João Pedro

57 9 6
                                    


Parte dois

oi paixões. quero saber se estão gostando, se já estão seguindo o instagram da tia! segue por lá @themarjorylincoln. comentem por aqui pra saber se ta valendo a escrita, o tempo e tudo kkkk bjs



Mais tarde quando Caio retorna, fecho a janela da joalheria, no notebook. Eu não pretendia comprar colar nenhum, só estava dando uma olhada. Já foi um rim em quatro passagens aéreas, pensei que por um momento, poderia gastar meu dinheiro "comigo". O "comigo" era na verdade "com a mulher da minha vida".

— E aí?

— É um pediatra mesmo. — me entrega uns papéis ainda quentes de sua impressora. — Peguei a ficha e o conheço de vista. Na verdade... nós, os conhecemos de vista.

Pego, dou uma olhada, e não gosto nada disso. Nada mesmo.

Diogo T. Vilela. Médico pediatra.

— Não. Esse não.

— Em primeiro lugar sabemos que diria isso para qualquer um...

— Sabe o que penso sobre esse doutor. Não vou com a fuça dele, nunca fui, e tudo piorou quando você contou o que a enfermeira com nome de flor disse a respeito dele. Viu que eu acertei! Esse aqui não é um apaixonado a fim dela, é um babaca que eu já tô prometendo uma surra há muito tempo. Noventa por cento do quadro de funcionárias femininas desse hospital, têm uma merda para falar do desgraçado.

— Pois é. Inclusive a enfermeira 'com nome de flor'. — respiro fundo.

— O que ela disse, Caio? — acho que questiono pausadamente demais, por isso o homem hesita.

— Disse que ele é...

— Não. A verdade. — coça a barba aparada.

— Bom, ele... faz o mesmo com ela. Enche o saco, fica... sondando, sondando, só... faz o de sempre, força a mesma barra sempre que a vê. Ela me disse que na verdade algumas caem, mesmo. A doutora é uma das que não o suporta, e não dá brechas, mas o que dizem, é que ela é o alvo favorito, sonha em dar uns beijos na doutora 'intocável'. Aonde... aonde, você vai?

Questiona porque me levanto. Fica levemente preocupado.

— Bom, eu vou pra casa porque as coisas lá não estão bem. Conversei com dona Joice e acho que... está me escondendo a parte mais grave do retorno do caçula lá pra casa. Mas antes vou cumprir com o combinado, fazer a minha parte. Vou lá me "declarar para a doutora", como combinamos. — minto para não tentar me impedir.

— N-não, não... não vai pegar o cara dentro do hospital, eu conheço você.

— Não vou. Só vou fazer o que eu disse, falar com ela.

— N-não. Pedro... pare... ei... — agarra meu antebraço com certa dificuldade. — O intuito era ver você chegando na mulher que você gosta há anos, de uma vez por todas, mas pensa... vai com calma. Se vai mesmo só... "conversar com ela, e não matar o homem dentro do hospital", pensa em como ela vai reagir te vendo chegar lá, todo nervoso atrás dela, do nada, coisa que nunca fez. Nunca entrou lá no meio do seu plantão assim, vocês são... "amigos do café, amigos da hora da pausa, da hora do almoço", pode assustar a mulher!

— Fica em paz, eu sei o que estou fazendo. Eu tô calmo, tô bem, só vou dar um passo na direção que preciso. Sempre me apoiou, não foi!? Vou até lá. Talvez a gente tome um café antes de eu ir pra casa, não sei!? Relaxa, eu sei o que eu tô fazendo.

I N C Ó G N I T A - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora