Elisa's Story

Capítulo XI

- Estávamos debatendo sobre ter um garotinho. - Disse sorridente, assistindo Verlaine pegar um nhoque com o garfo.

- E hoje temos um garotinho. - Completou, apontando para Verlaine, que dessa vez não os estava ouvindo, apenas comendo.

- Amo nosso garotinho. - Comentou, orgulhosa, e Kensuke abriu um sorriso bobo.

- Também amo nosso garotinho. - Murmurou, feliz, virando-se para Verlaine. - Yuuki, sabia que amamos você? Muito mesmo.

- Bia, otoan. - Resmungou, não se importando muito com aquilo. Elisa e Kensuke falam sobre o quanto o amam todos os dias, e demonstram bem isso. Verlaine não se importa, para ele, é óbvio que seus pais vão amá-lo. - Bom. - Disse sonolento, se referindo à comida boa.

- É mesmo? E o neném está com soninho? - Perguntou o mais velho, e Verlaine enfim admitiu.

Algo que Elisa sempre foi ensinada e que é de costume francês é que a criança só come o quanto quiser comer. Ele vai comer nos horários que os pais determinarem, sempre à mesa, e se fizer birra para sair ou porque não quer comer, os pais guardarão o prato, seja o quanto a criança comeu ou não comeu, e ela só comerá outra vez na próxima refeição. Lógico, ela não passa fome, a comida está disponível na geladeira para que pegue, esquente e coma (ou peça para um adulto fazê-lo), mas não receberá uma vitamina, um biscoito ou qualquer bobagem. Ninguém correrá atrás dele pedindo que coma mais uma colherada, ninguém irá implorar para que coma, apenas vão esperar que ele o faça. O controle se estabelece desde muito cedo, e Verlaine, na idade que tem, está aprendendo. Como ele é pequeno, claro, acorda em alguns momentos da noite querendo comer algo, mas uma mamadeira de leite morno ou frutas costumam resolver o problema. Eles comeram até estarem satisfeitos. Elisa ficou encarregada de colocar as coisas na lava-louça enquanto Kensuke arrumava a cama com Verlaine, ou tentava.

- Por que está aqui embaixo? É perigoso que ele desça sozinho. - Elisa repreendeu o marido, mas Kensuke estava com a câmera em mãos e um sorriso contente. - Está sorrindo como um idiota, por quê?

- Porque o mini amor das nossas vidas está dormindo da forma mais fofa possível. - Informou, mostrando a foto que tirou. Verlaine estava dormindo encolhido no travesseiro e mordendo a mantinha que usava para dormir. Elisa e Kensuke correram como jatos para o quarto, ele continuava no mesmo lugar, encolhido no travesseiro branco com sua estilosa fantasia de dinossauro, abraçando a naninha. - Viu? Ele estava me entregando os travesseiros que tiramos para arrumar a cama, mas parou e, quando vi, estava deitadinho assim.

- Ele está lindo. Vá tomar banho, eu termino aqui. - Murmurou, pousando um selar nos lábios do outro, que fez o que fora pedido. Elisa se agachou, pegando o travesseiro com cuidado para não acordar o filho e o colocando no centro da cama. Quando Kensuke terminou seu banho, ela também o fez, então o casal deitou, um em cada lado do colchão. - Ele ainda faz os estalinhos como os lábios. - Sussurrou, passando o indicador levemente na bochecha do bebê. Então, começou a traçar linhas em seu rosto, testa até a ponta do nariz, fazendo Verlaine sorrir. Kensuke e ela derreteram no mesmo instante, bobos com o bebê.

- Viu isso? Com o que acha que ele está sonhando? - Perguntou, observando o bebê pançudo e sorridente.

- Com ovos e farinha. Ele enfiou tão fundo o rosto na farinha que tenho certeza de que entrou no cérebro, provavelmente acha que é um bolo. - Implicou num sussurro, afagando a barriga do loiro.

- Eu acho que está sonhando que é um grande dinossauro destruindo a cidade, ou salvando-a. - Também num sussurro, Kensuke propôs.

- Dinossauro não, um gr. - Corrigiu a loira, segurando a risada, coisa que Kensuke também acabou fazendo.