12. Mágico, como borboletas das estrelas voando dentro de um coração apaixonado

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— Gyuvin? — o garoto desperta com uma voz o chamando.

Assim que abriu os olhos e recobrou os sentidos, sentiu seus músculos doerem por ter dormido no chão frio e duro. Após a cena do dia anterior, o loiro dormiu, mesmo com a água chicoteando violentamente o vidro de sua janela. Sem muitas opções, colocou o menor no sofá e dormiu no escritório do senhor Park, sem a menor possibilidade de ir para casa naquela tempestade.

— Oh, senhor Park. Me desculpa, não pude ir para casa por conta da chuva. — Falou, com sua voz rouca e sonolenta, igual seu rosto; amassado e vermelho.

O homem apenas riu, e mexeu nos cabelos do garoto.

— Está tudo bem, garoto. Mas seu turno já começou, filho,

Gyuvin assentiu prontamente com a cabeça e foi até o banheiro da cafeteria.

Sua aparência nunca foi algo ao qual se desse inveja, tinha sim, uma beleza genuína e natural que encantava a todos, mas era descuidado, seus cabelos, sua pele, tudo em si era uma bagunça, e agora mais do que nunca. Seus cabelos apontam para todos os lados, suas bochechas vermelhas e seus olhos inchados denunciavam que sua noite não havia sido a das melhores, porém foi.

Uma névoa de confusão ainda pairava na mente de Kim, ainda não entendia claramente os acontecimentos da noite anterior, a forma como Ricky confiou em si para falar seus sentimentos mais frágeis, sendo que este parecia tão recluso a tudo e a todos. Assim como ele falou dos seus, e Kim não falava com muita frequência de seu passado, de seus melhores momentos com sua família, ainda era uma ferida aberta em si, e todas as vezes que tocava no assunto e como se tirasse a casca de machucado que acabará de se formar para iniciar a cicatrização, era doloroso e sangrava; mas com Shen foi... diferente. Ainda ardia, mas não tão intensamente, ardia a saudades, mas não exatamente uma dor pulsante, era mais aconchegante do que antes.

Ricky acordou desnorteado, no sofá de sua sala, com seus olhos ardendo e imagens claras de uma noite com céu escandaloso. Às vezes era difícil para Shen entender a si mesmo e seus impulsos, os quais nunca aconteciam, pois não tinha motivos para ser impulsivo, mas desde que aquele garoto destrambelhado aparecerá em sua vida de forma aleatório, começou a questionar todos os eventos nos quais ele aparecia. Sempre de forma inesperada, entretanto, sempre quando Ricky sentia que precisava de alguém.

Almas gêmeas não se ligavam apenas a sentimentos românticos, e mesmo que Ricky espere alguém com quem possa passar a sua vida, em sua pequena casa e o aceite exatamente do jeito que ele é, ele esperava por alguém que o abraçasse em noites escuras, dissesse coisas que o fizesse rir, e talvez, que cantasse em seu ouvidos, assim não escutaria as gotas grossas da tempestade do lado de fora.

E comicamente, Ricky não esperava que nada disso realmente acontecesse, mas parece que finalmente o momento pelo qual ele esperou por sua vida, havia chegado, ele só não sabia se estaria pronto para aquela pessoa.

Todos que passavam por Gyuvin sorriam, por mais que sua aparência não fosse a das melhores, ele estava radiante, bochechas coradas, um sorriso brilhante estampado em seu rosto e a voz mais doce do que o mais puro açúcar.

Enquanto atendia um de seus clientes preferidos, sente uma presença alta atrás de si, virando-se rapidamente e se deparando com um Kim Taerae nada feliz. Sua testa estava franzida e uma expressão zangada tomava conta de sua expressão.

Rapidamente, o moreno anotou o pedido do casal a sua frente, sorrindo fraco e puxando seu amigo para a cozinha, longe de olhos curiosos.

— Tae... — Tentou falar calmamente com um sorriso no rosto, mas logo foi interrompido.

— Aonde você se meteu, pirralho? Sabe como eu fiquei preocupado? Um dos piores temporal dos últimos dez anos e você não aparece em casa? Eu deveria te dar um sacode, isso sim!

1982 AnalogiasOnde histórias criam vida. Descubra agora