36_ Te achei.

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Sorrio, enquanto Ella limpava o nariz sujo de brigadeiro

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Sorrio, enquanto Ella limpava o nariz sujo de brigadeiro.

James havia saído, e decidi fazer uma noite das meninas com Ella.

O pior é que ela já tinha uma carinha de sapatona..

—E depois?- pergunto, sendo a boa fofoqueira de sempre.

—Ela... Elamebeijou...- Um murmuro rápido faz eu fazer uma careta.

-FALA DEVAGAR!— peço, tentando raciocinar as palavras que ela falou.

O som do interfone me tirou abruptamente do meu momento de tranquilidade. Minha mente, antes imersa em doçura, agora se alertou.

Tenho medo de ser meu pai...ou sei lá.

James tem a chave, a casa é dele.

Levantei-me lentamente, o brigadeiro escorrendo pelos dedos. Passei pela sala e fui até a porta, perguntando-me quem poderia ser àquela hora. Não esperava visitas, e muito menos qualquer coisa que pudesse ser boa.

Meus braços ardem só de lembrar da sujeira que não saiu de mim.

Ao abrir a porta, fui recebida por um mistério, uma pequena caixinha vermelha repousava no chão.

A caixa, era realmente vermelha, mas tinha um líquido pela caixa toda.

Tinha uma pequena carta na caixa, com um lacinho que tinha um cheiro familiar, tinha cheiro de monstro.

Do meu pai.

Seguro a carta em minhas mãos, ainda desconfiando de qualquer bomba que possa ter nessa caixa.

E se tiver algo porno? Deus é mais.

Leio a carta, levantando a sombrancelha e jurando que estava igualzinha a MC Mirella.

"Está cumprido, amor"

A pequena carta, fez meu coração acelerar. As palavras me causaram um frio na espinha, e eu não conseguia desviar o olhar.

-quem è?- Ouço Ella perguntar da sala, obviamente a criatura preguiçosa não iria levantar para o possível assassinato que vai acontecer comigo.

Com mãos trêmulas, peguei a caixa e a levei para dentro. O conteúdo parecia leve, mas o peso emocional era imenso.

Se tiver um vibrador...

Quando finalmente a abri, o que vi me paralisou. Dentro da caixa, em um macabro contraste com o pequeno recipiente vermelho, estavam as mãos do meu pai.

Eu reconhecia aquelas malditas mãos.

Spider, minha aranha, se mexe em meu cabelo quando sente o cheiro monstruoso que vinha da caixa.

Pisco em choque, e vejo os dedos do meu pai, cada um ensanguentado.

Cada dedo parecia estendido, como se ainda estivessem esperando por um toque que jamais viria.

Spider, sai do meu cabelo, passando pelos meus braços e analisando a caixa, sem chegar perto.

Meu mundo desabou em um instante. O brigadeiro que antes era um consolo agora parecia um cruel lembrete da normalidade que eu havia perdido. A imagem das mãos dele, o homem que me aterrorizou e marcou minha vida de tantas maneiras horríveis, fez meu corpo vacilar.

Meu pai morreu?

O choque foi tão profundo que mal consegui respirar.

Eu queria gritar, correr, mas minhas pernas estavam congeladas. Tudo ao meu redor parecia girar em uma espiral de horror e confusão. A mensagem na carta não fazia sentido, mas, por um instante, eu compreendi a mensagem silenciosa: James.

Foi James...

Eu não posso acusa-lo, ele... Ele...

Analiso a mão do meu pai, e a caixa cai da minha mão fazendo um barulho grande que faz Spider correr para meu cabelo novamente.

—O que aconteceu?— Ella pergunta, sua voz mais próxima que antes, me indicando que estava na sala, prestes a ver as mãos do nosso pai.

Eu tenho que impedir, tenho que impedir de ela ver essa merda.

Mas eu estava em choque.

—Que caixa é essa?— pergunta, e eu puxo a caixa pra mim, fechando-a e fingindo normalidade.

—Idiota fazendo brincadeira. E agora me fala, ela te beijou?— nunca disfarcei tão bem quanto agora.

Mas, entendi que, o tal do líquido que tinha na caixa, era a porra do sangue do meu pai.

Engulo o choro, igual mamãe fazia pra me proteger.

*Flashback on*

—Ta tudo bem filha... Só preciso que faça uma coisa pra mim, tá bom?— Minha mãe limpa minhas lágrimas, me ajoelhando do lado da cama.

Papai estava bravo.

—Engole o choro, se não ele vai descobrir.. fique quieta aí, ok?— murmura, me enfiando delicadamente debaixo da cama.

Mamãe me esconde de baixo da cama, e ela sai do quarto, e começo a ouvir uma gritaria.

—Para com isso, Carlos!— ouço minha mãe pedir, tentando falar baixo.

—CADE A PIRRALHA?— meu pai grita, e ouço a porta do meu quarto ser aberta e o terror se espalhar por mim.

Tampo minha boca, e prendo a respiração, mas papai me acha.

Ele me puxa, agarrando meus braços e me balançando com força.

—Te achei.

*Flashback off*

Continua..

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