Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.— Eu nem acredito numa porra dessas, eu sou muito burro de acreditar que realmente alguém algum dia vai me querer por inteiro e não só me usar para satisfazer seus desejos! — Afirmei andado pela sala, meus amigos, sentados no sofá, me encaravam ainda processando o que havia acontecido.
Conheci um homem a muito tempo atrás num jogo de futebol que Malu tinha me levado pois o cara que ela queria pegar estava lá, então sentamos do lado um do outro e começamos a conversar. Ele era amigo do cara que a Malu queria, então fomos ficando cada vez mais próximos.
Ele logo me pediu para dormir com ele, e então entramos em um complexo relacionamento onde eu não poderia dizer nada nas redes sociais, não poderíamos sair juntos na rua e nem fazer coisas normais de casal. Com o tempo fui me afastando dos meus amigos, pois para ele, eles eram um má influência e estavam apenas tentando destruir nosso relacionamento.
Ficamos nessa por um ano e eu fiquei arrasado quando descobri a verdade, eu era apenas o amante, ele era casado com uma mulher a mais de cinco anos e, nas palavras dele, "queria apenas viver uma aventura e então você apareceu de forma rápida." Foram meses para desfazer a ideia de que eu era facilmente manipulável e foi aí que meus amigos me convenceram a voltar para minha terapia.
Eu, desde de pequeno, era uma criança imperativa e levemente ansiosa por tudo. Meus pais não me cobravam tanto, apenas que eu tirasse notas minimamente boas, mas eu queria mais e mais sempre. Um dia isso começou a pesar e então eles me colocaram na terapia, mas aí eu saí pois achei que tinha superado isso. Engano meu.
— Eu nem acredito que esse filho da puta fez isso contigo, Peu! Que arrombado! — Falou Malu, fazendo sair de meus pensamentos.
— Nossa que coisa escrota, imagina ignorar a namorada e então ficar com outra pessoa?! — Disse Marília e então eu olhei para Zebu, esperando ele entrar na rodinha de Vamos falar mal do Jão, mas ele nada diz. Ele apenas engole em seco e desvia o olhar.
— Você não vai dizer nada, Guilherme?! — Perguntei fazendo todos voltarem os olhos para ele.
— Essa história tá mal contada, eu óbvio que não concordo com isso, mas se ele tava ignorando ela, é por que tem um motivo! Novamente, não concordo com essa forma dele de ter feito as coisas, mas ele não parece ser alguém que faria isso só por fazer sabe?! — Respondeu de forma lenta, fazendo-me arregalar os olhos para ele.
— Então você tá dizendo que ele tem um motivo para trair?! — Exclamei e agora ele arregala os olhos e se levanta com pressa.
— Óbvio que não, Tófani! Eu nunca diria isso, mas primeiro, não sei se essa merda de relacionamento é realmente monogâmico, dois não tem como eu julgar uma história inteira só sabendo a sua versão dela! Eu nunca apoiaria uma porra dessas, só por que você tá irritado não significa que eu tenho que sempre ficar do seu lado! — Disse o moreno e então saiu do apartamento, sem mais nem menos.
— Ele realmente espera que eu vá ouvir o Romania?! É sério isso?! — Debochei e então olhei para as mulheres que ainda estavam na minha sala.
— Olha, Pedro... Odeio dizer isso numa situação como essa, mas realmente, o Zebu tá certo, você só sabe que ele tem namorada e julgou ele por uma história sua, óbvio que você tem que se proteger e ninguém tá dizendo o contrário, mas acho que você deveria tentar entender isso! — Respondeu Malu e então Marília confirmou com a cabeça.
— Vocês podem me deixar sozinho, por favor?! — Tentei ser o mais educado possível e então as mulheres saíram.
Me pus a chorar. Será que eu era mesmo o errado em tudo isso?!
[...]
Andava pela Rua Augusta, a procura de um bar minimamente decente, quando me bato com alguém.
— Desculpa eu... Pedro?! O que você tá fazendo aqui?! Tá tarde e você tá sem casaco! — Disse o loiro assim que me viu. Fechei os olhos em descrença. Tudo isso sempre tem que acontecer comigo, não é?!
— Desde quando você acha que eu te devo alguma satisfação, João?! — Perguntei de forma sarcástico, fazendo o rosto do moreno cair e ele ficar vermelho.
— Eu... Eu sinto muito ok, me deixa te explicar meu lado da história! Óbvio que também sou culpado, mas queria tanto que você me ouvisse só dessa vez! — Pediu o loiro, de forma suplicante, fazendo-me olhar para seus olhos, que estavam avermelhados.
— Eu não posso mais cair em olhos vermelhos, João! Eu passei por uma situação extremamente parecida com a sua, fui usado, maltratado, humilhado, pra no final descobrir que eu era o outro alguém! Eu me perdi de mim por tanto tempo e não posso me dar ao luxo de fazer isso de novo! — Respondi segurando as lágrimas.
— Eu gostei tanto de você.... Sinto muito por tudo isso agora! — Afirmou o moreno, fazendo-me engolir em seco pela total verdade que essa frase tinha, mas eu precisava ser forte.
— Se você tivesse gostado tanto de mim assim, não teria feito o que fez! Passar bem, espero que você encontre o que tanto procura! — Falei e então sai da vista dele, entrando em um pub qualquer. Deixei as lágrimas rolarem por meu rosto.
Talvez sejamos muito novos pra tudo isso. Queria que não fosse assim, mas ele me perdeu.
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Amo vcs, daqui a pouco a tortura acaba! Votem e comentem!
Capítulo Revisado
Palavras: 929
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ᴇᴜ ᴘᴏꜱꜱᴏ ꜱᴇʀ ᴄᴏᴍᴏ ᴠᴏᴄê, au pejão
FanfictionOnde Jão Romania precisa descobrir o que verdadeiramente é. Ou Onde Pedro Tófani parece ser um ótimo começo para isso. "- Você não percebeu que eu te amo?! Minhas veias clamam por você! - Gritou o loiro, enquanto as lágrimas inundavam seu rosto, en...