CAP 19

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CAP 19

POV MARÍLIA

Quando ouço o que Pepato fala eu travo, sinto meu corpo ficar frio. Eles estão brincando comigo, não é possível, olho para o rosto de cada uma ali, da Maiara, Maraísa, Mohana. Pepato, Juliano e Henrique. Todos estavam com um sorriso enorme no rosto me olhando, esperando alguma reação minha, eu simplesmente não sabia o que falar.

Olho em minha volta, vejo um palco montado, um cenário, luzes, câmeras, pessoas andando de um lado para o outro e sinto finalmente que alguns dos meus sonhos podem sim virar realidade e tudo por causa daquelas pessoas que aprendi a amar e chamar de minha família.

- E-eu não sei o que falar.

Gaguejo, realmente não havia palavras em minha boca, sentia meus olhos ganharem uma guerra entre meu coração e cérebro, cedendo as lágrimas.

Juliano é o primeiro a vir até mim e me abraçar.

- Calma mana, esse é só o começo.

Ele fala no meu ouvido enquanto me abraça depositando o beijo mais fraternal possível na minha testa. Me senti segura ali.

- Gente, eu não sei o que falar.

Continuo bestificada.

Maiara: Só diz que vai gravar e que vai amar cada minutinho disso.

Maraísa: Eu sei que você não pode participar do nosso DVD mas estamos aqui com você, e sempre vamos estar meu amor.

As gêmeas vem em minha direção me abraçando. Eu não sei o que seria de mim sem minhas meninas, elas me davam força e eu conseguia ser quem eu sou ao lado delas, sem máscaras sem disfarces. Apenas a Marília Dias Mendonça, filha da dona Ruth e irmã do João Gustavo.

- Mas eu não tenho música para gravar.

Henrique: Tem sim. Eu mais o Pepato e o Ju separamos algumas suas. Só diz que vai gravar meu amor, por favor!

Pepato: Só é dizer sim que começamos  Lila.

Os dois me olham esperando uma respostas.

- Quais músicas ?

Vejo o Pepato ir até uma mesa que tinha ali e pegar algumas folhas de papel e me entrega. Vejo as letras de sentimento louco, como faz com ela, alô porteiro, silêncio, folgado, impasse e mais algumas outras que eu tinha escrito mas que ninguém tinha se interessado em gravar. Me pergunto se aquilo daria certo, já que ninguém famoso quis gravar ou seja, as músicas não eram boas....

- Essas ?

Falo meio desanimada.

Juliano: Tem algum problema com elas?

- É que ninguém quis gravá-las, não são boas.

Henrique: Graças a Deus que ninguém quis, porque elas foram feitas para você. Deus lhe deu elas, e é com elas que você vai conquistar o mundo Lila. E ele vai ser pequeno para você!

Henrique fala e automaticamente as lágrimas voltam a aparecer no meu rosto. Ele me abraça e ficamos uns bons 5 minutos assim, até minha respiração acalmar.

Mohana: Então? Vai gravar ou não cunhada?

Ouço a Moh perguntar. Me separo do Ricelly e olho em seus olhos.

- Vou!

Abro um sorriso enorme e todos gritam comemorando e vindo me abraçar. Deus, como eu amo eles, cada pedacinho, cada particularidade, cada momento que eu passava com eles era único!
Ouço o Pepato começar a dar ordens, as gêmeas e a Moh conversando com o maquiador e escolhendo o que eu iria vestir e como a maquiagem ia ser.
Já meus meninos estavam do meu lado passando as músicas comigo, olho dos papéis em minhas mãos para eles.

- Vocês gravam uma comigo?

Olho de Júnior para Ricelly que param e me olham com brilho nos olhos.

Juliano: Claro que sim Mana, será um prazer.

Henrique: Não precisa perguntar duas vezes loira!

Eles me beijam em cada bochecha.

Juliano: Agora qual música você pensou ?

Olho novamente as músicas. A maioria eu tinha escrito com raiva, medo, dor de cotovelo e tristeza. Mas tinha uma ali que me trazia paz e ao mesmo tempo uma sensação de que foi feita para alguém. Olho rapidamente para Henrique e olho para a letra de Impasse em minha mão.
Cada conversa nossa, cada concordância, discordância, discussão, medo que havia em nossa relação não mudava o que sentíamos um pelo outro. Era um verdadeiro impasse.
Mas, aquela última frase " Me abraça e me beija, que eu tomo conta de você" explicava realmente como era a minha relação com meus irmãos. Eu tenho a certeza que sempre, não importa o que aconteça iriamos cuidar um do outro.
Separo a folha e entrego para os dois.

- Então?

Pergunto já ansiosa.

Juliano: É perfeita mana!

Henrique: Eu adorei, acho que vai ficar ótima!

Fico feliz com a resposta deles, ouço as meninas me chamarem.

- Acho que devo ir me arrumar agora.

Henrique: Vai lá loira.

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POV HENRIQUE

Vejo Marília indo feliz até o camarim que tínhamos preparado por ali.  fico rindo feito bobo, ela estava feliz, ela tinha gostado, tudo estava dando certo e para completar a loira escolheu dentre todas as músicas a mais romântica possível para cantar comigo. Realmente eu deveria estar parecendo um bobo porque sinto a mão do meu irmão bater na minha nuca.

- Aí!

Falo passando a mão no lugar que ele bateu.

- Para de babar cabeção.

- Eu não estou babando Ju, só estou feliz.

- Você só falta dar pulinhos de felicidade Henrique, tudo isso porque ela escolheu impasse.

- Ah nim... A esperança é a última que morre. Eu apenas estou feliz por ver nossa menina feliz. E poder realizar um sonho dela está sendo uma das minhas maiores conquistas ultimamente.

Juliano me olha sorrindo, tão bobo quanto eu. Eu sabia o quanto ele amava a Marília, e ver ela feliz também o fazia feliz. É isto, essa menina deixou os dois irmãos Tavares com os quatro pneus arreados, mesmo que sendo de formas diferentes.

- Eu concordo com você Rique... Acho que ela é a melhor coisa que já nos aconteceu em anos..

Ouço meu irmão falar.

- Ela veio para nós mudar, para aprendermos coisas novas com ela e acho que o mais importante, como ter um amor leve.

Falo essa última frase mais para mim do que para meu irmão, afinal ele é loucamente apaixonado por minha cunhada. Mas, eu estava começando a perceber que o amor que eu sinto pela Lila é algo a mais, não é o mesmo tipo de amor que eu sinto pelo meu irmão, pelas gêmeas ou até por minha cunhada.
Ela conseguiu trazer felicidade de volta para o meu coração, seu sorriso é capaz de contagiar todo mundo em sua volta. E seu coração? Ah... seu coração é tão puro, mesmo sendo machucado pelos outros.

Me sento em uma cadeira com meu irmão enquanto esperamos ela ficar pronta.

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