20. Final Feliz, como em uma história clichê

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Gyuvin se preparava para visitar Ricky em seu trabalho. Fazia apenas uma semana que o seu namorado começou a trabalhar e toda vez que o via percebia o quanto ele estava feliz, e isso o fazia igualmente alegre. Vestia seu suéter vermelho com um sorriso enorme no rosto, lembrando-se dias atrás quando Shen chegou o abraçando e dizendo que tinha um presente. Colocou seu casaco preto por cima, sua touca e trancou as portas dos fundos, verificando se não havia esquecido nada ligado, enquanto Doyoung e Gunwook arrumavam as mesas e cadeiras.

Saiu da cozinha, rindo ao se deparar com senhor Park dando tapas em seu filho desastrado. Trabalhar para eles era divertido, nunca conseguiria encontrar uma pessoa melhor do que Doyoung, e iria agradecê-lo pelo resto de sua vida.

— Gyuvin, eu gostaria de conversar com você. — o mais velho chamou quando viu que o garoto ia sair do estabelecimento.

Kim parou imediatamente, estranhando o tom de voz de Doyoung. O acompanhou até seu pequeno escritório, vendo o senhor fechar a porta e parar a sua frente.

— Aconteceu algo, senhor Park? — questionou, preocupado.

— Eu sei sobre você e Ricky. — o homem disse em um tom sério, Kim ficou sem saber o que dizer, surpreso e com medo do que viria a seguir. — E eu lhe agradeço. — sua expressão ficou mais confusa, com as sobrancelhas arqueadas e a boca um tanto torta.

— Como é?

— Ricky é como um filho para mim, e vê-lo todos os dias trancafiado dentro daquela casa pequena, e agora ele até mesmo tem um emprego. Fico triste por ele não compartilhar suas conquistas comigo, mas feliz por saber que ele está vivendo. Você é a pessoa perfeita para ele, Kim. Estou muito orgulhoso. — falou sorrindo, com certo brilho nos olhos, pequenas gotinhas de água querendo descer pela sua bochecha.

— Obrigado, senhor Park. Ricky é alguém muito especial.

— Ele é sim, filho. Chame-o para o jantar de natal com a minha família, ficarei feliz em vê-los.

— Eu chamarei! — sorriu e o homem lhe deu batidinhas nas costas, dizendo para ir embora logo antes que fosse tarde demais.

Se despediu dos dois rapazes com um sorriso alegre no rosto e correu até a biblioteca, animado para contar a novidade para seu namorado. Ricky ficaria feliz ao saber que Doyoung apoia o relacionamento dos dois, já que durante alguns dias ele ficou preocupado sobre a aprovação do homem que lhe tratava com carinho, como um verdadeiro pai.

Nunca foi à biblioteca da cidade, não era um grande fã de leitura; quando observava Shen ficar o dia inteiro no sofá lendo capítulos e mais capítulos dos seus livros, se perguntava se não era cansativo. Mas não tem como algo que ama fazer se tornar cansativo, foi o que Ricky o disse. Era engraçado ver as expressões do loiro enquanto lia, sua feição chocada, tristonha, alegre, curiosa, poderia ficar horas vendo sua boca aberta em surpresa, ou o sorriso fraco que dava quando lia algo romântico. Tinha noção do amor por romance do outro, e esperava alcançar as expectativas de um Romeu não trágico no futuro.

Entrou no local grande e vazio, era um ambiente quente e aconchegante, conseguia entender porquê gostava tanto de passar suas horas ali.

Procurou seu namorado em todos os lugares, especialmente onde ele deveria ficar, no balcão, mas a única coisa que encontrou foi um garoto jogado em cima da madeira com a cabeça encostada e os olhos fechados, parecendo estar em um ótimo sono. Era penoso acordá-lo.

Cutucou o braço do garoto desconhecido, o fazendo dar um pulo pelo susto. Começava a virar um hábito acordar abruptamente.

— Me desculpe. — Gyuvin diz ao ver o semblante assustado do moreno. — Eu gostaria de saber onde o Ricky está. — fala, cauteloso.

1982 AnalogiasOnde histórias criam vida. Descubra agora