18+ Uma vida normal, uma estranha normal, até.. um esbarro nada normal, o coração saltando e a alegria de ter visto algo diferente.
Heaven killer, apenas alguém, no meio de vários alguém, é interrompida quando esbarra em algo parecido com um poste...
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Entro de fininho na minha própria casa.
Era irônico que eu tinha que me esconder de alguém que era pra ser meu primeiro amor.
Minha casa cheirava a bebida, tudo era bagunçado, ninguém limpou o sangue de anos que tem aqui.
Meu porão fedia a urina e ratos.
E normalmente, eu passava meu tempo no porão, já que tinha tranca e se eu precisasse fugir, tem uma janela.
Entro no meu quarto, e tento não olhar pras coisas dela.
Pego minha mochila da escola, e pego um uniforme.
-Oi, heaven.-—Ouço uma voz atrás de mim.
Reviro meus olhos.
As vezes esqueço que meu pai ainda mora nessa casa.
Queria que essa casa só fosse de mim e dela.
Ignoro-o, pegando roupas íntimas e colocando em minha bolsa.
-Me desculpa... Ontem eu perdi a cabeça e.. eu sinto muito.— Ele fala.
Rio, com sarcasmo e dor.
-Ta bom.— Falo, não estou com cabeça pra discutir com ele.
Desculpa.. ele só sabe falar desculpa depois de encher o rabo com bebida.
-É SO ISSO QUE VOCÊ FALA? EU DEVERIA BATER MAIS AINDA EM VOCÊ!— ouço meu pai falar, com raiva que eu não estou discutindo.
-Bater? Você já não faz isso o suficiente? Eu não vou esquecer o que você fez com ela, e depois agiu normalmente.— Falo, colocando minha mochila nada costas, e pronta pra sair.
-OLHA O JEITO QUE VOCÊ FALA COM O SEU PAI! EU TE CRIEI!
-você me matou.— Falo, tentando ir embora, mas ele continuava puto comigo.
-EU QUE TE DOU UMA CASA!—ele fala.—EU QUE PAGO TUDO!
-Você não paga merda nenhuma, você roubava a mim e ela pra pagar só suas bebidas.— Cuspo minhas palavras.
Carlos bate o pé, eu nem chamo aquilo de pai, ele era só o cara que fodeu com minha mãe e me teve.
Ele pega uma garrafa de bebida, e bebe de uma vez, parecendo estar com raiva.
Aquilo não era meu pai, era um monstro, ele tinha se tornado um monstro horrível.
Seus olhos me encaram em fúria, meus ombros se encolhem, mas eu continuo em pé, firme e forte.
Lembro de como eu era antigamente, eu corria dele, eu deixava que ele me esmagasse e fosse superior.
Mas eu não vou fazer isso.
-Ja acabou seu show? Eu preciso ir.— Falo, com raiva.
-CALA A BOCA, MALDITA! VOCÊ É O PIOR ERRO QUE EU JA FIZ NA MINHA VIDA!— e então, quando ele fala isso meu coração afunda.— Eu me arrependo de ter tido você! Me arrependo de ter respirado o mesmo ar que a filha da puta da sua mãe! Você deveria ter morrido junto com a sua irm-
-CALA A BOCA PRA FALAR DELAS! EU CANSEI DE VOCÊ!—Falo, abrindo a porta e indo embora de casa.
"Eu me arrependo de ter tido você."
*Flashback on*
*4 anos*
Mamãe entra no quarto, com aquela água estranha saindo do seu olho.
Quando a água saia do olho dela, ela ficava vermelha igual um tomatinho.
-Mamãe, por que o papai está bravo?— Pergunto, a mamãe passa a mão na barriga que estava enorme.
Minha mãe me falava que tinha uma filha dentro da barriga dela, por que que a minha irmã fica de escondendo?
-Vai ficar tudo bem, meu amor. O papai só está um pouco alterado.— Ela fala beijando minha testa e me acalmando.
Eu não entendia por que papai sempre enfiava a faca pra cortar os legumes na minha mãe.
E toda vez que ele fazia isso, saia algo esquisito e vermelho.
Papai me ensinou a andar de bicicleta esses dias, só que quando chegou a noite ele estava bravo de novo e batendo na mamãe.
Eu não entendia o por que.
*Flashback off*
Agora eu entendo o que acontecia.
E isso dói mais do que uma facada bem no meio do meu peito.
