I N C Ó G N I T A - Conto

capítulo dez

o que era um conto já está em 200 paginas e eu tô surtando. bom dia. :(

— Não, bebê.

Decido, e ela não acredita muito bem no que escuta, o que me deixa feliz. Meu sorriso a deixa mais confusa do que já estava, e eu continuo acompanhando cada pequeno movimento de sua face mergulhada em surpresa e confusão.

— Não me quer mais. Não gosta mais de mim.

— Eu amo você mais do que amei qualquer pessoa na minha vida.

— Mas está me negando...

— Estou. — sua boquinha rosada vira um pequeno 'o' e eu repito sua expressão, no meu caso, com meu tom de zombaria.

— Por que está fazendo isso comigo? Diz que me quer há tanto tempo, e quando tem vai me desprezar?

— Não é desprezo. Eu quero uma vida com você, mas pra isso acontecer você precisa me conhecer. E entender que eu sei do que precisa. Sei o que é melhor pra você.

— Não entendo.

— Estou esperando por você desde que chegou. E posso esperar mais alguns minutos. Você precisa se alimentar e eu vou cuidar de você. Não penso com a cabeça de baixo, sou racional quando preciso. Não tenho mais medo de que vá embora, e não tenho pressa.

— A única coisa que podia me afastar de você, você está fazendo, me desprezando, me negando sexo, e me maltratando. Me deixando constrangida.

— Nem mesmo na 'cama' você tem o controle sobre mim. Esse é o tipo de relação que terá comigo, eu digo não, eu sei dizer não, e estou te dizendo não. — levanta me colocando no chão automaticamente. — Vai esperar eu colocar essa torta no forno, bem comportada, porque eu termino tudo o que começo.

— É esse tipo de relação que vai me oferecer??? Não tenho nada com você porque você manda em tudo, e você decide tudo? Ao invés de me comer quer medir forças comigo.

— Não quero medir forças com você, quero cozinhar pra você e quero que você se acostume a não ter a última palavra em alguns momentos. Vou te dar o que você quer, daqui a pouco, de acordo com o que planejei, e vou soltando sua coleira aos poucos, bem aos poucos, principalmente quando aceitar usar as alianças que vou comprar. Se vai ser minha mulher, como insinuou que poderia, nesse momento vai ficar bem calada, sentar aqui pra me esperar ou subir, você decide. Quando ser minha de verdade, verás que terá de mim o que quiser, na hora que quiser, com a disponibilidade de tempo que tivermos. Mesmo que às vezes ouvirá um não de mim, porque eu sempre sei o que é melhor pra minha mulher, eu sempre sei o que ela precisa de verdade. E agora... depois de gozar deliciosamente na minha cara, vou te alimentar do jeito que queria, do jeito que precisa, sua torta de frango feita na hora, com café fresquinho, vendo um pouco de TV. Até a hora do denguinho pra dormir.

— Coleira, João Pedro?

— Eu te amo, mas quero que seja minha. Está disposta, sim ou não?

— Eu quero transar!!! — não aguento e dou risada.

— Eu já percebi, meu bem! Você vai. Mas responda a pergunta que fiz. Estou sendo paciente com você só porque hoje foi um dia difícil. Você é minha ou não? Responda a porra da pergunta.

— S-Sou.

— Então pronto. — concordo então pego sua calcinha e sua calça e a ajudo a se vestir.

— Tá duro ainda... — a vozinha de bebê birrenta me mata, mas não cedo.

— Já tem um tempo que sempre fica, vai ficar duro quantas vezes a gente precisar, você se acostuma com isso. Pode me esperar deitadinha ou ficar por aqui.