Capítulo II

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— E desse, você gostou? — Perguntou, curioso. Elisa não respondeu, e Kensuke mordeu os lábios para conter o nervosismo. — Você gostou, Elisa? Gostou do beijo?

— Beijar é isso? — Perguntou, surpresa. Kensuke afirmou com a cabeça, ainda esperando pela resposta. — Eu gostei. Foi bom. Acho que deveríamos ter escovado os dentes, não pensei a respeito. Ficou com gosto de vinho. 

— Droga. Não raciocinei essa parte. No seu sonho, foi muito diferente? — Perguntou, preocupado.

— Na verdade, eu acordei quando nossos lábios encostaram, então não sei. — Respondeu, ainda raciocinando que acabou de dar seu primeiro beijo. — Foi realmente muito bom. Não sei o que imaginei que seria, mas foi melhor que pensei. Só é meio estranho ter meus lábios fazendo alguma coisa além de falar e comer, principalmente tocando os de outra pessoa. — Comentou, Kensuke deu um selinho e abraçou a mesma, contente. Elisa retribuiu, também estava feliz. Eles ficaram um tempo abraçados, se acalmando e pensando no que acabaram de fazer. — Preciso voltar.

— Eu te pediria pra dormir aqui, mas seu pai cortaria minha cabeça se soubesse. — Comentou, e Elisa afirmou que ele o faria se ela não chegasse em casa dentro de trinta minutos. — Trinta minutos?! Como as horas passaram tão rápido? Ainda tinha sol quando você chegou. Vamos, vamos. Você precisa se trocar.

— Você que tem relógio e não sabe as horas. — Resmungou reclamona, e Kensuke afirmou que Elisa anda adiantando seu relógio, afastando-a para o closet e começando a retirar a camisa. — Na minha cabeça, você era mais magro também.

— Sua cabeça anda muito equivocada. Pare de me olhar e vá se trocar, ou vou amarrar aquela calça em você com um cinto e te levar assim mesmo para casa. — Ameaçou enquanto vestia a outra camisa, sendo acertado pela camiseta da outra que logo fechou a porta do closet. — Trocou de roupa na minha frente?

— Lógico que não, não sou maluca. Pare de falar asneiras e termine de se vestir, já vou sair. — Reclamou, e realmente não trocou. Ela retirou a camisa atrás da porta, acertando o outro pela brecha. Elisa logo terminou de se vestir, pondo os saltos e arrumando o cabelo já arrumado. Então, ela saiu do closet, o encontrando pronto no quarto. — Vamos.

— O quanto antes. Minhas horas com você estão passando muito rápido, vou comprar um novo relógio. Acho que este está quebrado. — Resmungou, saindo com a bolsa e sobretudo da outra em mãos. Eles desceram os andares e começaram a caminhada. — Pode vir amanhã?

— Não, amanhã vou à Giselle. Próximo domingo são bodas de pérola dos meus pais, preciso fazer um vestido. — Respondeu, e Kensuke suspirou, nada contente. — Nos vemos a semana inteira, o que há com você?

— Quero te beijar de novo. — Respondeu sem pensar muito, arrumando o cós do vestido da outra e ajudando a pôr o sobretudo. Elisa ficou em silêncio, vermelha. — Há um limite do quanto posso te tocar? Até hoje, nós sequer dávamos as mãos.

— E continuaremos assim por alguns dias. — Resmungou, fazendo o outro franzir o cenho, infeliz. — Tem algum terno?

— Tenho, vários aliás. Por quê? — Perguntou, confuso.

— Um terno bege, meio terroso. Tem? — Perguntou, o assistindo negar. — Vai sair amanhã?

— Você vai estar ocupada, então acho que não. Vou revelar as fotos que tiramos hoje. Talvez saia de noite e tire mais algumas. — Respondeu, assistindo o passo de Elisa desacelerar.

— Se vai estar em casa pela manhã, se atente ao telefone. Talvez eu ligue. Se meus pais não forem conosco, vou chamá-lo para fazermos um terno para você. Sabe onde fica o ateliê, certo? — Perguntou, e o outro concordou. — Ótimo.

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