CAP 15

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CAP 15

POV MARÍLIA

Fazia um mês que eu não via os meninos e nem as gêmeas, malmente nós falamos por celular, estava começando a pensar que me esqueceram.

Com as demandas demandas da escola estava pesado passar o final de semana na fazenda bebendo com eles. E eles com as correrias de shows e as meninas começaram a se preparar para a gravação do dvd delas, eu queria muito participar, não cantando, mas estando lá, ajudando nas decisões, em tudo.

Conversar com eles uma vez por semana estava me deixando triste, parece que preciso estar com eles para viver, o mundo inteiro parecia mais triste, sem cor, sem som, distante sem eles para me encher o saco, me fazer rir e me amar.

Sim eu sou completamente apaixonada pelo meu grupinho, eles traziam felicidade depois de tudo o que aconteceu.

Precisava focar um pouco no estudo ou minha mãe me mataria.
Mas os livros de física, química e matemática não faziam sentido algum para mim. A única coisa que faz sentido é a música.

Tava com meu caderno de composições aberto em cima de um livro de Biologia.
Já tinha algumas semanas que eu tentava tirar uma canção da minha cabeça, eu começava mas não conseguia terminar, parece que falta algo, ou melhor, alguém.

E eu sabia muito bem quem era essa pessoa, o Henrique tinha mudado completamente a minha visão de amor em poucas semanas, não o amor paixão, mas, algo leve, que traz calmaria. E para falar a verdade estava precisando um pouco disso, depois do que Yugnir me fez passar, tantas mentiras, tantas traições… Sim, eu sou muito nova para ter uma péssima experiência com o amor, porém eu me apaixonei nova, com 16 anos e juro que foi a pior coisa que me aconteceu depois da morte do meu pai.

Ele tem a mesma idade que o Henrique tem hoje, que coincidência, rio.
Incrível, como Deus é bom, mais duas pessoas entraram na minha vida sem querer e mudaram completamente minha perspectiva de irmandade. É estranho eu sei, eu tenho meu irmão e eu amo demais da conta, mas o João às vezes parece meu filho, eu ajudei minha mãe criar ele, e agora está sendo diferente. eu estou sendo cuidada.
Eu sempre cuidei, sempre me doei aos outros, por isso meu último relacionamento foi difícil, como diria Bruno e Marrone, amei demais você você não viu e eu chorei, chorei.

Ser cuidada estava me fazendo feliz, me via sorrindo mais, minhas músicas estavam ficando um pouco mais felizes, mas essas últimas semanas com o sumiço deles me fez lembrar novamente tudo o que eu passei e comecei a ficar mal.

Larguei as coisas na mesa e deitei na cama. Essa semana eu ficaria de férias, será que eles iriam cumprir o que me prometeram, de vir me buscar para ir aos shows com eles?

Já era quinta e ainda não tinha recebido uma mensagem, uma ligação, nada… Até o Pepato sumiu, mas bem, esse eu já estava acostumada, o homem trabalhava demais. Até minhas meninas desapareceram, não queria incomodá-las, estava super feliz por elas estarem seguindo seu sonho.
Acabei dormindo ali mesmo.

Acordei no dia seguinte, tomei café com minha família, fui para a escola bem cabisbaixa, Fiz as últimas provas do ano e no final da tarde fomos liberados, o Deivão disse que ia me buscar hoje e fiquei ali esperando meu padrasto aparecer.

Já ia dar 17h e nada, já estava ficando chateada, todo mundo em minha volta parece ter me esquecido. Peguei minha mochila e comecei a andar o caminho para casa, quando um carro preto para do meu lado, de início me assustou mas reconheci logo o carro. Era o Ju.

- E ai mana, quer uma carona?

Ele dirigindo devagar para me acompanhar.

- Não

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