Nada é por acaso

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Jão Romania, point of view,
São Paulo.

Estavamos deitados no sofá, Tófani estava concentrado em seu notebook, editando o clipe de Ressaca, pois já havia editado o de Álcool. O lançamento delas estava marcado pro mês que vem, já havia gravado as músicas, Zebu estava apenas dando os retoques finais enquanto esperávamos chegar o momento de postar.

Não aguentava mais ouvir de tanto que repetimos a gravação e agora Pedro sincronizando, repetindo o mesmo trecho trezentas vezes para ficar o mais perfeito possível estava me dando nos nervos. Não o trabalho dele óbvio, mas não aguentava mais ouvir a mesma coisa.

— Eu vou me matar ainda hoje! — Dramatizei me afundando no sofá mais um pouco enquanto olhava pro meu namorado.

— Por que?! — Perguntou o mais novo sem tirar os olhos do notebook.

— Não aguento mais essas músicas, vou acabar enjoando e não vou cantar! — Reclamei e então ele virou os olhos pra mim.

— Deixe de ser ridículo, a música é perfeita, você é perfeito e quanto mais rápido eu conseguir terminar isso aqui, mais rápido você para de ouvir elas, ok?! — Respondeu o moreno, me olhando de forma fofa. Passou a mão em meu rosto e então voltou a se concentrar.

Fui para mais perto dele e deitei a cabeça em seu ombro, o vendo voltar a trabalhar, estava tudo lindo. Ele e as meninas tinham sido incríveis com os poucos recursos que tínhamos.

— Ei — Chamou Pedro, fazendo-me mirar seus olhos castanhos escuros, que brilhavam. — Eu te amo, pra caralho!

Eu te amo, muito vida! — Me aconcheguei mais nele, deixando fazer o que tinha que fazer.

A vida ao lado dele é sempre tão fácil.

[...]

Estávamos no estúdio para o início da gravação das músicas do meu novo álbum. Sim, um ano havia se passado rapidamente e agora, aos vinte e três anos, me preparava para lançar meu primeiro álbum de estúdio.

— Pode começar, Jão! — Comecei a cantar Vou morrer Sozinho, música escrita a muito tempo, rindo e olhando para Pedro assim que Zebu e Marcelo deram o ok. Ele ria de volta e Guilherme sorria.

Todo mundo parecia relembrar a nossa história. Ouvimos a música e então regravamos algumas partes, fizemos o vocais e começou o trabalho real. Ver os rifes, os instrumentos, etc. Já tínhamos uma certa base para todas as músicas, mas ainda era complicado.

— Amor, só queria dizer o quanto eu tô orgulhoso de você, por estar se permitindo e tentando! Tenho certeza que você vai ser um próximo pop star, e vamos sim lotar um Allianz. Um não, dois! Três! Quantos você quiser! — Assim que demos uma pausa o Palhares me puxou no canto e disse isso.

Peguei sua cintura e então ataquei seus lábios em um beijo, calmo e lento, onde as línguas se tocavam de forma delicada. Apertei o local que eu segurava o fazendo arfar. Eu estava tão feliz, com o homem perfeito ao lado, amigos incríveis e um futuro pela frente.

Não poderia pedir mais nada.

[...]

— Vida! Vem cá! Olha isso aqui, imaturo bombou! — Depois de meses e meses de produção, Lobos finalmente saiu da toca e ganhou o mundo. Agora alguns me reconheciam na rua e a Universal conversava sobre uma turnê.

— Meu Deus, eu nem acredito... Conseguimos, Pepeu, a gente conseguiu! — Abracei o mesmo, o tirando do chão. Ele enrolou as pernas na minha cintura e colocou as mãos em meu pescoço.

— Você é incrível, você conseguiu, meu amor! Sua carreira vai ser linda e espero estar lá em todos os momentos! — Disse Tófani dando-me um selinho.

— Óbvio que vai estar! Estamos eternamente juntos, não tem como sair disso agora! Vamos comemorar! — Sai levando o moreno pro quarto.

A vida está muito boa e espero que nunca mude.

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Alguns adeus são complicados, essas histórias são tão lindas e complicadas de escrever que fica difícil me despedir, não nego! Mas espero que vocês fiquem bem hj!

Capítulo Revisado
Palavras: 652

ᴇᴜ ᴘᴏꜱꜱᴏ ꜱᴇʀ ᴄᴏᴍᴏ ᴠᴏᴄê, au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora