segurou a mão da amiga para poder se levantar do chão.
— Sai fora, Melissa — pediu Suzana entrando no pátio — agora serei eu contra Cristie — Suzana invocou sua espada e a segurou em posição de ataque.
Cristie voltou ao centro enquanto Melissa deixava o local.
— Quer que eu pegue leve? Ou posso ir com tudo? — perguntou Cristie.
— Venha com tudo, bruxinha. Jogue quantas bolas mágicas quiser, eu cortarei todas ao meio.

E mais uma batalha começou, dessa vez Cristie lançou mais de três esferas de luz ao mesmo tempo enquanto fazia movimentos delicados que mais pareciam uma dança. Suzana desviava de algumas e cortava outras com golpes certeiros, sua velocidade era descomunal, digna de uma guerreira.
— Parabéns, você é rápida — parabenizou Cristie — mas de nada adianta se não conseguir se aproximar de mim.
— Acha que apenas você possui alguns truque na manga? — Suzana tomou uma pose diferente da de antes, agora suas pernas estavam um pouco mais abertas e ela deslizou a mão esquerda sobre a espada, que em resposta começou a emanar uma luz roxa  — veja isso Cristie, os guerreiros chamam esse golpe de Jump.

Suzana começou a correr em direção a amiga, que em resposta lançou mais uma esfera de luz em sua direção mas esta nada acertou pois em um piscar de olhos Suzana desapareceu de seu campo de visão.
— Cadê ela? — Cristie olhou em ambas as direções.
— Aqui? — Suzana posicionou a lamina quente da espada contra o pescoço da amiga, ela estava bem atrás.
— Eu nem te vi.
— Esse é o objetivo do golpe. Ele eleva a minha velocidade consideravelmente.
— Bem, parece que perdi — Cristie levantou as mãos em sinal de rendição.
— Sua vez, Hannah. Venha me enfrentar — chamou Suzana enquanto Cristie deixava o pátio e se juntava a Melissa e Amber para assistir a luta.
— Eu passo, deixo para a Amber, ela ainda não foi — Hannah tentou fugir do desafio da amiga.

— Eu não. Não irei participar dessa barbaridade — reclamou Amber.
— Se fosse uma batalha de rolas você iria né — Melissa a beliscou.
— De boca aberta ainda — Amber falou enquanto ria.
— Anda logo, Hannah. Eu quero muito te enfrentar — continuou Suzana — você disse que a sua subclasse também era de guerreira. Será uma batalha épica.
— Eu não sei — Hannah estava hesitante, tinha medo de acabar fazendo algo no meio da batalha que fosse revelar a sua verdadeira subclasse.
— Bem, se estiver com medo eu vou entender. No seu lugar eu também estaria — Suzana balançou a espada e a posicionou sobre o ombro.
— Muito engraçado. Depois não reclame se acamar na enfermaria — Hannah sedeu as provocações e andou até o centro do pátio, local onde elas trocaram um olhar feroz. Suzana estava com um semblante sério e ameaçador, algo estava errado e Hannah percebeu na mesma hora.

— Puxe sua arma e me enfrente, guerreira — pediu a amiga. Hannah a obedeceu e segurou sua adaga, ficou em pose de batalha e se preparou para o início do confronto. O cabo de sua adaga esquentou e a luz da lamina que era azulada, tornou-se vermelha, era a primeira vez que aquilo acontecia. Hannah escutou uma risada maligna dentro de sua cabeça e essa risada vinha da adaga. Ela não sabia como, mas sabia que vinha diretamente de sua arma. Em seguida a voz começou a sussurrar em seus ouvidos "Vamos mata-la. Vamos mata-la. Vamos mata-la".
Hannah ficou assustada e desistiu na mesma hora da batalha, mas era tarde demais, Suzana havia saltado em sua direção empunhando a espada. A luta havia começado.